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Preview do GP da Inglaterra – Disputa pelo título aquece em território histórico

75 Anos de Fórmula 1: a volta ao berço da categoria em Silverstone

Neste fim de semana, a Fórmula 1 retorna a Silverstone, um circuito emblemático e carregado de história. Foi lá, em 13 de maio de 1950, que a categoria realizou sua primeira corrida oficial, marcando o início de uma era no automobilismo mundial.

A passagem por Silverstone em 2025 é ainda mais simbólica: além de ser um retorno às raízes da Fórmula 1, o evento acontece no ano em que a categoria comemora seus 75 anos de existência — um marco histórico para o esporte.

O território também é o lar de várias equipes, como McLaren, Aston Martin, Williams, embora outros times também tenham bases naquela região. Esse é o local que a Fórmula 1 acontece em sua essência.

Retomaremos o assunto em breve, mas vamos ao campeonato de 2025…

Atualmente, é a McLaren quem lidera com autoridade o Mundial de Construtores, somando 417 pontos. Na Áustria, a Ferrari voltou a superar a Mercedes, graças aos desempenhos de Charles Leclerc e Lewis Hamilton, que garantiram um P3 e P4, respectivamente. Com isso, a diferença entre as duas equipes é mínima — 210 contra 209 pontos.

A Red Bull aparece apenas na quarta posição, com 162 pontos, após um fim de semana desastroso em que não pontuou e viu Max Verstappen abandonar a prova. Já a Williams, depois de uma sequência de resultados negativos, ocupa o quinto lugar com 55 pontos e busca se recuperar justamente em Silverstone, tentando evitar mais um abandono na temporada.

Entre os pilotos, a McLaren vai para Silverstone após uma dobradinha na Áustria, depois de recuperar o ritmo perdido no Canadá. Oscar Piastri é o atual líder com 216 pontos, contra 201 de Lando Norris. A dupla de piloto do time britânico conseguiu se distância de Verstappen, após o último abandono do neerlandês, dando um alívio.

No entanto, o conflito interno fica mais acirrado entre a dupla de pilotos. A McLaren por enquanto não vai intervir no duelo, pois sabe que o título na Fórmula 1 é algo muito importante para eles, mas uma regra permanece: não se bater nestes confrontos. Na Áustria quase tivemos mais uma amostra de uma batida, com Piastri ficando bem próximo de atingir a traseira do carro de Norris, mas as estratégias envolvendo a primeira parada deles, colaborou para afastar um pouco os competidores, em pista.

George Russell foi o quarto colocado com 146 pontos, enquanto Charles Leclerc é o quinto colocado com 119 pontos. Lewis Hamilton aparece em sexto, com 91 pontos, um pouco mais distante do companheiro de equipe.

A batalha em Silverstone promete ser intensa, essa prova é bem estratégica, mas o clima também é responsável por algumas coisas que acontecem ao longo do evento. A expectativa dessa vez, é que a chuva apareça no sábado e no domingo, podendo movimentar tanto a classificação como a corrida.

Eventos dessa forma já chamam a atenção, pois geralmente são caóticos e os times precisam ter atenção redobrada.

O circuito e os pneus

A história é muito presente neste circuito, a pista foi construída nos campos de aviação da RAF (Força Aérea Real), inaugurados em 1943. Foi o palco escolhido para a primeira corrida da Fórmula 1; apenas Mônaco, Spa-Francorchamps e Monza são as outras pistas que também estiveram presentes no calendário de inauguração e se mantêm até hoje.

O GP da Grã-Bretanha, popularmente conhecido como GP da Inglaterra, já foi disputado em outros dois traçados além de Silvestone, foram eles: Aintree (5 vezes) e Brands Hatch (12 vezes); este último sediou dos GPs da Europa na década de 1980. Donington Park também foi outro circuito do Reino Unido que abriu a Fórmula 1, mas o evento aconteceu em 1993, como GP da Europa.

Silverstone ocupa a quinta posição entre os circuitos mais longos do calendário de 2023, com seus 5.891 km de extensão. Antes figurava como o quarto maior, mas foi ultrapassado com a entrada do circuito de rua de Las Vegas (6.120 km). À sua frente estão ainda Jeddah (6.174 km), Baku (6.003 km) e o extenso traçado de Spa-Francorchamps, líder da lista com 7.004 km.

Sir Lewis Hamilton é o maior vencedor do Grande Prêmio da Grã-Bretanha, com nove vitórias — todas conquistadas em casa, um recorde absoluto. Sua atual equipe, a Ferrari, também se destaca como a escuderia mais vitoriosa da história da prova, somando 18 triunfos. Hamilton lidera ainda em número de poles (7) e pódios (14) em Silverstone, enquanto Nigel Mansell, outro ícone britânico, detém o recorde de voltas mais rápidas na corrida, com sete. Entre as equipes, a Ferrari domina os rankings de poles (16), pódios (59) e voltas mais rápidas (21).

Circuito de Silverstone – Foto: divulgação Fórmula 1

A Grã-Bretanha é, historicamente, o país que mais revelou pilotos para a Fórmula 1, com 179 representantes ao longo dos anos. Em 1.120 corridas disputadas até hoje, sempre houve pelo menos um britânico no grid. O Reino Unido também ostenta números expressivos: são 20 campeões mundiais, 319 vitórias, 308 poles, 787 pódios e 282 voltas mais rápidas registradas por seus pilotos.

Silverstone é um circuito de alta velocidade, caracterizado por curvas rápidas e fluidas. Por isso, os freios não sofrem tanta exigência como em outras pistas, como o Red Bull Ring, na Áustria. Com menor demanda de frenagem, as equipes voltam sua atenção para o ajuste fino dos carros e para a configuração aerodinâmica ideal ao longo do fim de semana.

Assim como em outros circuitos tradicionais da Fórmula 1, as curvas em Silverstone são identificadas por nomes emblemáticos, em vez de números. Entre elas estão a famosa Copse, a desafiadora sequência Maggotts-Becketts e a reta principal, que leva o nome de Sir Lewis Hamilton. Essa tradição também é mantida em pistas icônicas como Spa-Francorchamps, Mônaco e Monza.

O vento é um dos principais desafios em Silverstone e pode comprometer significativamente o desempenho dos pilotos. Por ser uma antiga base aérea, o circuito é bastante aberto, o que facilita a ocorrência de rajadas intensas. Essa condição afeta diretamente o equilíbrio dos carros, alterando seu comportamento em tempo real. É comum ver voltas rápidas sendo prejudicadas ou até mesmo erros de pilotagem causados por mudanças repentinas na direção do vento, o que também interfere na coleta de dados das equipes.

Para contornar esses obstáculos, os pilotos precisam adaptar seus pontos de frenagem, ajustar a velocidade de entrada no ápice das curvas e controlar com precisão a aceleração na saída delas.

Na configuração dos carros, a prioridade é reduzir o arrasto ao máximo. As equipes desenvolvem acertos específicos para Silverstone, semelhantes aos utilizados em circuitos como Baku e Montreal. Após a largada, os pilotos aceleram e percorrem duas curvas antes da primeira freada significativa, na curva Village (Curva 3). Nesse trecho, são 644 metros desde a pole position até o ponto de frenagem — porém, devido ao peso extra dos carros no início da corrida, os pilotos já precisam aliviar o pé do acelerador após apenas 255 metros.

Silverstone também se destaca por sua alta velocidade: cerca de 78% da volta é feita em aceleração total — uma das maiores taxas entre os circuitos do calendário da Fórmula 1.

E os compostos?

Desta fez a Pirelli fez uma alteração na escolha dos pneus, geralmente a gama dura é a escolhida para o evento, por conta da abrasividade do asfalto, assim como as características de exigência do circuito. Mas desta vez a fornecedora optou por uma gama um passo mais macia com relação à seleção dos últimos anos.

Até 2024 – a configuração C1, C2 e C3 era o repertório escolhido, para 2025 a configuração será: C2 (duro – faixa branca), C3 (médio – faixa amarela) e C5 (macio – faixa vermelha).

Seleção de pneus escolhida para o GP da Inglaterra – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

A Pirelli espera que com essa seleção, os pneus C2 e C3 façam parte da estratégia de corrida, abrindo um leque maior de possibilidades para os times. Se a chuva aparecer, é possível que os compostos intermediários ou de chuva extrema também entrem na equação das paradas.

Os pneus dianteiros são os mais exigidos, o traçado de Silverstone é extremamente rápido e as forças laterais estão sempre atuando nos pneus. As curvas que geram as maiores cargas são: 1, 8, 9, 10, 11, 12 e 15.

Os pilotos vivenciam algumas das maiores forças G laterais da temporada em sua passagem por Silverstone, com um máximo esperado de 5G na Curva 11 na sequência Maggotts-Becketts.

Programação – Horários do GP da Grã-Bretanha – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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