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Estratégia com uma parada e pneus duros mostram grande durabilidade em Melbourne

O GP da Austrália não foi exatamente aquela corrida tão disputada como esperávamos. A pista de Melbourne passou por algumas alterações para se tornar mais fluída e aumentar o número de ultrapassagens. O que presenciamos ainda foi uma prova um tanto travada, obviamente algumas disputas aconteceram, mas nada parecido com as duas primeiras etapas do calendário.

Charles Leclerc venceu a corrida depois de converter a pole em vitória, liderar todas as voltas e ainda registrar a volta mais rápida da corrida. O monegasco largou com os médios e instalou os compostos duros para encerrar a prova. Na realidade, a estratégia de apenas uma parada foi utilizada por quase todo o pelotão.

Max Verstappen esteve em quase toda a prova na segunda posição, mas não teve muita oportunidade de atacar Leclerc. O piloto holandês abandonou a corrida, apresentando novos problemas no motor.

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Alguns times iniciaram as suas paradas antes da volta 20, mas grande parte fez as suas trocas de pneus depois do giro 20 ou aproveitaram a entrada do Safety Car provocada pela batida de Sebastian Vettel para conquistar algumas posições.

Os pneus do GP da Austrália

A Pirelli forneceu a gama intermediária para o evento, mas criou uma distância entre o composto médio e o macio, pois forneceu o pneu C5 como o macio e não o composto C4.

Com a pista recapeada o desgaste dos pneus não foi tão acentuado, mas alguns times tiveram um pouco de dificuldade para gerenciar os compostos. Em Melbourne a temperatura vai reduzindo conforme a corrida acontece, portanto é difícil trabalhar o aquecimento dos compostos. E neste ano a Pirelli reduziu o aquecimento das mantas térmicas, então quando os pilotos deixam os boxes, precisam trabalhar mais ainda o aquecimento dos pneus.

Carlos Sainz abandonou a prova pois não conseguiu gerenciar o aquecimento dos pneus duros após a largada.

Estratégia de pneus para o GP da Austrália – Os compostos que foram usados na rodada – Foto: reprodução Pirelli

C2 (duro – faixa branca): os pneus duros foram utilizados para completar a prova, pois tinham mais resistência e possibilitavam os times apostarem em apenas uma parada. Apenas Albon, Stroll, Magnussen, Alonso, Vettel e Sainz começaram a corrida com esse tipo de composto. Albon foi o piloto que surpreendeu, pois completou 57 das 58 voltas do GP com esse tipo de pneu.

A estratégia da Aston Martin foi a mais incompreensível, Stroll parou no terceiro giro (no Safety Car de Sainz), colocou pneus médios, depois usou os pneus duros e partiu para um novo conjunto de pneus duros na volta 23, quando alguns pilotos realizaram as suas paradas por conta do Safety Car.

Ao final da prova alguns pilotos reclamavam da aderência dos pneus macios, com os carros perdendo um pouco de performance e os pilotos eram vistos cometendo alguns erros. Alonso foi o piloto que mais perdeu performance com os pneus duros, despencando no grid;

C3 (médio – faixa amarela): foi o pneu escolhido por grande parte do grid para a largada, principalmente parte dos dez primeiros colocados. Esse pneu fornecia um aquecimento melhor e mais aderência para o momento da largada e uma resistência melhor que a fornecida pelo C5. Ele manteve um equilíbrio entre durabilidade e velocidade. Alguns pilotos relataram um pouco de granulação durante a prova, mas era algo esperado para ocorrer com a utilização desses compostos;

C5 (macio – faixa vermelha): como nas últimas corridas, os times não estão contando com os pneus macios em suas estratégias, pensando justamente na durabilidade desses compostos. Durante os treinos livres observaram uma certa granulação, o que não seria adequado para a prova. Na classificação, o pneu era bem veloz, mas precisava ter a temperatura trabalhada para fornecer o melhor trabalho.

Apenas Alexander Albon usou esse pneu, o piloto optou por essa goma para deixar os boxes no último giro, cumprir a regra de utilização de dois tipos de compostos na prova e conquistar o seu primeiro ponto desde o retorno à F1.

Performance dos pneus do GP da Austrália – Foto: reprodução Pirelli

“Os pneus funcionaram de acordo com as expectativas que estabelecemos nas sessões de treinos livres de sexta-feira, apesar das temperaturas muito mais altas no dia da corrida e da evolução esperada da pista. Quase todos os pilotos fizeram apenas um pit-stop, com muitos deles aproveitando o período em Safety Car para minimizar a perda de tempo. As diferentes características dos pneus médios e duros, com degradação deliberadamente maior no médio, também apresentaram aos pilotos uma ampla janela de pit-stop. Isso lhes permitiu maximizar as oportunidades estratégicas hoje. O layout modificado da pista aqui em Melbourne ajudou a destacar como o novo pacote de carros e pneus para 2022 permite que os pilotos ataquem e ultrapassem, com um alto número de manobras de ultrapassagem. Também vimos algumas estratégias engenhosas nos boxes”, disse Mario Isola da Pirelli.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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