Neste fim de semana a Fórmula 1 disputará a 16ª etapa do calendário, a corrida acontece no circuito de Suzuka, muito tradicional e que já faz parte da história da Fórmula 1.
A Red Bull foi desarmada em Singapura, prova que antecedeu a etapa do Japão. A Ferrari faturou a vitória, quebrando a sequência dominante da Red Bull. Na ocasião, o time austríaco não realizou uma boa classificação, desta forma outros adversários tiveram a oportunidade de buscar uma vitória no circuito travado.
Foi Carlos Sainz que sobressaiu, o piloto teve uma atuação forte no circuito, depois de faturar a pole no sábado. Ao final da corrida noturna, Sainz e Lando Norris trabalharam juntos para bloquear a dupla da Mercedes. Infelizmente George Russell estragou com a sua prova na última volta disputada no circuito e com isso, Lewis Hamilton pode celebrar o pódio.
A Red Bull ficou fora do Top-5, com Max Verstappen terminando a corrida apenas na quinta posição, com Sergio Pérez em oitavo. O apagão do time austríaco em Singapura foi atestado ao longo de várias simulações na fábrica, a equipe não conseguiu resolver os problemas para que eles tivessem um desempenho melhor. No entanto, a prova foi interessante até mesmo para Max Verstappen, que precisou realizar uma corrida de recuperação, enfrentando uma realidade diferente da que conhece desde o começo do ano.
Foi neste circuito no ano passado que o holandês faturou o seu segundo título na Fórmula 1. No entanto, a corrida não disputada por completo, pois a chuva torrencial dominou o domingo. Mesmo com a ação do Safety Car e as poucas voltas que foram coletadas, o holandês recebeu todos os pontos e faturou o título na casa da Honda.
O GP do Japão é famoso por ter recebido algumas decisões de campeonato, desta forma, a conquista do título por Max Verstappen era algo que gerava certa ansiedade na equipe.
Por conta da fama de ser o palco do triunfo de pilotos que tem mundiais na carreira, talvez seja por isso que é um dos mais reverenciados pelos competidores. Para vários cabeças de gasolina a pista é muito especial devido as provas de tirar o fôlego que foram protagonizadas por Ayrton Senna nas decisões dos campeonatos de 1988, 1989 e 1990.
Apenas duas pistas receberam o GP do Japão, o autódromo Fuji Speedway foi escolhido para as primeiras provas que ocorreram no Japão nos anos de 1976 e 1977, até ser retirado novamente do calendário por 10 anos. Seu retorno se deu em 1987 no autódromo de Suzuka, hospedando a Fórmula 1 de forma exclusiva e ganhando a reputação de corrida mais desafiadora da temporada.
Nos anos de 1994 e 1995 o país teve duas competições, onde foram nomeadas como Grande Prêmio do Pacífico. Os problemas para formar o calendário da F1 não foram provocados apenas na pandemia, antes a categoria já recorria a títulos honoríficos quando precisava realizar mais uma prova no mesmo país – com isso, as provas recebiam nomes diferentes.
A competição que havia se mudado para Suzuka em 1987, voltou a ocorrer por dois anos seguidos em Fuji (2007-2008), com parte de um acordo entre Toyota e Honda, mas devido à desaceleração da economia global a Toyota acabou deixando o caminho livre para que a corrida fosse disputada em Suzuka.
A Pista
Dez anos depois da ausência da Fórmula 1 no país, a competição ganhou uma nova casa, com um circuito redesenhado pelo holandês John Hugenholtz e é propriedade da Honda e utilizado como pista de testes pela marca japonesa. Acabou ganhando o coração dos fãs por ser uma pista rápida e exigente e foi palco de vários momentos memoráveis e dramáticos ao longo da sua história.
A Curva 130R
A famosa curva 130R recebeu esse nome por causa do seu raio de 130 metros, podendo ser feita a mais de 300 km/h em sétima marcha. Os pneus são bem exigidos por todo o circuito, mas é nesta curva que eles precisam entregar o máximo de eficiência.
O formato em ‘8’ do traçado beneficia o desgaste dos pneus, pois ocorreu um certo equilíbrio por conta do desgaste mais uniforme dos cantos dos pneus, que distribuem a carga de forma igual. O traçado é composto por 10 curvas para a direita e 8 para a esquerda.
O traçado é praticamente todo composto por curvas, apenas 1,2 km da volta é composto por retas, dos 5.807 km que formam o traçado. Por conta desta falta de retas o circuito conta com apenas uma zona de ativação do DRS, assim como Mônaco.
Se a 130R é uma das curvas mais rápidas da F1, o circuito também conta com a curva 11, uma das mais lentas, completada em cerca de 60 km/h. A zona de frenagem da curva 11 é uma das mais desafiadoras, para completá-la os pilotos acionar os frios na metade da curva 10, eça é completada perto dos 3,5G. A aceleração é o destaque deste traçado.
O traçado é extremamente técnico, como muitos dos circuitos mais antigos do calendário. Um erro em qualquer parte do traçado prejudica toda o giro neste traçado.
Michael Schumacher é o piloto que conta com mais vitórias no traçado, o alemão venceu 6 vezes em Suzuka. Empatado com 4 vitórias cada, estão Sebastian Vettel e Lewis Hamilton. No número de poles, Michael Schumacher obteve 8, enquanto Vettel obteve 5 poles no traçado e Ayrton Senna e Nico Rosberg ficaram empatados com 3 cada.
Na prova deste ano a curva 2 do circuito terá um detalhe para observar. Em Suzuka Sebastian Vettel revelou o seu mais novo projeto, voltado para a biodiversidade e a preservação do meio ambiente. Neste fim de semana será possível observar a curva 2 pintada de amarelo e preto, sinalizando a iniciativa “Buzzin’ Corner” apresentada pelo tetracampeão mundial de Fórmula 1.
Vettel aproveitou o momento para promover a conscientização sobre a importância dos insetos e da biodiversidade em geral. Sebastian também ajudou na instalação de 11 casas para abrigar os insetos. O alemão também ajudou na instalação de casas para insetos no Red Bull Ring, durante a prova organizada em 2021.
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No final da tarde de quinta-feira no Japão, Vettel apresentou o projeto e os pilotos ajudaram a pintar as casas que foram instaladas no circuito, na Curva 2.
Pneus
Por ser um traçado exigente para os pneus e ainda contar com um asfalto abrasivo, a Pirelli trabalha com a gama dura de pneus neste traçado, formada pelos compostos: C1 (duro – faixa branca), C2 (médio – faixa amarela) e C3 (macio – faixa vermelha).
Durante a volta os pilotos quase não pisam nos freios dos carros, algo bem diferente do que acontece em Singapura. Mesmo com a pista contando com uma curva praticamente interligada na outra, o traçado ainda é bem fluído.
Neste fim de semana a Pirelli utilizará a sexta-feira para a verificação do pneu C2 que pode ser usado no próximo ano. Cada um dos pilotos recebe dois jogos deste composto, para trabalhar no TL1 e TL2 realizando as verificações necessária, depois será passado um feedback para a Pirelli.
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O novo pneu foi pensado para fornecer mais aderência, além disso, é uma forma da Pirelli aproximar ainda mais o C1 do pneu C2 e C3. O horário do TL1 e TL2 não sofrerá alteração por conta deste teste, as duas atividades seguem com a duração de 1 h cada.
Existe a expectativa de chuva para a sexta-feira, mas se la surgir no circuito deve ser breve. Provavelmente os competidores não vão enfrentar a chuva torrencial como aconteceu no ano passado durante o domingo – quando o evento teve duração de 4 horas.
