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Após último teste não surtir o efeito esperado, F1 abandona o desenvolvimento do paralamas

Os pneus não são o único vilão para produção de Spray nos dias chuvosos, a categoria precisará pensar em uma nova solução para evitar cancelamento de corridas no futuro

No início de maio a Ferrari auxiliou a FIA em testes para a avaliação de uma nova versão dos paralamas, peça desenvolvida com o intuito de reduzir o Spray em pista em dias chuvosos. No entanto, os testes não trouxeram o resultado que era esperado.

O design escolhido para a segunda versão, foi bem diferente daquele avaliado em Silverstone no ano passado. Nesta nova versão a FIA apostou em algo mais exagerado, para tentar compreender o quanto a visibilidade melhoraria se a água não fosse levantada pelos pneus.

Em Fiorano, a Ferrari enviou dois carros para a pista, onde um deles estava com os paralamas e o outro equipamento foi usado para analisar qual seria o efeito para o competidor que fica atrás.

Paralamas testados pela Ferrari não chegaram em um bom resultado – Foto: Reprodução/ formu1a.uno

A pista de Fiorano foi molhada para simular as condições de um dia chuvoso. A conclusão dos testes é que os pneus não são os completos responsáveis pelo Spray que acaba levantando com a passagem dos carros. O difusor do carro é o que realmente acaba expelindo uma grande quantidade de água e levanta aquela nuvem que inviabiliza que está atrás de enxergar alguma coisa.

Com base nos vídeos e na coleta de dados daqueles testes, a FIA concluiu que não vale mais a perna dar continuidade com o projeto de criar uma capa para cobrir as rodas em dias chuvosos. Desta forma a categoria buscará outros meios para tentar fazer essa redução do Spray.

Nikolas Tombazis, diretor de monopostos da FIA, falou com a Motorsport e confirmou que projeto dos paralamas foi interrompido.

“Sempre soubemos que havia dois fatores principais que contribuíam para a nuvem de Spray. Uma foi a quantidade de água captada do solo pelo difusor e a outra pelas rodas. O que pensamos em fazer é tentar projetar uma cobertura total para as rodas, mesmo além do que seria prático, para ver qual é o máximo que podemos alcançar com isso, para ver se essa é a solução ou não”, comentou Tombazis.

“O teste anterior dos paralamas foi muito, muito frágil e muito pequeno. E portanto, acho que nunca iria funcionar. Então fomos ao máximo só para ver o que podíamos conseguir de melhor. E embora tenham algum efeito, não têm um efeito significativo o suficiente para dizer que essa é a solução. Portanto, voltamos à estaca zedo.”

“Sabemos onde estamos, mas não creio que isso continue como um projeto neste momento, como tal. Agora sabemos que precisamos encontrar outras maneiras de proteger as corridas de um cancelamento.”

Quando a ação do difusor: “Teoricamente você poderia fazer algo lá, mas seria como remover todo o downforce e assim por diante. Então seria um grande problema. Não é um próximo passo fácil para ser honesto. Temos que discutir isso”, afirmou Tombazis.

“Precisamos pensar em soluções diferentes”, explicou. “Quero dizer, em última análise, o que queremos evitar é uma situação de Spa 2021 em que uma corrida seja cancelada, ou severamente encurtada, ou severamente atrasada.”

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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