O GP do Canadá foi uma corrida bem movimentada, que tivemos a chance de ver a Mercedes em um dos melhores desempenhos. A equipe tem implementado novas peças no W15, levando atualizações constantes em busca de manter o seu progresso.
No começo do fim de semana embaralhado, a Mercedes já apresentava um rendimento interessante. George Russell faturou a pole e mesmo não conseguindo reverter a conquista em uma vitória, obteve um pódio para o time alemão. Lewis Hamilton cruzou a linha de chegada ocupando a quarta posição, mas também duelou pelo pódio.
Nos últimos anos falou-se muito do conceito adotado pela Mercedes para o carro e do quanto algumas escolhas atrapalharam o desenvolvimento do time. A Mercedes tem realizado várias mudanças na busca de melhorar o desempenho, para participar de um duelo efetivo com McLaren e Ferrari. No Canadá os dois pilotos estavam com uma asa dianteira de especificações mais recentes e James Allison salientou que o projeto está funcionando conforme o esperado e proporcionou maiores benefícios nesta pista.
“Esperávamos que tivesse um bom desempenho. Esperávamos que entregasse um pouco mais no Canadá do que em Mônaco, porque o circuito do Canadá, embora incomum, é mais normal do que Mônaco”, comentou em um vídeo publicado pela equipe.
“E funcionou, proporcionando mais desempenho. Isso fez com que o carro parecesse mais fácil de guiar, bem equilibrado e tornou o carro mais amigável para os pilotos do que aquilo que eles têm lutado, o que tem sido problemático para nós na primeira parte da temporada”, seguiu.
Em vários momentos neste ano foi possível observar o carro da Mercedes em performances distintas, onde na sexta-feira o carro até contava com algum ritmo, mas no sábado o equipamento não respondia. Sempre em uma corda bamba, ao passo que os pilotos precisam se justificar em todas as provas.
A mudança da asa dianteira para algo mais convencional, também contribuiu para a equipe aumentar a janela de operação do carro. Com a substituição os pilotos podem ter um pouco mais controle do equipamento, por ter mais estabilidade. No início da temporada o W15 estava saindo muito de dianteira, se tornando uma dor de cabeça para a dupla de pilotos.
“Acho que ainda precisamos fazer mais e temos certeza quanto formos para a próxima pista, que é Barcelona, porque lá há uma variedade realmente substancial de condições de curva. Há também uma pista muito mais quente e será um teste bastante severo para os carros”, comentou Allison.
O equipamento ainda precisa passar por um “refinamento”, portanto, mais atualizações serão necessárias para garantir o avanço da equipe. Allison e os engenheiros da Mercedes acham que finalmente encontraram algo que podem se empolgar para dar continuidade aos avanços esperados para 2024.
No Canadá a Mercedes teve a contribuição de lidar com uma pista mais fria, algo que também ajuda bastante na performance do time. Barcelona é bem esperado pelas equipes, por conta da capacidade que a pista tem de ser usada como um espaço de testes e deve apontar de uma forma mais clara qual a situação deles.
“As mudanças que fizemos estão definitivamente tornando este carro um carro melhor e isso será verdade em todos os circuitos que visitarmos. As características de Montreal provavelmente faz com que pareça um pouco mais rápido do que temos naturalmente. Acho que é mais provável que sejamos competitivos, mas não na frente”, seguiu.
“As próximas pistas são um teste um pouco mais rigoroso para o carro: asfalto mais quente, velocidades em curvas de raio longo e assim por diante. Sei o que esta por vir e também sei que estamos planejando para melhorar ainda mais o carro”.
“Nosso desafio é apenas manter essas atualizações chegando em um ritmo que os outros não conseguem acompanhar. E ao fazer isso, apenas forçamos nosso carro para a frente em virtude do esforço feito por todos aqui durante as próximas semanas e meses para que o carro possa ter um fim de semana em Montreal ou melhor, em qualquer pista que enfrentarmos no futuro.”
O GP do Canadá é uma esperança para a Mercedes, para começar a ajeitar as coisas, mas o circuito tem as suas características particulares, além da equipe, ter lidado com um fim de semana frio e chuvoso – algo que a F1 evita muito lidar ao longo da temporada. A prova foi importante para a Mercedes, mas o resultado não é a resposta de tudo.
A equipe alemã ocupa a quarta posição no mundial de construtores, somando 212 pontos depois da disputa da 9ª etapa da temporada 2024.