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Norris domina no México e McLaren se destaca com estratégia perfeita de pneus

Lando Norris aproveitou a pista escorregadia e uma estratégia de apenas uma parada para conquistar uma vitória dominante no GP do México, enquanto Hamilton foi penalizado e perdeu o controle da prova

Lando Norris conseguiu uma vitória dominante no GP do México de 2025, o piloto da McLaren colocou a sua equipe mais uma vez no topo, cruzando a linha de chegada com mais de 30 segundos de diferença para o segundo colocado.

Com o resultado deste fim de semana, Norris obteve a sua 6ª vitória da temporada, além de ser a 13ª da equipe Papaya na temporada. Após quatro corridas sem ter um dos competidores na ponta, Norris aproveitou um fim de semana complicado para Max Verstappen e Oscar Piastri, para assumir a liderança do campeonato.

O evento mostrou o desafio do circuito: as equipes perceberam que o asfalto estava bastante escorregadio, influenciado pela configuração dos carros, pela altitude da pista e pelo acúmulo natural de sujeira, além do tempo necessário para o processo de emborrachamento se consolidar.

Desta forma, nos treinos livres os pilotos abandonaram os pneus duros, para se concentrar no trabalho com os compostos médios e macios, mesmo que isso requeresse uma segunda parada nos boxes. Ao longo do segundo treino livre – sessão que oferece condições mais próximas de como estará a pista durante a corrida, viu os pilotos se dedicando a simulação de corrida e aos stints mais longos com os pneus macios e médios da etapa.

O circuito do México é uma pista lisa, mas os pneus sofrem com a degradação térmica, por conta das temperaturas do asfalto. Os pilotos constantemente falam sobre a sensação de guiar no gelo e dependendo da configuração do carro, essa questão fica mais evidente.

Max Verstappen e Oscar Piastri foram dois pilotos que passaram o evento todo desconfortáveis com o carro; no caso do neerlandês, a sua maior dificuldade estava nas voltas rápidas, mas no ritmo de corrida ele tinha achado alguma coisa ao longo das sessões. Do lado do australiano, embora ele sentisse que tinha ritmo em volta rápida, sofreu muito para conseguir alguma coisa e sempre tinha a sensação de que era possível melhorar.

O sentimento se traduziu na corrida, a Red Bull apostou em uma estratégia diferente, mas que surtiu efeito para Verstappen. O competidor largou com os pneus médios, fazendo o oposto dos adversários. Max conseguiu permanecer na pista até o giro 37 com os compostos médios, mesmo saindo de pista e cometendo erros, mas apostou em apenas uma parada.

 

Estratégia de pneus do GP da Cidade do México – Foto: divulgação da Pirelli

A escolha pareceu otimista e ousada, já que na largada Verstappen saiu de pista e sujou os pneus, enquanto batalhava por uma melhor posição. No sexto giro o competidor entrou em batalha com Lewis Hamilton pelo terceiro lugar, que rendeu ao competidor uma batida com o britânico e mais uma saída de pista. Ao longo dos treinos livres foi possível observar que com poucas voltas Verstappen ficava desconfortável com os pneus, então não parecia que ele conseguiria levar tão longe essa escolha.

O segredo de conseguir gerenciar uma estratégia de apenas uma parada, surtiu efeito para Max, já que pilotos como Oliver Bearman, Oscar Piastri, Andrea Kimi Antonelli e George Russell apostaram em uma segunda troca de pneus, com o intuito de buscar o piloto da Red Bull na pista e tirar ele do pódio. Porém, a escolha dos adversários gerou o efeito oposto e deixou eles travados em uma disputa separada.

Ao final da corrida, mesmo com pneus macios, contra os médios de Charles Leclerc, Verstappen conseguiu brigar pelo segundo lugar e só teve a busca interrompida, pois Carlos Sainz bateu no estádio e provocou a ativação do virtual Safety Car.

Verstappen também conseguiu escapar de uma punição, por conta daquela batida com Hamilton no sexto giro, algo que não impactou a prova do neerlandês, mas fez muita diferença na corrida do piloto da Ferrari.

Por falar no time de Maranello, esse foi um fim de semana que eles tinham muito para celebrar, os dois carros saíram de P2 e P3, em um ato que parecia inimaginável até eles chegarem nos Estados Unidos. A expectativa era que o time conseguiria um pódio duplo no México, mas a punição para Hamilton acabou com a sua corrida.

Voltando para largada, Verstappen não foi o único que escapou na pista, o mesmo aconteceu com Charles Leclerc. O monegasco entrou em confronto com Lewis Hamilton pela segunda colocação, quando o heptacampeão mundial fez o possível para aproveitar aquela longa reta depois da largada. O monegasco escapou da pista e pela vantagem adquirida, devolveu a posição apenas para Lando Norris, mas ficou o sentimento de que ele também deveria ter devolvido para o companheiro de equipe.

Depois disso a prova de Leclerc e Hamilton se dividiu. Enquanto o monegasco se distanciava cada vez mais de Norris, impossibilitando um duelo McLaren versus Ferrari, Hamilton precisou lutar muito pelo terceiro lugar. O monegasco foi até o final em um segundo lugar tranquilo, só precisou cuidar da posição nos metros finais da corrida, como mencionado anteriormente.

A corrida rapidamente se tornou palco de polêmica. No embate entre Verstappen e Hamilton, o neerlandês saiu da pista na sexta volta e, poucos metros depois, Hamilton também escapou na curva 4. Os comissários investigaram três situações relacionadas a esse lance: a colisão entre Verstappen e Hamilton, que tirou o heptacampeão da pista — mas não resultou em nenhuma ação; a saída de Hamilton na curva 4, quando ele não seguiu as instruções do diretor de corrida — porém, não houve penalidade, já que o carro estava muito carregado ao entrar naquela parte do circuito e não havia como usar o caminho auxiliar, o que, teoricamente, poderia gerar uma punição de cinco segundos.

O que realmente marcou a corrida do heptacampeão foi seu retorno à pista à frente de Verstappen. Os comissários entenderam que ele havia obtido uma vantagem duradoura e aplicaram uma penalidade de 10 segundos a Hamilton. Com isso, o piloto da Ferrari perdeu completamente o controle da corrida. Os escapamentos de pista do início da prova não receberam a mesma atenção, assim como a nova colisão entre os dois campeões, mas apenas Hamilton foi severamente punido. A penalidade de 10 segundos tem sido utilizada como forma de aplicar peso maior a infrações consideradas mais graves pelos comissários.

Hamilton também foi para estratégia de duas paradas, mas terminou a corrida na oitava posição, quando ficou perto de conseguir o seu primeiro pódio com a Ferrari em corrida principal.

Norris apostou na estratégia de apenas uma parada, sendo a escolha ideal para sua corrida e permitiu ele cruzar a linha de chegada com 30 segundos de vantagem, ampliando a distância volta por volta para Leclerc. O piloto foi um daqueles que apostou nos pneus macios para o início da corrida, pensando em conservar a primeira posição, pois a chegada na primeira curva do circuito do México é muito desafiadora.

Foram 12 pilotos que optaram pelos pneus macios na largada, seis com os médios (Max Verstappen Red Bull Racing, Isack Hadjar Racing Bulls, Yuki Tsunoda Red Bull Racing, Carlos Sainz Williams, Gabriel Bortoleto Sauber e Pierre Gasly Alpine) foram com pneus médios, enquanto Alex Albon, Williams e Franco Colapinto Alpine optaram pelos duros.

Performence dos pneus do GP do México – Foto: divulgação da Pirelli

O argentino que guia pela Alpine completou 48 voltas com os pneus C2, enquanto Ocon fez 44 voltas com os pneus C4. Gasly foi o piloto que conseguiu 37 voltas com os macios, mas não conseguiu entrar no top-10.

Criando um gap maior entre o pneu duro da etapa e o médio, as equipes então focaram no trabalho dos pneus médios e macios da etapa. A escolha foi a mais adequada, levando em consideração que muitos pilotos relataram problemas com a falta de aderência. Mesmo a estratégia de apenas uma parada sendo a melhor escolha no final, a troca adicional para alguns pilotos movimentou o duelo.

Bearman se beneficiou da segunda troca de pneus, depois de uma largada segura. O competidor ficou muito perto de chegar ao pódio, mas conseguiu, com o 4° lugar, repetir o melhor resultado da Haas da história. Vale dizer, que a dupla da Mercedes, tentou de todas as formas superar Bearman, primeiro com Antonelli e depois Russell, mas eles não conseguiram parar o britânico.

Por fim, mesmo com um fim de semana complicado, Pistri caiu para o 9° lugar e precisou fazer uma corrida quase de recuperação para estar em 5°, esse foi o máximo que ele conseguiu fazer, em uma prova que sofreu muito com a aderência.

“Tivemos uma corrida interessante aqui na Cidade do México, não apenas em termos de ação na pista, mas também porque vimos o grid se dividir entre os que fizeram uma parada e os que fizeram duas. Parabéns a LandoNorris, que esteve impecável durante todo o fim de semana, desde o primeiro dia, e que agora está de volta à liderança do campeonato. Parabéns também a OllieBearman, que conquistou um valioso quarto lugar para a equipe Haas”, comentou Mario Isola, diretor de automobilismo da Pirelli.

“Os compostos Médio e Macio desempenharam seu papel, mas, se tivéssemos que escolher uma estrela do dia, seria sem dúvida o composto com faixa vermelha. A maioria dos pilotos escolheu o pneu mais macio para a largada e para o trecho final, no caso daqueles que optaram por uma estratégia de duas paradas.”

“Graças ao desgaste mínimo e à ausência de granulação, os pilotos conseguiram estender o período com o C5, gerenciando com eficácia a degradação térmica nos pneus traseiros. Os intervalos de pit-stop corresponderam às nossas expectativas e acredito que a variedade de estratégias também contribuiu para a decisão de introduzir uma diferença nos compostos selecionados. O duro foi pouco utilizado, pois esteve em desvantagem nesta pista, que oferecia pouca aderência durante todo o fim de semana.”

Agora a Fórmula 1 parte para o GP de São Paulo, com mais um ajuste nas escolhas dos pneus para o evento.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Um Comentário

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