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Preview do GP de Miami: Fórmula 1 arrisca Sprint na busca por emoção

A Fórmula 1 realizará neste fim de semana o segundo evento sprint do ano, em um circuito que não tem uma prova tão movimentada

Neste fim de semana a F1 segue para Miami, realizando o terceiro evento nesta pista. A corrida corresponde a 6ª etapa do campeonato e a 2ª Sprint do ano.

O circuito entrou para o calendário para ser uma daquelas provas luxuosas. Miami tentou emular o GP de Mônaco, então o certame é mais uma das corridas extremamente caras e quase exclusivas do calendário. O público é importante? Sem dúvidas, mas o padrão para o acesso é mais elevado. Para os times é a oportunidade de começar novos negócios e atrair investidores para o restante da temporada.

Neste ano, acredita-se que a cantora norte-americana Taylor Swift estará presente na etapa, acompanhada por Travis Kelce, quarterback do Kansas City Chiefs e vencedor de três Super Bowl. O namorado da cantora é um dos investidores da Alpine. Só a possibilidade de Taylor aparecer no evento já movimenta a curiosidade e é algo que pode ajudar até mesmo na audiência da prova.

Miami pode ser uma corrida “das estrelas”, mas a prova não caiu no gosto dos fãs. Nem tudo são flores desde a entrada desta prova no calendário, sendo motivo de várias piadas em sua primeira edição, por conta da Marina artificial que gerou verdadeiro caos, com barcos ‘atracados’ em um palanque de madeira e para completar, também fizeram uma praia artificial para os espectadores. Em Miami é muito comum as casas terem as suas próprias marinas, portanto quiseram reproduzir isso na prova.

Para o segundo ano da disputa da prova, alguns espaços foram reformulados e aperfeiçoados para melhorar a experiência daqueles que foram prestigiar o evento. É um evento que não foi pensado na “galera”, mas sim nos times de Fórmula 1 que tem a chance de realizar algumas promoções com os pilotos, organizam eventos e ampliar o seu relacionamento com patrocinadores. O marketing é o ponto-chave para o GP de Miami.

Neste ano a Ferrari optou por apresentar uma pintura especial, visando celebrar o 70º aniversário da presença da marca na América do Norte. O time italiano ainda aproveita o momento que fechou um acordo de patrocínio com a HP, empresa de Palo Alto que agora é sua patrocinadora master.

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A Racing Bull aproveitou o momento também para apresentar uma pintura camaleão para o GP de Miami.

Racing Bulls apresenta pintura especial para o GP de Miami – Foto: reprodução Racing Bull / Red Bull

A Mercedes, por sua vez, realizou um evento em Nova York, após fechar o patrocínio com o WhatsApp. O carrinho de Fórmula 1 presente no mensageiro, ganhou as cores da Mercedes simbolizando esta parceria. Lewis Hamilton guiou o W12 na Quinta Avenida, sendo o primeiro evento de demonstração ao vivo de um carro de F1 em Manhattan ao lado de um carrinho que era como o emoji em tamanho real.

Mercedes realiza evento na Quinta Avanida – Foto: reprodução Mercedes

Algo que foi elogiado pelas equipes, foi a possibilidade de levar mais convidados para a corrida de Miami, aumentando os relacionamentos com patrocinadores ou futuros investidores. Mônaco era o momento do calendário que várias equipes levavam os patrocinadores e potenciais investidores para fazer negócio. O glamour de Mônaco sempre foi um ponto atrativo, porém, com a mudança do formato do fim de semana as coisas ficaram um pouco mais complicadas.

As duas primeiras provas disputadas no circuito de Miami não empolgaram muito, por ser uma prova geralmente de apenas uma parada. No ano passado Max Verstappen faturou a sua segunda vitória, superando Sergio Pérez por contar com uma melhor estratégia. O holandês pode buscar o companheiro de equipe e a Red Bull completou a etapa com uma dobradinha. Fernando Alonso celebrou o pódio na primeira prova nos Estado Unidos.

A Sprint

Neste ano com a tentativa de melhorar a dinâmica do fim de semana, Miami será palco da sua primeira prova Sprint. Com as mudanças realizadas no evento para 2024, os pilotos vão enfrentar duas classificações e duas corridas, com sessões intercaladas.

A ideia é que os times possam trabalhar alterando a configuração dos carros, por conta de o evento contar com dois sistemas de parque fechado.

  • Na sexta-feira o dia começará com um TL1 (de 60 minutos), está será a única atividade avaliativa e preparatória para os competidores;
  • No final do primeiro dia será definido o grid de largada da prova Sprint;
  • O sábado por sua vez começa com a Sprint (prova de 100 km);
  • Com a conclusão da primeira fase do fim de semana, os pilotos vão retornar ao traçado mais uma vez no sábado, agora para definir o grid de largada da corrida principal; 3
  • O domingo fica com a prova principal como tem acontecido desde a implementação deste formato.

Classificação Sprint

Na classificação para a prova Sprint, volta a obrigatoriedade do uso dos pneus.

  • Q1 e Q2, os competidores são obrigados a usar um conjunto de pneus médios novos – C3;
  • Q3 pneus macios – C4;

Os pneus

A Pirelli que apostou na zona de segurança, manteve a sua escolha dos primeiros eventos e mais uma vez fornecerá a gama intermediária de pneus: C2 (duro – faixa branca), C3 (médio – faixa amarela) e C4 (macio – faixa vermelha). A diferença é que nesta prova os pilotos vão trabalhar com 12 jogos de pneus, diferente dos 13 jogos fornecidos em eventos regulares.

Pneus escolhidos para o GP de Miami – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

A pista conta com um asfalto muito liso, desta forma é preciso que os carros vão para a pista e ajudem a construir a aderência. No entanto, por ser um local com clima tropical da Flórida, a chuva pode aparecer, limpando o trabalho de preparação realizado ao longo das sessões.

As temperaturas no ambiente excedem geralmente os 25°C, chegando aos 30°C facilmente. No ano passado, a superfície da pista atingiu os 55°C. O vento é um ponto de atenção para as equipes, com rajadas de até 50 km/h por conta da brisa do mar.

A F1 contará com o auxílio da F1 Academy, a categoria de base usa pneus diferentes dos carros a categoria principal, mas que também são fornecidos pela Pirelli.

O calor também é um motivo de atenção para as equipes, por conta do consumo da borracha, além da possibilidade de surgir a granulação, especialmente com os pneus médios e macios.

O Circuito

O traçado é um grande desafio, a pista é extremamente veloz, mas também conta com uma combinação de curvas de baixa e alta velocidade. Os três setores do traçado são bem diferentes, portanto, em cada uma dessas partes os carros têm comportamentos distintos, o melhor será aquele que obter o melhor equilíbrio. O circuito de Miami compartilha com Barcelona algumas características do traçado espanhol. As curvas de alta velocidade no início da volta, as longas retas que esfriam os pneus, a dificuldade para manter os compostos trabalhando em uma temperatura ideal.

Circuito que receberá o GP de Miami – Foto: reprodução F1

Os engenheiros ainda falam que esse traçado é a combinação de outros tantos circuitos da F1, como as retas comparadas ao estilo de Baku, as curvas de alta de Silverstone e o setor três lembra a parte que os pilotos enfrentam no autódromo Hermano Rodriguez. Referências é o que não faltam. Neste fim de semana os pilotos vão completar 57 voltas.

O nível de downforce é o médio, enquanto os carros podem atingir a velocidade máxima de 320 km/h.

O DRS será liberado mais uma vez para ser usado em três partes da pista, tentando mais uma vez contribuir com as ultrapassagens, o seu acionamento atualmente acontece mais cedo, para aproveitar a aproximação dos carros depois da largada.

Por ser um traçado de rua as equipes precisam ficar atentas as estratégias, pois o acionamento do DRS pode mudar a dinâmica da prova.

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Baku e Miami são circuitos com maior sensibilidade ao arrasto. É necessário otimizar o carro para a reta de 1,28 km entre as curvas 16 e 17.

O circuito tem a tendência de evoluir rapidamente ao longo do fim de semana. Conforme o traçado vai recebendo a borracha, os tempos de volta vão melhorando, os carros ganham mais aderência e os melhores tempos surgem.

A pista, que tem parece um “circuito permanente”, mas é um traçado de rua, foi construído em tordo do icônico Hard Rock Stadium, sede do Miami Dolphins.

As altas temperaturas, tanto no ambiente como no asfalto, dificultam muito a realização do trabalho de refrigeração dos carros. As equipes acabam se preocupando com o superaquecimento dos carros.

Está é a primeira visita da F1 em 2024 aos Estados Unidos, a categoria ainda tem as provas e Austin e Las Vegas para serem disputadas na reta final do campeonato.

Neste traçado é importante se classificar bem, pois as ultrapassagens não foram tão efetivas durante a primeira edição. Mas o novo asfalto implementado em 2023 promete fornecer mais aderência, desta forma os competidores podem ter a chance de se arriscar mais.

Programação / Horários do GP de Miami da F1 em 2024 – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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