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Mercedes tem mais um episódio fatídico com W14

Com o encerramento da temporada 2023 se apróximando, a Mercedes e seus pilotos estão contando os dias para se livrar do W14

Depois dos bons resultados da Mercedes em São Paulo, acreditava-se que essa poderia ser uma etapa favorável para o time alemão. Na quarta-feira que antecedeu os preparativos para a prova em Interlagos, a dupla de pilotos parecia otimista com a possibilidade de obter um bom resultado.

No entanto, Lewis Hamilton e George Russell não conseguiram deixar o Brasil mostrando uma boa performance.

O W14 é um dos carros mais frustrantes que a Mercedes desenvolveu. Embora a equipe ocupe a posição de vice-líder do campeonato e Hamilton esteja desafiando Sergio Pérez pelo vice, o W14 provou em vários eventos ser uma máquina complicada. Por mais que a Mercedes tenha realizado mudanças significativas no sidepods, outro desafio surgiu nas últimas corridas do calendário.

Em Austin, quando Hamilton tinha faturado um pódio, o piloto foi desclassificado por conta do desgaste da prancha. Desde então a Mercedes optou por andar com o carro um pouco mais alto para evitar maiores problemas se o equipamento passasse por uma nova inspeção.

No Brasil, mesmo sendo uma pista conhecida pelos times e que a equipe tinha um bom repertório, eles erraram na escolha do acerto do carro. Durante as voltas tanto da Sprint, como da corrida principal, o carro estava degradando muito os pneus, independentemente do tipo de composto utilizado. A Mercedes cogitou mudar o acerto do carro para domingo e assumir a consequência de largar dos boxes.

O GP de São Paulo foi uma corrida desafiadora para a Mercedes – Foto: reprodução Mercedes / Media

Hamilton concluiu o GP de São Paulo entre os dez primeiros colocados, obtendo a oitava posição, enquanto George Russell foi forçado a abandonar após a equipe identificar um problema no motor. Nas últimas 20 voltas da prova a Mercedes identificou um dano que poderia se tornar muito pior se não optassem por abandonar a prova com o dono do carro #63.

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Foi um dos piores desempenhos da Mercedes no ano. Por mais que o carro não tenha muito ritmo de classificação é geralmente nas provas que a equipe tem tentado extrair um pouco mais do equipamento para faturar pontos. Depois de ter o resultado e ver o que aconteceu na corrida, talvez fosse melhor ter mexido ao menos no carro de Hamilton, possibilitando que o piloto realizasse uma escalada no pelotão e brigasse por ultrapassagens, do que simplesmente manter o inglês como uma chicane ambulante em Interlagos.

A Sprint foi o que levou Toto Wolff a pensar em uma forma de transformar o GP de São Paulo, Russell faturou a quarta posição no sábado, enquanto Hamilton foi o sétimo colocado. Essa foi mais uma exibição de um ritmo deprimente que já exibia os problemas relacionados a degradação dos compostos.

Ao final da prova do domingo, Hamilton sabia que não tinha realizado uma boa prova, mas avaliou que na corrida principal ele conseguiu lidar um pouco melhor com o gerenciamento de pneus, diferente do sábado quando concluiu a Sprint com os compostos em frangalhos.

“Acho que é difícil mencionar. O carro é realmente imprevisível no sentido de que em um fim de semana ele está bem, em uma sessão e ele está ok, mas depois não. Tenho certeza de que iremos analisar as coisas e descobrir se deveríamos ter feito as coisas de uma forma diferente, mas com uma sessão apenas de treinos livres é difícil. Mas ainda estou orgulhoso da equipe”, comentou Hamilton após o encerramento da prova brasileira.

“Eles ainda estiveram aqui e fizeram o seu trabalho, mantiveram a cabeça erguida e é isso que temos que continuar fazendo, apenas seguir em frente. Mais duas corridas com essa coisa e espero não dirigir ela mais!”

Em um primeiro momento a Mercedes avaliou que o assoalho não está funcionado como é o esperado, então tiveram que mudar alguns pontos do carro e levantá-lo. O carro não tinha desempenho nas retas, complicando ainda mais a performance da equipe, enquanto nas curvas o carro acabava balanço, mas obviamente os problemas em Interlagos serão estudados para melhorar principalmente o modelo que será projetado para o próximo ano.

“Há algo fundamentalmente errado mecanicamente. Ou melhor, não é uma asa traseira e não é o fato de o carro estar um pouco alto demais, porque estamos falando de um milímetro, dois, isso é desempenho, mas não é a explicação para um [fim de semana] totalmente apagado”, mencionou Wolff.

Mesmo se a Mercedes tivesse optado por realizar alterações no W14 para o domingo, semelhante ao que a Aston Martin realizou nos Estados Unidos e no México, não seria uma garantia de melhorar a performance, pois o time acha que poderia ser um problema muito maior do que só a configuração do carro. No fim, optaram por tentar salvar o máximo de pontos possíveis.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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