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Após dificuldades, Mahindra e Lucas Di Grassi miram na próxima temporada da Fórmula E

Depois de mais um resultado ruim, Lucas Di Grassi reforça que Mahindra está "muito longe da competitividade" desejada

O e-Prix de São Paulo realizado neste último sábado (25) não teve o resultado planejado pelo brasileiro Lucas Di Grassi. O piloto da Mahindra esperou muito por essa oportunidade de correr no Brasil, mas o cenário não foi favorável.

A Mahindra não está em uma boa fase, desde o início da temporada os pilotos da Mahindra estão lutando para conseguir pontos. Di Grassi faturou um pódio no e-Prix do México, enquanto Oliver Rowland foi o sexto colocado durante a prova realizada na índia. Juntos os pilotos somaram para a equipe 26 pontos.

O e-Prix da Cidade do Cabo foi uma prova complicada para a equipe, a Mahindra se retirou da etapa depois que o carro de Lucas Di Grassi apresentou um problema na suspensão traseira. Os bumps da pista foram os responsáveis por tirar a equipe da rodada, inviabilizando a busca por pontos.

O piloto brasileiro explicou o problema ao Boletim do Paddock às vésperas do e-Prix de São Paulo, quando perguntado se tudo estava resolvido para está etapa.

“Foi um reforço da suspensão, nós dimensionamos a suspensão para todas as provas que a gente conhecia, mas a prova na África do Sul era muito ondulada e a suspensão não aguentou. Por isso a gente não pode correr. Foi uma coisa relativamente simples, foi solucionado, está tudo certo e a gente deve ter o carro 100% aqui.”

Lucas Di Grassi afirma que a equipe já está trabalhando para a próxima temporada após a dificuldade apresentada neste Campeonato – Foto: reprodução Fórmula E

A Mahindra tem trabalhado para melhorar a sua performance, mas os problemas que surgiram afetam diretamente na competitividade da equipe. O brasileiro gostaria de ter um carro ao menos para disputar pontos em São Paulo, mas Di Grassi confessou que a equipe já está trabalhando para ter um cenário mais favorável na próxima temporada.

“O fato é que estamos ainda muito longe da competitividade. Mesmo que largasse bem mais à frente, o carro não teria ritmo para terminar bem. Falta muito desenvolvimento. E nossa missão agora é correr atrás de soluções para esse problema, com mais foco em 2024 do que agora”, resumiu.

No sábado os 22 pilotos da Fórmula E se enfrentaram na classificação para a definição do grid de largada. Di Grassi começou a corrida da última posição depois que tocou o muro de contenção na curva 8 durante a sessão classificatória. Com a suspensão dianteira danificada, a Mahindra não conseguiu devolver o piloto para o traçado, Di Grassi então começou a corrida da última posição.

“Tentei cortar a zebra ao máximo, e por uns dois centímetros acabei pegando a parede e entortei a suspensão. Mas, ainda assim, acho que mesmo se largássemos no top 10, hoje não acho que seria possível chegar no top 8. O carro não andava.”

“Na hora eu não conseguia acreditar, mas essas coisas acontecem quando você está andando no limite máximo – e neste caso eu estava acelerando tudo mesmo pra ter alguma chance de largar mais na frente”, disse ele. “Foi uma pena ter acontecido aqui no Brasil, uma corrida que eu queria muito disputar – e terminar bem”, destacou.

O traçado escolhido para o e-Prix de São Paulo, bem como a superfície que os pilotos percorreram neste fim de semana, tornou a prova bem desafiadora. Os competidores relataram a falta de aderência e a dificuldade para realizar as freadas. O resultado foi uma prova bem disputada, mas também marcada por alguns incidentes e a presença do Safety Car.

Di Grassi realizou ultrapassagens e aproveitou alguns abandonos para cruzar a linha de chegada na décima terceira posição. O brasileiro não faturou pontos, mas conseguiu terminar em uma posição melhor quando comparado com o lugar que iniciou a prova. O carro não tinha ritmo e a perda de rendimento fez com que Di Grassi terminasse fora da zona de pontuação.

“Na corrida de hoje, nós usamos muita energia, e nesse aspecto o carro não foi eficiente o bastante. Aí perdemos algumas posições e finalizamos em 13º. A ideia era ficar bastante tempo na pista, para depois pegar o Modo Ataque e segurar a nossa posição até o fim. Era o máximo que podíamos ter feito. Ficou evidente que em pistas que demandam bastante energia, como a do Anhembi, teremos muita dificuldade. Nossas maiores chances são em pistas que não suguem tanto energia, como Londres”, calculou o brasileiro.

Foi uma prova bem interessante para comparar o desempenho daquelas equipes que compartilham o mesmo powertrain. A Mahindra compartilha o seu equipamento com a Abt, entre Oliver Rowland [companheiro de Di Grassi], Robin Frijns e Nico Müller, o piloto brasileiro foi o que teve o melhor desempenho.

“O carro não esteve bem. Eu ainda consegui chegar na frente entre nossas unidades motrizes mesmo largando de último, ou seja, a corrida do meu lado foi boa. Fiz o que podia”, disse Di Grassi.

Depois da prova o piloto tentou encontrar um ponto positivo, principalmente com a realização da corrida em seu país, afinal, a prova foi uma das grandes conquistas da Fórmula E.

“Eu acho que neste final de semana o mais importante, para mim, pessoalmente, foi ver a corrida ser realizada. É um sonho antigo, de quase dez anos. Toda a minha família está aqui, pais, primos etc. E muitos amigos também”, disse ele. “Os organizadores da Fórmula E ficaram muito felizes, os pilotos adoraram a pista, o público vibrou bastante… Enfim, foi um dia incrível de uma estreia emocionante. A corrida foi, como sempre, muito boa. Então eu acho que o que vimos hoje coloca o Brasil como um dos lugares mais legais do calendário. Estou bem feliz por isso”, avaliou.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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