Tim Mayer anuncia candidatura à presidência da FIA e desafia Ben Sulayem

Tim Mayer anunciou nesta sexta-feira (04) que concorrerá a presidência da FIA, disputando contra Mohammed Ben Sulayem. As eleições acontecem em 12 de dezembro, onde o atual presidente tentará a reeleição.

Mayer tem 59 anos e atuou por 15 como comissário da FIA na Fórmula 1, no Mundial de Endurance (WEC) e no Campeonato Mundial de Carros de Turismo (TCR), além de diversas categorias de base.

Em 2024 ele foi demitido, após uma onda de demissões que já estavam acontecendo na instituição. A notificação que não fazia mais parte da instituição aconteceu por meio de mensagem de texto, às vésperas do GP de São Paulo, após um atrito com o presidente da FIA, por conta dos organizadores do GP dos Estados Unidos.

Mayer fez parte dos comissários que criticou e puniu os organizadores do GP dos EUA, por conta da invasão de pista que ocorreu no final da prova do ano passado. Ao deixar a FIA, ele foi categórico, tecendo várias críticas sobre Ben Sulayem, principalmente por conta das diversas demissões que ele orquestrou.

“Acredito que sou a pessoa certa, na hora certa, no lugar certo”, em uma coletiva de imprensa em Silverstone, para notificar que será um dos candidatos para a eleição presidencial em 2025.

“O que vejo é uma falha de liderança neste momento”, afirmou Mayer. “Em vez de reforma, temos visto desempenho. Por trás da encenação, ficamos com a ilusão de progresso; e a ilusão de liderança, enquanto a equipe mais sênior que ele nomeou partiu.”

Mayer afirma que a sua candidatura não por um ato de vingança, mas sim uma forma de impulsionar a instituição.

“Na verdade, não foi. O pedido dele para que eu deixasse o cargo de comissário de Fórmula 1 me deu a oportunidade de refletir sobre os valores da FIA. O que queremos que a organização seja?”

“Este momento trouxe à tona minha visão de que realmente precisamos de uma organização profissional, que valorize nossos voluntários e Clubes Membros e que busque crescimento, especialmente para os países carentes. Sempre fui apaixonado pela FIA, e o que aconteceu no ano passado aumentou essa paixão, em vez de diminuí-la.”

Filho do ex-chefe de equipe da McLaren, Teddy Mayer, tem uma vasta experiência no automobilismo dos EUA. Durante a década de 1990, Mayer trabalhou no setor de comunicações da CART IndyCar, onde colaborou de perto com o bicampeão mundial Emerson Fittipaldi, então piloto da Team Penske. Em 1998, foi promovido ao cargo de vice-presidente sênior de operações de corrida do campeonato.

Em 2003, Mayer assumiu a responsabilidade pela organização dos eventos da CART no Reino Unido e na Alemanha. No ano seguinte, passou a atuar como diretor de operações da IMSA, e posteriormente da American Le Mans Series, função que desempenhou por vários anos.

“A tarefa agora é sair e explicar a muitos clubes pequenos ao redor do mundo… por que podemos fazer um trabalho melhor”, disse Mayer. “Explicar como podemos agregar valor e reestruturar a FIA para que ela faça um trabalho melhor. Eu realmente sinto que a reestruturação precisa acontecer.”

Sua experiência no automobilismo internacional o levou à Federação Internacional de Automobilismo (FIA), onde passou a integrar a organização em 2009.

Aos poucos Ben Sulayem se tornou uma figura controversa, assumindo o papel que deseja tornar a FIA um órgão mais rentável, mas conseguindo desagradar várias pessoas do esporte. As multas e principalmente o valor alto das taxas, foi uma das pautas mais recentes do presidente.

Nos últimos meses tem se falado muito da forma como Sulayem tem criado diversos atritos, criando inimizades principalmente no mundo da Fórmula 1, no entanto, todas as categorias sobre chancela da FIA são afetadas com as suas decisões. A cobrança para que os pilotos não falem palavrões, além de se meter quanto ao uso de joias… ele ainda conseguiu criar colocar em pauta a roupa íntima usada pelos competidores.

Carlos Sainz Sênior também tinha pensado em lançar a sua candidatura, mas deixou de lado a ideia para priorizar o Dakar e seu contrato com a Ford.

“A eleição presidencial da FIA é um processo estruturado e democrático, que visa garantir justiça, transparência e integridade em todas as etapas. Ela é conduzida de acordo com os Estatutos da FIA”, comunicou a FIA através de um porta-voz.

“A Lista Presidencial, que inclui o Presidente da FIA, é eleita pelos Clubes Membros da FIA com pleno direito a voto, representando os pilares do Esporte e da Mobilidade da organização.”

“Em linha com o compromisso da FIA com a imparcialidade e com a preservação da igualdade de tratamento entre os candidatos, os membros da equipe da FIA devem manter estrita neutralidade durante todo o processo. A Federação continuará operando normalmente, cumprindo suas responsabilidades com seus Membros e em todas as áreas do automobilismo e da mobilidade.”

“A eleição deste ano ocorrerá durante as Assembleias Gerais da FIA, em 12 de dezembro.”

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