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FIA reconhece erro por liberação do trator à pista durante o GP do Japão

Após os problemas que aconteceram no GP do Japão, FIA admite erros e promove alterações para garantir a segurança dos pilotos

A FIA divulgou nesta sexta-feira (21) um relatório propondo mudanças após a investigação que foi realizada após o GP do Japão, a informação é divulgada quinze dias após as polêmicas que envolveram a prova. Depois de algumas discussões entre o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, e os pilotos, incluindo George Russell, diretor da GPDA e Pierre Gasly que expressaram suas preocupações com os incidentes que aconteceram em Suzuka.

Na ocasião, os tratores entraram na pista depois da batida de Carlos Sainz e o abandono de Alexander Albon. Naquele momento chovia bastante na pista, a visibilidade estava prejudicada e mesmo assim os tratores foram enviados para realizar a remoção dos carros. Uma placa de pista atingiu Pierre Gasly depois da batida de Sainz na parede de contenção.

Os pilotos começaram a corrida com os pneus intermediários, mas após a volta de apresentação e até o momento da largada, a pista ficou ainda mais molhada, sendo difícil para os pilotos controlar os carros com aqueles jogos de pneus instalados. Após os acidentes a direção de prova levou a corrida para a bandeira vermelha, porém Pierre Gasly estava nos boxes antes da paralisação da prova e retornou ao traçado com os tratores já trabalhando na remoção dos carros.

As críticas aconteceram não apenas pela conduta da FIA, mas também pela comoção da prova, por ser a pista onde o piloto Jules Bianchi sofreu o acidente em 2014 e faleceu meses depois.

A FIA admitiu que foi errado implementar os tratores que são usados para a remoção dos carros naquela ocasião. O documento informa “a revisão observou que em tais condições, um trator não deve ser implementado, a menos que todos os carros estejam alinhados atrás do Safety Car.”

Mesmo que seja muito comum enviar os veículos que fazem a extração dos carros após um acidente, principalmente após a prova ser neutralizada, isso precisou passar por uma verificação.

“O controle de revisão reconheceu que ter um guindaste na pista em Suzuka durante aquelas condições climáticas é um assunto delicado tendo em vista os trágicos acidentes do passado. A revisão determinou que em retrospectiva, como as conduções climáticas estavam mudando, teria sido prudente atrasar a entrada dos guindastes na pista”, informa a FIA em documento.

FIA reconhece a liberação do trator no GP do Japão aconteceu de forma errada – Foto: reprodução

A FIA também admite que é fácil ter controle dos carros que estão imediatamente atrás do Safety Car, mas é mais complicado saber a condição daqueles que estão espalhados pela pista. Nem sempre um piloto que vai imediatamente aos boxes após a entrada de um Safety Car é monitorado ou levado em consideração.

“Também foi reconhecido que enquanto o Safety Car é usado para neutralizar uma corrida, a FIA tem controle sobre os carros diretamente atrás do Safety Car, mas não tem controle suficiente sobre os carros que estão em outras partes da pista.”

No documento eles ainda falam sobre a necessidade de os pilotos manterem um delta após a prova ser neutralizada e também contam com o bom-senso dos competidores. No GP do Japão Pierre Gasly foi punido por estar muito rápido depois de sua passagem pelo pit-lane. Onde o francês estava em uma velocidade superior aos 200 km/h antes de chegar ao acidente de Sainz na curva 12.

A FIA sabe que negligenciou o retorno de Gasly ao traçado e está trabalhando para o desenvolvimento de sistemas e procedimentos que possam evitar essa falha e garantir que isso não se repita. Estão trabalhando em uma janela de monitoramento para o Virtual Safety Car e Safety Car, que possa exibir ao vivo a posição de todos os carros atrás do Safety Car e pit lane.

Os times serão notificados através do sistema de mensagem do controle de prova que um trator/guindaste está sendo enviado ao traçado para realizar a recuperação, isso já acontece a partir do GP dos Estados Unidos. As equipes vão precisar informar os seus pilotos.

A implementação de uma nova função que altera a velocidade delta dos carros para seguir nos setores onde há um incidente também foi proposto, isso ajudaria os pilotos a saber quais são os pontos com incidentes.

Trabalhando em conjunto com as equipes, ainda será feita uma revisão para a penalidade aos pilotos que não respeitarem as bandeiras amarelas, dupla amarela, Virtual Safety Car e Safety Car. A FIA ainda menciona em seu relatório a necessidade de uma avaliação completa dos painéis publicitários, desde a sua construção, localização e os materiais utilizados para evitar o risco de eles serem arrancados e jogados à pista.

Os pneus de chuva também foram bem questionados, não apenas no Japão, mas os pilotos estão reclamando de sua eficiência sempre que a chuva começa a cair na pista. A análise sobre os pneus está em andamento abordado pelo departamento técnico da FIA em conjunto com a Pirelli. A drenagem do circuito de Suzuka também foi pautada.

A FIA que tinha implementado um sistema complementar de diretores de prova para 2022, optou por ter Niels Wittich completando a temporada, desta forma Eduardo Freitas será substituído.

No GP do Japão o regulamento esportivo foi aplicado corretamente, tanto o que fala sobre a distribuição dos pontos, como o tempo de duração da prova, mas o texto será revisado para que possam fornecer mais clareza.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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