Segundo a BBC e o site The Race, a FIA ofereceu a Red Bull um “acordo de concordância de violação”, pois a equipe ultrapassou o teto orçamentário. A proposta acontece em termos sigilosos que cabe a equipe austríaca aceitar ou seguir para o tribunal.
Dentre as dez equipes no grid, apenas a Red Bull excedeu o teto orçamentário de 2021, o time foi notificado. A FIA concluiu recentemente sua análise dos relatórios financeiros das equipes e na sequência comunicou a violação da Red Bull, mas não informou o valor que a equipe excedeu o teto orçamentário.
A Aston Martin foi notificada por uma violação processual. A Williams também teve uma violação processual, precisando pagar uma multa por não ter entregado o relatório dentro do prazo estipulado.
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O regulamento financeiro foi uma forma encontrada para aproximar as equipes e tentar equilibrar o campeonato, mas no primeiro ano vigente do teto, uma das dez equipes do grid ultrapassou a marca estipulada.
Após o comunicado da FIA a Red Bull disse que estava surpresa por ter cometido a violação e informou que revisaria de forma cuidadosa as descobertas realizadas pela FIA, pois tinha certeza que não cometerá tal violação e trabalharam abaixo do teto estipulado para 2021.
A Red Bull teria ultrapassado o teto orçamentário com custos com alimentação e funcionários que estão passando por um período de quarentena aguardando a sua mudança para outro time. Na entrega dos relatórios a FIA teria considerado em seus cálculos, algumas peças que o time não levou em consideração, desta forma extrapolando o teto. Outro ponto seriam as peças de reposição usadas pela Red Bull.
A FIA recorreu ao acordo, pois a infração cometida pela Red Bull não ultrapassa os 5% sinalizados pelo regulamento. Dentre as alternativas, a FIA poderia suspender a equipe de uma ou mais etapas, além de limitar o seu desenvolvimento, mas o acordo ainda é uma forma de punir, porém, de forma mais branda.
Os outros times estão atentos com a ‘punição’ que a Red Bull pode receber, para compreender se compensa fazer algo semelhante para o próximo Campeonato e até mesmo se unir para levar a equipe austríaca ao tribunal. Mas agora já se fala é uma mudança do regulamento.
A Red Bull pode concordar com esse acordo, admitindo que cometeu a transgressão e aceitando as condições impostas, algo semelhante com o que aconteceu com a Ferrari no início de 2020, sem poder de contestação, aceitando os termos que foram oferecidos. O time italiano fechou um acordo secreto com a FIA e enfrentou problemas com a sua unidade de potência, pagando com a falta de potência e outros problemas que foram desencadeados.
Com o acordo secreto, talvez ninguém descubra os pormenores do que foram estabelecidos pela FIA, porém, os times podem se sentir incomodados, principalmente porque Ferrari e Mercedes informam que independente do valor da quebra do orçamento pela Red Bull, o time ganhou desempenho na pista, levando uma vantagem em pelo menos três anos e alguns milésimos no traçado.
Após a implementação do teto orçamentário, acreditava-se que o órgão regulamentador teria uma postura mais rígida, principalmente para mostrar algum controle com as equipes maiores, mas isso não está sendo sentido atualmente. Neste momento apenas a Red Bull infringiu o regulamento, mas qual seria a postura se mais equipes tivesse cometido tal violação?
Não aceitando o acordo, a Red Bull pode ter o caso julgado, algo previsto pelo regulamento e que organiza a forma como a situação será avaliada.
Independente do acordo, os diversos problemas que tem estourado com os regulamentos nestes últimos dois anos, acabam adicionando mais itens para aqueles que se questionam sobre o rumo da categoria.
A coletiva que a Red Bull tinha programado para o início da sexta-feira foi adiada, pois o presidente da FIA Mohammed bin Sulayem remarcou o encontro que teria com a equipe.