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OPINIÃO – Os erros têm colaborado para afetar a percepção que temos de Charles Leclerc

Com um início de temporada complicado, Leclerc levanta questionamentos sobre o seu desempenho e a capacidade de conquistar um título

Com tantos jovens talentos pelo grid, a aposta é de quem será campeão primeiro. Charles Leclerc surgiu com o potencial para campeão do mundo, principalmente após ter superado Sebastian Vettel quando chegou à Ferrari. Muitas vezes o monegasco é extremamente rápido, a maior prova é que o piloto tem 19 poles em seu nome, mas assusta com o número de vitórias, são apenas 5.

Alguns resultados melhores ficaram pelo caminho, por falhas nas estratégias da Ferrari, quebras do carro, mas ele também pode ser responsabilizado em parte delas. Erros e batidas também têm marcado o histórico de Leclerc com a Fórmula 1.

O piloto conta com velocidade, é inegável. Mas em alguns momentos, tentando tirar mais do que é possível do carro, ele comete erros e acaba encontrando os muros de contenção. Em algumas disputas em pista, principalmente nas corridas Leclerc simplesmente se apaga, some, aceita as ordens da equipe, poucas vezes questiona as escolhas que são feitas para ele. Quando erra se responsabiliza pela culpa, enquanto muitos outros no grid jogam o equipamento na fogueira e vão se resolver com os seus times depois.

Corrida após corrida, é necessário falar sobre o desempenho, questionar algumas atitudes. Já falamos muito sobre o assunto em lives e podcasts. A opinião da autora também é compartilhada por muitos outros.

Depois de um 2022 conturbado, em que Ferrari começou com muito potencial para conquistar um título mais se perdeu em erros, Leclerc também ficou um pouco desnorteado. E é assim que o monegasco começa 2023, propondo diversos questionamentos sobre a sua maturidade. A fama que era positiva, agora ganha um ar mais negativo pelos erros que se tornaram rotina. Os questionando giram em torno da sua maturidade e preparação para estar na categoria.

Leclerc defende uma das equipes mais tradicionais do automobilismo. A Ferrari tem buscado títulos, sonhado com mais vitórias. Suas falhas no projeto dos carros e gerenciamento também foram escancaradas, porém, essa é a equipe que não se importa muito com os pilotos, pois a Scuderia Ferrari ainda é um bem maior.

Em Miami Leclerc encontrou o muro por duas vezes, terminou a prova na mesma posição que começou, mas perdeu muito tempo atrás da Haas, sem conseguir ultrapassar Kevin Magnussen. Em alguns duelos em pista não apenas nesta prova, mas em tantas outras onde ele poderia dificultar mais para o adversário (mesmo sabendo que a posição será perdida), o piloto não oferece risco, joga o carro de lado e deixa passar. Em alguns momentos, parece que ao deixar os boxes da equipe, ciente que a Ferrari não tem muitas chances ele apenas aceita as condições.

No rádio, Leclerc não esbraveja com os engenheiros, não cobra a equipe, algumas vezes aceita a estratégia do time e vê a sua corrida ser comprometida. O fato de se responsabilizar pelos erros já foi muito usado pela própria Ferrari que deu preferência por jogar a culpa nos ombros do piloto do que o defender. Falta técnica em Leclerc, um posicionamento mais firme, alguns detalhes que o auxiliariam em pista.

Por menos, alguns pilotos foram defenestrados pela categoria. Leclerc ainda tem a chance de mostrar o seu talento e apresentar uma evolução. Mas até quando isso vai acontecer? Ter um equipamento alinhado faz muita diferença na carreira de um piloto, mas também se adaptar os desafios mostra que o competidor é diferenciado.

Estamos em um período da Fórmula 1, que algumas trocas vão acontecer pelo grid, mudanças são esperadas. Com o desempenho atual de Leclerc, o piloto conseguiria um bom contrato para outra equipe? Ou terá que permanecer com a Ferrari até que os dois consigam acertar? O time italiano agirá com Leclerc da mesma forma que lidou com Sebastian Vettel? São perguntas que merecem ser feitas, mas só vamos descobrir as repostas com o tempo.

Ser consistente também é importante nesse esporte, principalmente para chamar a atenção de outros times, conseguir um bom contrato, ter o poder de negociação. Até então, a Ferrari parecia ter uma das melhores duplas, mas o desempenho dos seus pilotos gera questionamentos, principalmente em um monto que a equipe está passando por muitas mudanças. Em um momento, Leclerc demonstrava ser o piloto certo para conquistar um título com a Ferrari, o piloto que tomaria as rédeas do projeto e faria a equipe trabalhar ainda mais para ele, mas não é algo que tem acontecido.

Com as falhas do monegasco sendo comentadas e evidenciadas, corrida sim e outra também, não é possível descartar a pergunta: Leclerc tem material para ser campeão? O piloto é extremamente jovem ainda, talvez com o carro certo e superando suas falhas, possam sim, mas sem dúvidas é necessário mostrar uma evolução.

Após cinco etapas do Campeonato 2023 da Fórmula 1, Leclerc ocupa a sétima posição, somando 34 pontos, contra 44 de Carlos Sainz. O pódio no Azerbaijão ajudou na capitalização de pontos do piloto.

 

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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