Nesta última quarta-feira (01) o Congresso Americano encaminhou uma carta à Liberty Media, proprietária da Fórmula 1, questionando o motivo para a Andretti Global não ter conseguido a liberação para participar do campeonato. O time norte-americano segue buscando formas de ingressar ao grid da categoria, desde que sua passagem foi negada.
A carta assinada por 12 membros do Congresso, expressa a preocupação sobre a possibilidade de a categoria estar agindo como um “cartel”, tentando barrar a entrada de impressas americanas na F1, para preservar as equipes europeias.
Retomando a novela, a Andretti Global foi aprovada para ingressar no grid da Fórmula 1 em 2025 ou 2026 pela FIA, após a análise de toda a documentação e o que era necessário para comprovar a estrutura da empresa.
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Depois o time passou por análise da categoria, detentora dos direitos comerciais, mas optaram por não conceder a liberação para o time norte-americano, alegando que eles não conseguiriam agregar valor ao grid atual. Pela F1, a Andretti utilizaria a categoria como uma beneficiadora para ampliar a sua visibilidade, sendo mais beneficiada que a própria F1.
Na sequência, a Andretti afirmou que “discordava fortemente” da decisão tomada pela F1 e rebateu o comunicado da categoria. Enquanto a novela ainda se desenrola, o time confirmou que realizou a inauguração de uma nova instalação em Silverstone, no Reino Unido, local onde as principais equipes contam com suas fábricas, facilitando o manejo ao longo da competição.
A Andretti uniu forças com a General Motors (GM) para competir na Fórmula 1. Com a Cadillac a Andretti contaria com uma gigante para obter o fornecimento dos motores, mas a empresa precisaria de um pouco mais de tempo para preparar a unidade de potência. A equipe, portanto, tinha o objetivo de ingressar no grid da categoria usando o motor de um dos fornecedores atuais, até poder equipar o seu carro com a unidade de potência da Cadillac a partir de 2028.
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No documento, o grupo bipartidário de legisladores ativou a Lei Antitruste de 1890 – que tem por objetivo evitar um conjunto de leis criadas para promover a competição e evitar a prática de prejudicar a livre concorrência no mercado.
A ideia com tudo isso é tentar entender a razão para rejeitar a equipe Andretti, na tentativa de preservar injustamente as equipes europeias da competição nos Estados Unidos, onde a categoria tem conseguido conquistar mais fãs.
Nos últimos anos a F1 tem cada vez mais buscando construir uma base de fãs nos EUA, contando com três provas no país: Miami, Austin e Las Vegas.
A carta é liderada pelo deputado John James, R-Mich, que representa um distrito competitivo no Michigan, além de ser assinada por vários legisladores do estado, entre outros.
“É injusto e errado tentar impedir que as empresas americanas ingressem na Fórmula 1, o que também poderia violar as leis antitruste americanas”, escreveram ao CEO da Liberty, Gregory Maffei.
“A participação de todas as equipes de Fórmula 1, incluindo qualquer equipe americana, deve ser baseada no mérito e não apenas limitada à proteção da atual formação de equipes de corrida. Isto é especialmente verdadeiro considerando a presença crescente da Fórmula 1 nos Estados Unidos, incluindo três eventos de automobilismo Grande Prêmio de Miami, Flórida; Austin, Texas; e Las Vegas, Nevada.
No documento, eles também questionam que o grid da Fórmula 1 pode conter até 12 equipes, mas apenas 10 formam o grid atual. A FIA realizou o processo de candidatura e recebeu a solicitação da Andretti, sendo o único time que conseguiu preencher todos os requisitos. Desta forma, quais seriam os reais impedimentos para a FOM rejeitar a solicitação.
Os congressistas vêm que a ambição da Cadillac é reintroduzir a marca no mercado europeu, além de ampliar os empregos no setor automotivo americano.
Uma resposta foi cobrada até o dia 3 de maio de 2024, quando as atividades para o GP de Miami terão começado.
A Andretti continua batalhando para entrar no grid, seguindo o seu cronograma de preparação como se o pedido não tivesse passado pela negativa. No último mês a equipe ainda mostrou o interesse de expandir a sua ação, participando da Fórmula 2 e Fórmula 3. O time tem demonstrado a sua real preocupação com a formação dos jovens pilotos norte-americanos e da dificuldade que eles enfrentam para entrar no certame das disputas europeias.
A Fórmula 1 ofereceu a oportunidade da equipe ingressar ao grid da categoria apenas em 2028, enquanto o time mira em 2026.