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Com uma porção de circuitos novos para desbravar, Oscar Piastri vive fase agitada após GP da Itália

Mesmo correndo em pistas que não conhecia, um dos melhores estreantes de todos os tempos, conseguiu extrair bons resultados e faturar mais pontos após o GP de Monza

Embora o calendário da Fórmula 2 seja bem completo, contando com provas em circuitos de baixa, média e alta velocidade, além de visitarem circuitos permanentes e de rua, a categoria não consegue acompanhar a Fórmula 1 em todos os eventos que são realizados ao longo do ano.

Boa parte do calendário da F2 é formado por provas na Europa, tanto por questões logísticas, como uma forma para reduzir os custos para as equipes que participam do campeonato. Atualmente a categoria de base realiza 13 eventos com a Fórmula 1, mas existe um intervalo muito grande entre a prova de Monza e a realização do GP de Abu Dhabi.

Correr juntos com a Fórmula 1 é importante para os pilotos que estão em formação, além da visibilidade eles também conseguem adquirir mais experiência. Ao chegar na F1, mesmo que ainda exista a necessidade de adaptação ao equipamento, os pilotos ficam mais confiantes ao correr em pistas que eles já conhecem e resultados melhores são esperados justamente nestas etapas.

No entanto, por conta desse gap e a adição de novas pistas ao calendário, os novatos no grid pegaram uma sequência de provas em pistas que eles ainda não tinham andado. Para Oscar Piastri, campeão da Fórmula 2 em 2021, a novidade foi ainda maior, pois a Alpine não colocou a bordo do seu carro para avaliações ao longo de 2022. Com Logan Sargeant, como a Williams estava correndo contra o tempo e tentando eliminar todos os problemas para o norte-americano obter a sua superlicença, Sargeant acabou rodando mais, até mesmo no circuito de Interlagos o piloto assumiu o carro para obter quilometragem.

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Oscar Piastri é constantemente elogiado pela sua evolução e comprometimento com a equipe – Foto: reprodução McLaren

Depois de Monza, o melhor estreante da Fórmula 1 dos últimos tempos enfrentou seis pistas que ele não conhecia. De qualquer forma Piastri, assim como os outros dezenove pilotos do grid, vão conhecer o novo circuito para a disputa do GP de Las Vegas. Na sequência o australiano retorna para uma pista conhecida do seu tempo de F2, disputando o GP de Abu Dhabi.

Nestas seis provas disputadas por Piastri, o piloto abandonou em uma (Estados Unidos) e terminou fora da zona de pontuação no Brasil. No entanto, Piastri faturou dois pódios um deles no GP do Japão (P3) e repetiu a dose no GP do Catar faturando o segundo lugar.

Em Singapura Oscar Piastri não realizou uma boa classificação, mas conseguiu escalar o pelotão para faturar o sétimo lugar e obter pontos. O resultado foi interessante, principalmente em uma pista bem complicada, que demanda muita atenção e a Red Bull enfrentava problemas.

Correndo no Japão pela primeira vez, em um dos circuitos mais complicados do calendário, Oscar Piastri faturou o seu primeiro pódio na Fórmula 1. Essa é uma pista complicada até para os pilotos mais experientes, pois ela tem formato de 8, então parte da volta é completada no sentido horário e a outra parte no sentido anti-horário.

No Catar, Piastri além de faturar a pole e a vitória na prova Sprint, impressionando a todos e até superando o companheiro de equipe, o australiano faturou o seu segundo pódio. Na ocasião, além de Piastri faturar a segunda posição, Lando Norris completou o pódio com o terceiro lugar. Vale lembrar que essa foi uma corrida complicada, pois existiu a obrigatoriedade de seguir um cronograma de paradas, pois os pneus corriam o risco de estouros.

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Correndo pela segunda vez nos Estados Unidos, mas em sua estreia em Austin, Piastri se classificou na décima posição. Após a largada, Piastri que estava tentando uma escalada, encontrou com Esteban Ocon na pista. O australiano abandonou a prova com danos no sidepods, além de lidar com um vazamento que afetou o carro.

Durante o GP do México, Piastri começou realizando uma corrida segura e apresentando um bom ritmo, mas após o período de bandeira vermelha, o piloto australiano perdeu desempenho quando comparado com o ritmo de Lando Norris. Os dois carros da McLaren terminaram na zona de pontuação, mas Piastri foi apenas o oitavo colocado, salvando alguns pontos para a equipe.

Correndo no Brasil, Oscar Piastri sofreu um dano no carro logo depois da largada. O piloto ficou uma volta atrás do líder por ter seguido aos boxes. Em decorrência da bandeira vermelha, a McLaren reparou o carro do australiano, mas a direção de prova não deu a autorização para Piastri retornar para a volta do líder.

Em Interlagos a McLaren optou por deixar o australiano em pista para obter mais dados e preparar o piloto. O circuito é completo e desafiador, se tornando uma oportunidade para Piastri aprender mais sobre o traçado e ficar mais preparado para outra edição da prova. Por conta do número de abandonos, Piastri faturou a 14ª posição, mas ficou fora da zona de pontuação.

O australiano ficou satisfeito por ao menos permanecer na pista, aproveitando o momento para aprender mais sobre o circuito.

Piastri tem sido muito elogiado pelos membros da McLaren, tanto pelo seu desempenho, como curva de aprendizado. Por diversas vezes, relataram que Piastri é um piloto fácil de trabalhar, pois o australiano deixa o carro ciente dos erros que cometeu e quais são os pontos que precisam melhorar. A McLaren pode contar com esse trabalho e isso facilitou um pouco as coisas conforme o campeonato se desenvolveu e as atualizações foram introduzidas no MCL60.

Em seu primeiro ano de McLaren, Piastri conta com uma vitória – não oficial – mas que foi extremamente brilhante, por ter mostrado domínio e controle. O piloto ainda precisa melhorar um pouco em ritmo de corrida, principalmente em circuitos que ainda não conhece, mas os resultados fazem parte desta curva de aprendizado.

Com os resultados, Piastri conquistou 51 pontos depois de Monza, obtendo um resultado melhor até o momento que tinha disputado a prova italiana – aproveitando os benefícios de correr com um carro que está sendo constantemente atualizado e oferece um melhor rendimento.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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