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GP da Emilia-Romagna – O desempenho dos pneus em um fim de semana com frio e chuva

Neste domingo a Fórmula 1 realizou o segundo GP da temporada 2021, a Pirelli foi a patrocinadora principal da etapa. Desta vez falo sobre os pneus e como as equipes utilizaram os compostos, pois em Ímola o início da prova contou com a presença da chuva.

Antes da paralização da prova na volta 34, vários times começaram a realizar as suas paradas na volta 27, quando a pista estava um pouco mais seca e permitia a utilização dos pneus slick. Sebastian Vettel foi o piloto observado na prova, já que partiu para os compostos médios na volta 20 – mesmo com diversos problemas, o desempenho do alemão foi considerado para que os outros times estabelecerem as suas estratégias.

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Realizar um pit-stop em Ímola significa perder tempo, portanto as equipes precisam ficar atentas ao que está acontecendo na pista. Em uma prova que começou com chuva, escolher o momento da parada é fundamental para ter um desempenho melhor na pista.

A atuação de cada tipo de pneu

A melhor volta com cada pneus – Foto: reprodução Pirelli

Chuva extrema – faixa azul: apenas quatro pilotos apostaram neste composto para a largada, vimos ele no carro de Pierre Gasly, Esteban Ocon e a dupla da Haas. A escolha para o piloto francês da AlphaTauri não foi muito boa, poucas voltas após o início da corrida, Gasly que largou da quinta posição começou a se tornar um alvo fácil na pista, sendo ultrapassado por vários pilotos até deixar o Top-10. O piloto foi para os boxes na volta 14 retornando com os pneus intermediários, até que parou mais uma vez na volta 26 para colocar os médios.

A equipe notou já na primeira volta que Ocon estava com os pneus errados, aproveitando a entrada do Safety Car na primeira volta (por conta da batida de Nicholas Latifi e depois dos destroços deixados por Mick Schumacher) – o piloto da Alpine foi para os boxes e passou a utilizar os pneus intermediários, pode-se juntar ao pelotão e passou a escalar o grid.

Intermediários – faixa verde: a aposta correta para a largada, já que mesmo com a previsão para a chuva permanecer por mais algumas voltas, a pista começou a secar, criando um trilho que favorece o desgaste acentuado dos pneus de chuva, mas certamente o composto de chuva extrema sofre muito mais conforme a pista vai secando. Grande parte dos pilotos completaram até 28 voltas com ele, quando sentiram confiança para instalar os pneus de pista seca.

Médios – C3: o pneu mais utilizado para encerrar a prova, já que restavam cerca de 30 voltas para o encerramento – já que as equipes não tinham contado com a paralização por bandeira vermelha na volta 34 – por ser um composto resistente e que possibilita atingir a temperatura mais rápido, quando comparado aos pneus duros, várias equipes não tiveram dúvida sobre a sua utilização. Esteve na estratégia do líder, assim como na escolha da Mercedes, para que Hamilton pudesse se recuperar na pista após aquela batida e tivesse goma suficiente para o final da prova.

O inglês utilizou o pneu médio usado, mas com a paralização da prova, instalou um conjunto de pneus médios novos, enquanto Max Verstappen permaneceu com o composto instalado da sua parada nos boxes.

Macio – C4: entre os dez primeiros, apenas dois pilotos apostaram neles para a fase final da corrida, mas a estratégia funcionou bem para Lando Norris, o piloto da McLaren estava utilizando os pneus médios até a paralização, mas a equipe optou pela instalação dos compostos de faixa vermelha, ajudando o piloto na relargada que pode contar com um aquecimento mais rápido deles e mais aderência em uma pista que ainda estava úmida.

A estratégia também foi adotada para Daniel Ricciardo que terminou em P6. Além destes pilotos Pérez, Tsunoda e Vettel fizeram algumas voltas com eles.

Duros C2: não foram usados em toda a corrida, com a pista fria eles não eram uma boa aposta para a prova.

Pneus utilizados durante a corrida – Foto: reprodução Pirelli

Valtteri Bottas

Durante todo o fim de semana, mesmo sem a presença da chuva durante os treinos livres e classificação, o frio marcou as sessões. O cenário era bem diferente das altas temperaturas que foram enfrentadas no Bahrein, onde a goma dos compostos é consumida rapidamente.

A pista fria gera outra dificuldade, atingir a temperatura ideal dos compostos, já que o calor não é suficiente. Valtteri Bottas não teve uma classificação boa justamente por conta desta circunstância, o seu melhor tempo durante os treinos livres estava aparecendo na segunda ou terceira tentativa de volta rápida.

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Na classificação os times tentam resolver a conquista da volta rápida logo após o giro de saída dos boxes, o tempo do Q3 é ainda mais limitado, portanto o finlandês não teve como trabalhar a busca do melhor tempo com mais voltas. Os problemas com os pneus perduraram até a corrida, dificultando a recuperação do piloto na corrida.

O finlandês ficou brigando pelo Top-10 mas enfrentou George Russell e os pilotos acabaram batendo, onde a prova dos dois acabou na volta 34.

Quantidade de pneus disponível para cada piloto pós classificação – Foto: reprodução Pirelli

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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