A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) terá um novo departamento, para lidar com as decisões tomadas pelos comissários na Fórmula 1. O intuito é tornar tudo mais profissional no futuro e com mais checagem.
Em setembro do ano passado, a FIA já tinha comunicado a introdução de um novo departamento, para conseguir treinar fiscais em várias vertentes, criando um plano de carreira.
O “Departamento de Oficiais” será liderado por Matteo Perini, que foi nomeado Gerente de Comissários Esportivos da FIA. O italiano foi encarregado de fornecer treinamento para a próxima geração de funcionários, garantindo dessa forma que existam novos talentos com os quais a FIA possa trabalhar.
A FIA já havia reconhecido que faltam comissários, diretores de corrida e outros oficiais, além disso, pessoas que tenham uma “alta patente” para coordenar categorias como a Fórmula 1.
Nos últimos meses a FIA passou por um grande desfalque, perdendo vários funcionários. Próximo do encerramento da temporada 2024 da Fórmula 1, a FIA precisou mudar o diretor de corrida, por conta da saída repentina de Niels Wittchi. Rui Marques foi escolhido para finalizar o campeonato, lidando também com as categorias de base que estavam presentes no evento da F1.
Mas não foram apenas esses desfalques que motivaram a atitude da criação do departamento. Os pilotos da Fórmula 1, assim como as suas equipes, passaram a criticar algumas decisões da FIA e como algumas punições foram aplicadas nos últimos anos.
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A falta de consistência, a mudança dos profissionais de evento para evento e em alguns momentos, a falta de entendimento do regulamento – que tem suas partes interpretativas – dificultaram a linearidade de decisões.
Como explicou a FIA em setembro, 302 mil oficiais formais, fiscais e voluntários, atuando nos mais de 60 mil eventos realizados a cada ano, mas é necessário ter um “corpo mais profissional”.
“Provavelmente está ficando um pouco injusto depender apenas das pessoas que fazem isso de bom grado, e é isso que temos agora. Queremos adotar uma entidade mais profissional no futuro. Isso não significa excluir os voluntários, mas sim ter um órgão que possa passar a manhã de segunda-feira após uma corrida analisando cada decisão, certificando-se de que foi tomada corretamente, vendo o que pode ser melhorado”, comentou Nikolar Tombazis, diretor de monopostos da FIA à Motorsport.com.
“Isso será combinado com um centro remoto mais poderoso, onde haverá mais monitoramento de uma série de infrações, e tudo isso será interligado. Esse é o objetivo geral. No final das contas, [neste departamento] terá um grupo mais amplo de pessoas disponíveis para fazer isso e proporcionará mais tempo para analisar tudo e assim por diante. Só para deixar claro, isso sem tirar nada do grupo que temos agora, que é muito experiente e está servindo há 20 ano”, seguiu.
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Embora, em uma última análise, as decisões dos comissários sejam vistas como mais consistentes, ainda é necessário pavimentar o caminho para a preparação de novos profissionais na área.
“Já existe um programa de comissários de alto desempenho e um programa de diretores de corrida, que está em andamento há alguns anos. Cerca de 30 pessoas foram selecionadas por autoridades esportivas nacionais e patrocinadas por certas pessoas e ajudadas através do programa de diferentes regiões. Essas pessoas sobrem na escala, e finalmente podem acabar na Fórmula 1, ou no rali, ou na Fórmula E no futuro. Então, acho que isso está indo razoavelmente bem há vários anos”, comentou.
“Dito isso, há também a sensação de que deve ir ainda mais longe. Deve ser um departamento adequado que lidere essas questões. Sentimos que na Fórmula 1 recebemos muitos comentários sobre a consistência dos comissários. Eu me apressaria em acrescentar que a análise também foi feita até mesmo por equipes, o que indicou que os comissários são realmente muito consistentes.”
A temporada ainda não foi retomada, mas a FIA já entrou em mais uma polêmica com a publicação do regulamento esportivo, com o intuito de ser mais regidos para coibir o uso de palavrões, assim como comportamentos que eles consideram inadequados.
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