A Fórmula 1 terá revezamento de diretores de corrida ao longo da temporada 2025, a declaração foi realizada por Mohammed Ben Sulayem, antes do início do campeonato.
A informação chegou através do jornalista holandês Erik van Haren, que escreve para o De Telegraaf. Em declaração publicada via X (antigo Twitter) pelo jornalista, Sulayem confirmou em Madri que “haverá sangue novo e mais de um diretor de corrida”.
FIA-president Ben Sulayem heeft vandaag in Madrid bevestigd dat er dit jaar weer verschillende wedstrijdleiders zullen zijn in de F1. Dit na het plotselinge vertrek/ontslag van Niels Wittich eind vorig seizoen. “Er zal vers bloed zijn, en meer dan één race-director.” #F1
— Erik van Haren (@ErikvHaren) February 7, 2025
A situação seria semelhante ao que ocorreu em 2022, após a saída de Michael Masi devido à controversa condução do GP de Abu Dhabi de 2021. Niels Wittich e Edoardo Freitas dividiram a função de diretor de corrida durante boa parte da temporada 2022, até que Wittich assumiu o cargo de forma permanente após o GP do Japão, permanecendo na posição até 2024.
Com a saída de Wittich antes do GP de Las Vegas, Rui Marques assumiu a função de diretor de corrida da F1 para finalizar o campeonato. Os pilotos na época não foram comunicados sobre a mudança, o que levou a publicação de uma carta da GPDA (Associação de Pilotos de Grande Prêmios), mencionando várias atitudes da FIA que estavam incomodando os competidores.
Nas últimas temporadas, os pilotos têm pontuado a falta de linearidade na tomada de decisões envolvendo incidentes de corrida. As críticas dos pilotos, também são sustentadas por suas equipes, que por várias vezes tem se sentido lesados. Isso se dá pela rotatividade de comissários e as críticas devem piorar, com o revezamento de diretores de corrida, se o caso for realmente levado para frente.
Ainda não ficou claro se Rui Marques desempenhará o papel de diretor de corrida nesta temporada, mas se ele permanecer, também não foi apontado o nome da pessoa que trabalhará junto com ele.
Marques atuou como diretor de corridas da Fórmula 2 e Fórmula 3, antes de ser acionado para cuidar da Fórmula 1 pelas últimas provas de 2023. Durante esse período, ele ainda precisou trabalhar com as corridas da Fórmula 2, já que a FIA também decidiu dispensar Janette Tan.
Nos últimos meses a FIA tem passado por várias mudanças, com funcionários deixando o cargo ou sendo demitidos, sem muitas explicações. O mais recente caso foi o de Johnny Herbert, mas neste caso, foi alegado conflito de interesses, já que além de atuar como comissário, ele também estava trabalhando com casas de apostas.
Tim Mayer, outro comissário experiente, foi demitido antes do GP de São Paulo de 2024, depois de um atrito com o presidente da instituição reguladora do esporte, Mohammed Ben Sulayem.
Também deixaram seus cargos estão o diretor esportivo Tim Nielsen, o diretor técnico Tim Goss, a diretora-executiva Natalie Robyn, a chefe da comissão de mulheres Deborah Mayer, o secretário-geral de mobilidade Jacob Bangsgaard e o diretor de comunicação Luke Skipper.
Além das mudanças no quadro de funcionários, a entidade também anunciou a criação de um departamento voltado à capacitação de comissários, reconhecendo a escassez de profissionais qualificados para atuar como diretores de prova e oficiais de alto escalão nas diversas categorias sob sua chancela..
Atualmente, a FIA conta com cerca de 302 mil oficiais, fiscais e voluntários atuando em mais de 60 mil eventos anuais, mas a entidade reconhece a necessidade de formar um corpo mais profissionalizado.
As equipes na Fórmula 1, acham que era melhor ter um corpo de comissários permanentes, para obter uma consistência melhor nas tomadas de decisão, mas a FIA alega que é algo muito caro e os times não vão querer arcar com essa despesa.
No modelo atual, comissários, por exemplo, são convidados a cada etapa e recebem apenas uma ajuda de custo, sem vínculo empregatício com a federação.
Para o revezamento dos diretores de corrida, Ben Sulayem alega que não é uma boa ideia centralizar a função, já que imprevistos podem acontecer a categoria ficaria desamparada de profissionais.
“Quem e quantos é uma questão que saberemos em breve, nos próximos dias”, disse o presidente da FIA ao jornal espanhol, Marca.
“Existem pessoas aprendendo, você não pode simplesmente jogar alguém nesse desafio. Então as equipes podem reclamar, os pilotos podem reclamar, mas eles não querem pagar por isso. Estou sendo muito, muito honesto com você, isso exige muito investimento.”
“É muito importante. E se o diretor de corrida decidir não ir ou se ele ficar doente? É o mesmo com a FIA. Se algo acontecer comigo amanhã, a FIA continuará a funcionar sem mim, então isso tem que ser um sistema. Não se trata de indivíduos.”
“Há muitos erros e então você culpa a FIA. É fácil culpar a FIA. Por que você não pode ser produtivo em suas críticas e dizer: ‘Como podemos encontrar uma solução? Mas onde está a solução?’ A solução está no treinamento, a solução é trazer pessoas para dentro.”
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