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Um ano após a sua primeira vitória, Norris reflete sobre o peso desse acontecimento

A primeira vitória de Norris, obtida em Miami, ajudou o piloto a seguir em frente. O ano passado foi marcado por várias lições e momentos de altos e baixos que ajudaram o competidor a compreender mais sobre ele

Lando Norris retornará neste fim de semana ao local da sua primeira vitória na Fórmula 1. A condição é completamente diferente da enfrentada no ano passado, quando a McLaren estava tentando se recuperar de um começo difícil.

Atualmente o piloto luta pelo título da temporada 2025, tendo como principais rivais Oscar Piastri, Max Verstappen e George Russell. A diferença é que atualmente Norris luta desde o começo pelo título, enquanto no ano passado foi um processo mais complicado, pois o seu próprio time demorou para se dar conta que estava duelando também pelo título de pilotos.

Na ocasião, Verstappen já tinha criado gordura e alguns erros da McLaren e de Norris não viabilizaram a luta pelo título até o final.

Desde que faturou a primeira vitória em Miami, Norris venceu mais quatro vezes na Fórmula 1, sendo uma delas no início deste ano, durante o GP da Austrália. Quando pensa sobre esse primeiro trunfo na Fórmula 1, Norris disse: “Isso sempre me faz sorrir. A alegria, o alívio… Eu sou um cara que meio que precisa ver alguma coisa para acreditar, sabe? Eu achei que poderia ganhar uma corrida? Sim. Mas será que eu já entrei em uma [corrida] realmente acreditando que ia ganhar? Não. Então, depois de conquistar uma, isso me deu um pouco mais de fé, tipo, ‘Ok, eu posso ganhar uma corrida na F1 e posso vencer o Max’.”

“Tive um pouco de sorte em Miami com o Safety Car e tudo mais? Sim. Mas é assim que as corridas são. Às vezes, as coisas acontecem do seu jeito, às vezes não… às vezes, você só tem corridas chatas e precisa se classificar bem. No fim das contas, não importa como [eu tenha feito isso], eu ganhei uma corrida na F1”, comentou em entrevista para o site da Fórmula 1.

Até o momento que a vitória de Norris aconteceu, o piloto foi apelidado de “Lando no Wins” ou “Lando sem vitórias”. O erro no GP da Rússia e o fato de todos os adversários ao seu redor contarem com vitórias, deixava Norris em um ponto muito desfavorável.

Lando Norris em sua primeira vitória na Fórmula 1 – Foto: divulgação McLaren

Você se livra daquela vozinha que diz: ‘Não estrague tudo agora!’. Não é a maior mudança, mas quando essa voz surge ocasionalmente, quando você está liderando a corrida por um breve período ou largando na pole, isso ajuda você a se concentrar um pouquinho mais.”

A temporada passada foi marcada de altos e baixos. Norris venceu algumas provas, mas vários problemas marcaram a sua temporada, como as largadas ruins, erros em disputa com Max Verstappen, o fato de ser um piloto muito bonzinho em pista, também influenciou os seus resultados. Para alguns, o fato de não ter entendido que em pista o neerlandês não tem nenhum amigo, também pesou em alguns encontros em pista.

“Acho que [ao longo] do segundo semestre do ano passado aprendi muito sobre estar de volta à frente, correr sob pressão e competir contra os melhores do mundo”, reflete Norris. “Aprendemos muito mais lá do que quando estamos lá atrás fazendo outras coisas. Eu poderia ter tomado decisões melhores? Sim. Tomei? Não. Max merecia vencer, e eu não.”

“No final das contas, fiquei feliz por vivenciar tudo isso e aprender com tudo isso, porque definitivamente me ajudou a me tornar um piloto melhor agora, e estou muito mais preparado. Cada pessoa é diferente. Às vezes, as pessoas são mais naturais nessas coisas, e outras precisam aprender mais e dedicar mais tempo para aprender.”

“Para mim, foi uma boa experiência para o aprendizado. Algumas delas mais especificamente com o Max do que outras, mas em muitas situações diferentes. Mesmo sendo meu sexto ano, ainda foi uma curva de aprendizado muito grande.”

De um piloto que experimentou vários momentos pela primeira vez no ano passado, para um piloto que neste ano tem plenas condições de conquistar o título, mas já lidou com algumas falhas. É neste momento que o jovem e compenetrado Oscar Piastri assume a liderança do campeonato, para tornar o duelo interno na McLaren ainda mais duro.

O tempo que Norris passou na Fórmula 1 pesa muito, pois é cobrado do piloto uma maturidade maior, mais disciplina e uma postura diferente na pista. No entanto, a McLaren só apresentou um desempenho mais consistente do último ano para cá.

É por esse motivo que é cobrado de Norris uma postura diferente, pois finalmente o competidor conta com um equipamento melhor, e por ser o pupilo da equipe, deveria saber aproveitar essa fase apresentando resultados melhores.

“Refleti sobre o que era bom, o que não era bom, os pontos fortes, os pontos fracos e como você os combinava para se tornar um piloto mais completo. Acho que foi crucial para aprender e entender mais sobre mim mesmo e o que preciso melhorar.”

Ao longo dos últimos anos, o piloto britânico tem abordado muito sobre saúde mental, além de ser extremamente autocrítico e se focar em aspectos negativos, algo que atrapalha ele ao longo das competições.

Sempre fui muito duro comigo mesmo, porque nunca fui duro com ninguém… Nunca fui duro com a minha equipe, meus mecânicos, o carro, a configuração. Sempre trabalhei mais em mim mesmo do que culpei alguém, digamos, e isso me transformou na pessoa que sou.”

“Acho que há prós e contras nesse tipo de mentalidade… Muito disso tem sido bom, porque me faz focar em mim mesmo, e acho que sou muito bom em me entender, mas há o lado negativo de às vezes ser muito negativo consigo mesmo e meio que entrar naquele mundinho ruim.

“Em ambos os aspectos da minha vida – na F1 e também em casa – sinto que estou na melhor posição que já estive. Sei que vou cometer erros e me decepcionar, mas estou animado e confiante de que posso entrar em campo e fazer um bom trabalho todos os fins de semana.”

Ainda é difícil saber o que acontecerá no próximo evento ou até mesmo sobre o resultado do final da temporada, mas quando comparado com Piastri, Norris ainda será muito cobrado sobre as suas ações em pista.

“Provavelmente estou colocando muita pressão em mim mesmo neste momento, não por qualquer motivo [específico], e não devido ao campeonato e todas essas coisas”, comentou. “Eu simplesmente coloco muita pressão em mim mesmo porque quero me sair bem – eu quero me sair muito bem.”

“Quero estar na pole, quero vencer, quero ser perfeito. Acho que preciso aceitar um pouco mais que não vou ser perfeito e que estou cometendo erros porque estou tentando ser perfeito, e não o contrário.”

“Acho que só preciso relaxar um pouco e confiar um pouco mais na minha velocidade, porque minha velocidade [na Arábia Saudita], e minha velocidade em todas as corridas desta temporada, tem sido, eu acho, a melhor. Estou muito confiante de que posso vencer as corridas se me der uma chance melhor no sábado.”

O GP de Miami será uma corrida muito importante, pois as equipes vão começar a se movimentar para usar novos pacotes de atualização, reduzindo assim a diferença para a McLaren e deixando por consequência a temporada ainda mais acirrada.

Matéria completa no F1.com

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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