O Catar se prepara para receber a F1 pela primeira vez em 2021, mas seus quase 3 milhões de habitantes já estão familiarizados com a velocidade, primeiro com os rallies e mais tarde com as motos.
O Losail International Circuit, localizado a cerca de 30 km ao norte da capital Doha, foi inicialmente concebido para abrigar o motociclismo. As obras começaram em outubro de 2003 e em dezembro, uma cerimônia marcou a colocação da primeira pedra, contando com a presença dos pilotos da MotoGP, Mick Doohan e Valentino Rossi. O traçado foi aprovado por uma comissão de segurança da MotoGP, composta por Valentino Rossi, Sete Gibernau, Kenny Roberts Jr. e Nobuatsu Aoki.
A verba de 58 milhões de dólares para a construção veio da Qatar Motor and Motorcycle Federation (QMMF) e o circuito levou um pouco mais de um ano para ficar pronto, com os quase mil trabalhadores trabalhando dia e noite para que a pista de 5,4 km ficasse pronta a tempo.
O primeiro evento foi o Marlboro Grande Prêmio do Catar, realizado no dia 2 de outubro de 2004. A corrida da MotoGP foi vencida por Sete Gibernau, enquanto que Jorge Lorenzo e Sebastián Porto venceram nas categorias Moto3 e Moto2.
Em 2008, uma operação que durou 175 dias, colocou mais de mil estruturas de iluminação com 3600 lâmpadas, para que o circuito pudesse receber corridas noturnas. No mesmo ano, a MotoGP experimentou a novidade e correu à noite pela primeira vez, prova vencida por Casey Stoner.
Os carros também tiveram a chance de experimentar a pista. Em 2006, o circuito recebeu a GP Masters Series, com Nigel Mansell ficando com a vitória. Em 2009, foi a vez da GP2 Asia Series disputar uma etapa no país, com vitória de Nico Hülkenberg na corrida 1 e Sergio Pérez vencendo a corrida 2. Do grid atual, além do piloto mexicano, Nikita Mazepin também já correu na pista, em uma etapa da Formula MRF em 2014.
Aproveitando que alguns países não conseguiram realizar suas etapas em 2021, o Catar se prontificou e assinou um contrato de 11 corridas com a F1 nos próximos 12 anos. Começando esse ano, o contrato prevê corridas no país até 2032, sendo que em 2022, a corrida não acontecerá, já que o país recebe a Copa do Mundo de Futebol. Além da F1, o Catar também terá a MotoGP competindo no país pelos próximos anos. Para receber a F1, foram feitas algumas melhorias pedidas pela categoria, incluindo a mudança da entrada dos boxes, barreiras de proteção pela pista e a adição de mais 10 novas garagens, além das 40 que já existiam no local.
Mesmo com as melhorias, ainda não há a garantia de que o circuito continue recebendo a F1, podendo ser construída outra pista para isso ou a corrida sendo realizada nas ruas de Doha.
Quando não está recebendo corridas, o circuito é usado como centro de treinamento da Qatar Motorsport Academy, que tem parceria com a “Road to MotoGP”. A academia oferece treinamentos para crianças a partir de 8 anos, adultos e mulheres.
O Catar tem um pouco mais de vinte pilotos que já participaram de alguma corrida, a maioria se aventurando no endurance ou em categorias no próprio país. O destaque fica por conta de Nasser Al-Attiyah, três vezes vencedor do Rally Dakar.
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Enquanto a F1 não estreia na pista, o maior vencedor no circuito é Jorge Lorenzo, que somando as três classes da motovelocidade, tem seis vitórias no Qatar, seguido de Casey Stoner com 5 e Valentino Rossi, com 4.
Depois de receber a Fórmula 1 em 2021, o Catar conseguiu fechar com a categoria um acordo de 10 anos, portanto apartir de 2023 a pista receberá a F1 com frequência.
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