A minissérie “Senna” estreia na próxima sexta-feira (29) na Netflix e é uma produção muito especial sobre a vida do tricampeão mundial de Fórmula 1. Mesmo muitos achando que sabem tudo sobre ele, essa produção entrega um olhar mais intimista.
Ao longo desses 30 anos, vários materiais foram produzidos sobre o Senna, documentários, livros, programas de televisão. Uma hora ou outra a gente ainda descobre alguma novidade sobre o Senna, que ajuda a reforçar esse sentimento de ídolo, herói nacional. Mas como foi ressaltado por Gabriel Leone, que interpreta Senna na produção, ninguém nasce com esse peso.
No entanto, essa nova produção, ela quer aproximar o fã daquele Ayrton das pistas, mais do “Beco”, aquele que apenas a família e os amigos mais próximos conseguiram ver. A trama, desenvolvida em seis episódios de 50 minutos, vai passar pela vida do ídolo de muitos, dando vida aquelas histórias que a gente ouviu ao longo desses anos. É uma forma de manter o legado de Senna vivo, mas apresentar ele também para as próximas gerações de fãs de automobilismo.
Essa produção ambiciosa da Netflix, traz um impacto para o público nos primeiros minutos. É só depois desse momento, ‘como vocês vão começar assim?’, que a trama engata e vai revelando aos poucos quem o Senna foi. A minissérie pega os momentos dele desde menino com a família, recebendo o seu primeiro kart e o quanto o amor pela velocidade, fez com que ele convencesse os pais, que precisava correr um pouco, pois sabia que tinha um diferencial.
No ponto de vista da autora desse texto, é como pegar as principais fotos de Ayrton e colocar movimento, animando-as e resgatando aquilo que estava por trás. A fotografia da série está impecável e dá para notar o esmero e o cuidado que tiveram tanto na capitação de imagens, como na edição.
Para quem viu Ford vs. Ferrari e ficou impressionado com as imagens do filme, também terá um gosto semelhante ao assistir à série. Fizeram imagens de pista, simularam algumas das batalhas de Senna, além das trocas de marcha.
Muito se fala do quanto Senna era fenomenal na chuva e esse era um grande diferencial comparado com outros pilotos. A série também consegue resgatar esse lado, combinando algumas imagens, com fleches da sua infância.
Vale dizer, que essa produção brasileira, com elenco internacional, é uma grande aposta da Netflix, aproveitando para estrear justamente no ano que completam os 30 anos de falecimento do piloto.
As caracterizações, estão ótimas. Gabriel Leone, conseguiu trazer os trejeitos do piloto brasileiro, sotaque, o jeito de falar, e é nessa parte de ambientação, atuação e figurino, que tudo conseguiu se encaixar.
A produção é bem ambiciosa, além de colocar em tela as principais pessoas que cruzaram pela vida de Ayrton, também reproduziu todas as máquinas guiadas pelo piloto, desde o kart, passando pelas categorias de acesso, até chegar na Fórmula 1. Foram fabricados 22 carros, todos feitos pela Crespi, na Argentina.
Para quem é fã de automobilismo, realmente não pode perder “Senna”, precisa encontrar um espaço na agenda para ver a minissérie. Não vá assistir de madrugada quando você, caro leitor, não pode aumentar o som da sua televisão… Pois o som também é uma das partes mais importantes dessa série.
SOBRE SENNA
Produção: Fabiano Gullane e Caio Gullane
Roteirista-Chefe: Gustavo Bragança
Escrito por: Álvaro Campos, Gustavo Bragança, Rafael Spínola, Thais Falcão e Álvaro Mamute
Direção: Vicente Amorim e Júlia Rezende
Direção-geral: Vicente Amorim
Showrunner: Vicente Amorim
A minissérie conta com personagens importantes da vida do piloto, como Alain Prost (Matt Mella), Galvão Bueno (Gabriel Louchard) e Xuxa (Pâmela Tomé). A história também tem no elenco Alice Wegmann (Lilian, primeira mulher de Ayrton), Camila Márdila (Viviane Senna, sua irmã), Christian Malheiros (Maurinho, amigo do piloto), Hugo Bonemer (Nelson Piquet), Julia Foti (Adriane Galisteu), Kazuhiro Muroyama (Soichiro Honda), Marco Ricca (Miltão, pai de Ayrton), Nicolas Cruz (Leonardo, seu irmão), Rodrigo Veloso (Flávio, cunhado) e Susana Ribeiro (Zaza, mãe de Ayrton). Além dos brasileiros mencionados e do francês Matt Mella (Prost), também fazem parte da produção Kaya Scodelario (vivendo a jornalista Laura, personagem fictício), Arnaud Viard (Jean-Marie Balestre), Patrick Kennedy (Ron Dennis), Joe Hurst (Keith Sutton), Johannes Heinrichs (Niki Lauda), Keisuke Hoashi (Osamu Goto), Leon Ockenden (James Hunt), Richard Clothier (Peter Warr), Steven Mackintosh (Frank Williams) e Terry Fullerton (Rob Compton), Tom Mannion (Sid Watkins), Tom Mckay (Alex Hawkridge), entre outros.
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