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Pilotos criticam novo formato de classificação que será testado na Hungria

Comprometer a ação de pista na sexta-feira, fez com que os pilotos não gostassem do novo formato que está sendo testado na Hungria

Sempre que os campeonatos resolvem realizar algum teste com a temporada em andamento, gera questionamentos do quanto isso vai impactar a competição. A Fórmula 1 é uma categoria consolidada, mas com a chegada de novos fãs e com a busca por ser mais sustentável, muitas mudanças foram realizadas nos últimos anos.

A categoria implementou a Sprint, precisou mudar as questões de pontuação e alterou novamente o formato nesse agora. Agora é a vez da F1 avaliar um ‘novo formato de classificação’, além de reduzir a quantidade de pneus que podem ser usados ao longo do fim de semana.

Fernando Alonso comentou essas mudanças no meio da temporada, geralmente quando essas alterações acontecem com a competição em andamento, os competidores não se mostram muito favoráveis.

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“É um fator que temos que analisar com cuidado nas próximas corridas. Não sou muito adepto de mudar as regras no meio de um campeonato, é como mudar a bola no meio de um torneio de tênis”, comentou o piloto espanhol.

O formato da classificação neste fim de semana

A classificação do GP da Hungria vai determinar quais pneus devem ser usados em cada fase da sessão. Durante o Q1 os competidores só podem usar os pneus duros, quem avançar para o Q2 precisa trabalhar com os pneus médios e no Q3 estão liberados os compostos macios.

Alguns carros têm mais facilidade para trabalhar com um determinado tipo de pneu, além disso está atrelada a capacidade do competidor de gerenciar a temperatura dos compostos.

Nos finais de semana com Sprint a categoria já está avaliando um sistema parecido, embora na classificação Sprint – com tempo reduzido – o uso esteja limitado aos pneus médios e macios. No Q1 e Q2 os competidores usam os pneus de faixa amarela e no Q3 que é a fase para obter o melhor tempo da sessão, os pneus macios estão liberados.

Esses são os pneus que foram definidos para o GP da Hungria, com utilização da ATA – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock
Outras implicações

“No final das contas é o mesmo para todos, devemos nos entender com o pneu da melhor maneira possível e extrair o máximo. Se houver mudanças, precisamos de algumas corridas. Parecem semelhantes, mas devemos esperar”, seguiu Alonso.

Mesmo com a Red Bull exibindo um excelente desempenho, os times do pelotão intermediário estão lutando fortemente por espaço e para demonstrar o melhor desempenho. Dessa forma, mudanças podem implicar nos seus resultados da corrida e até mesmo contribuir para definir a disputa. Esse formato de classificação será analisado durante o GP da Hungria e Itália.

Ao longo da sexta-feira na Hungria, era nítido que as equipes estavam tentando economizar pneus novos, pensando na classificação e na corrida. No entanto, cada um dos pilotos vai seguir para o sábado (pós TL3) e corrida, com sete jogos de pneus.

São 11 conjuntos disponíveis para a realização do evento na Hungria, divididos entre 3 pneus duros, 4 pneus médios e 4 macios. Basicamente, para não consumir muito dos seus jogos de pneus, eles têm cerca de um pneu por sessão para avaliar. A limitação é um ponto ruim para os times que precisam fazer suas avaliações tanto para se preparar para a prova, como para chegar as atualizações que foram implementadas para o fim de semana na Hungria.

“Tínhamos apenas um pneu que usaríamos nesta sessão. Não é realmente um grande formato esta mudança que eles fizeram para o fim de semana, apenas significa que vamos rodar menos”, comentou Hamilton para a Sky Sports.

“Não é o ideal, e há muitos pneus de chuva que eu acredito que eles jogam fora depois de todo o fim de semana, tipo muitos, talvez eles devessem olhar para algo assim, em vez de tirar tempo de pista dos fãs”, seguiu Hamilton.

O ‘novo formato’ de classificação e fim de semana na F1, não deixou uma boa primeira impressão para os pilotos – Foto: reprodução Mercedes

Max Verstappen também tem uma opinião semelhante sobre o assunto: “Com este novo formato, você fica super limitado com os pneus que pode usar e não queria usá-los hoje para pelo menos ter uma preparação melhor amanhã.”

O holandês e Pérez ficaram abaixo dos dez primeiros colocados no TL2. Durante a primeira atividade que foi realizada no circuito, por conta da chuva, Verstappen preservou o seu equipamento, mas Pérez encontrou o muro de contenção, danificando o RB19.

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“É uma pena. Há tantas pessoas por aqui e você basicamente não corre muito, então temos que ver o que é possível fazer para melhorar isso. Estamos literalmente apenas economizando os pneus, o que não acho que seja a forma correta”, completou Verstappen.

A Fórmula 1 está buscando uma forma mais sustentável de lidar com o seu fim de semana. A economia gerada com o GP da Hungria e o da Itália, significa que 40 conjuntos ou 160 pneus serão economizados. Se a categoria implementar essa configuração para o próximo ano com 24 corridas, são menos 3.840 pneus ao longo da temporada.

No entanto, a F1 também está pensando em formas de reduzir a quantidade de treinos livres e isso também pode implicar na quantidade de pneus que serão fornecidos.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.
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