Oscar Piastri encerrou a rodada tripla com uma vitória dominante, embora não tenha liderado todas as voltas da corrida, o australiano não foi ameaçado. O pódio contou com a presença de Lando Norris e Charles Leclerc, com o monegasco surpreendendo Max Verstappen ao final da corrida.
Antes de comentar as estratégias trabalhadas no GP da Espanha, é necessário falar que alguns pilotos estavam em uma situação melhor do que a de outros depois da classificação. Com voltas certeiras, a McLaren conseguiu separar um jogo de pneus macios novos para cada um dos seus pilotos, enquanto eles também contavam com um jogo de pneus duros e médios.

No caso da McLaren, eles optaram por utilizar os pneus macios novos no começo da corrida, mas no caso de Russell o composto foi reservado para o final da prova.
A Red Bull, também estava no mesmo pé estratégico que a McLaren, além de contar com três jogos de pneus macios usados para trabalhar as táticas da corrida.
A Sauber, foi mais uma equipe que se deu bem com Nico Hülkenberg, apesar do piloto não ter avançado do Q1 para o Q2, a possibilidade de ter três conjuntos de pneus macios novos, colaborou para o final da sua prova do alemão.
A corrida em Barcelona repetiu a máxima dos últimos anos, onde as estratégias de corrida são apoiadas principalmente no uso dos pneus macios e médios – com o uso da gama mais dura de pneus – e ao serem combinados, normalmente a corrida acontece em uma estratégia de duas paradas.
No evento deste ano, sem a participação de Lance Stroll, dezoito carros iniciaram a corrida usando os pneus macios, enquanto Yuki Tsunoda começou a prova do pit-lane, usando pneus médios.
Embora as equipes tenham se precavido deixando um jogo de pneus duros para a corrida, ele foi usado apenas por Max Verstappen.
Red Bull tenta algo diferente para surpreender a McLaren
Com Verstappen iniciando a prova da terceira posição e abocanhando o segundo lugar na largada, a Red Bull tentou vencer a corrida na Espanha. A ideia da equipe austríaca, foi descasar as paradas de Verstappen, com a escolha da McLaren, para permitir que o piloto tivesse sempre um pneu mais fresco que os adversários.
Após a primeira rodada de paradas concluídas – com Verstappen fazendo a sua substituição de pneus na volta 13, enquanto Lando Norris e Oscar Piastri passaram para os pneus médios no giro 21 e 22, respectivamente – Verstappen surgiu na liderança, por conta do undercut efetivo.
A RBR optou por arcar com uma corrida de três paradas e com isso foi trabalhando com os pneus macios disponíveis para o evento, mas a McLaren notou a tática do time adversário e bloqueou a segunda troca de pneus feita por Max, respondendo imediatamente com os seus pilotos.
Logo depois, no giro 55, o Safety Car surgiu em pista por conta do problema apresentado no carro de Andrea Kimi Antonelli e uma nova rodada de paradas aconteceu pelo grid.

Neste momento a Red Bull optou por instalar um jogo de pneus duros no carro de Verstappen, diferente dos pneus macios que eram a escolha de todos que estão ao seu redor. Com isso, o neerlandês se tornou um alvo na relargada, sendo superado por Charles Leclerc e lidando com George Russell.
O confronto com o britânico da Mercedes se intensificou, onde Verstappen fez uma ultrapassagem por fora, ao usar o traçado auxiliar do circuito. Após uma constante cobrança para Max devolver a posição, o piloto reduziu a velocidade, se colocou na pista de uma forma como se fosse fazer a devolução da posição para Russell e por fim, bateu com o adversário.
A atitude de Verstappen, por provocar uma colisão, rendeu ao piloto 10 segundos de punição, com isso, o piloto que ficaria ao menos com o quinto lugar, caiu para décimo.
Na outra extremidade do grid, Yuki Tsunoda precisou de quatro paradas para concluir a prova. O fato de alguns pneus macios novos sobrarem para o japonês na corrida, não ajudou ele na conquista de posições pelo grid e ele basicamente virou um testador de compostos ao longo da prova.
As estratégias pelo grid
De certa forma, pela maior parte do grid optou por trabalhar novamente com a estratégia de duas paradas, manejando o momento de abandonar os pneus macios, para usar os compostos médios e retornar aos macios.
A McLaren se mostrou fiel na sua escolha estratégica e acabou com a tática surpresa apresentada pela Red Bull.
Sabendo que o último trecho da corrida seria realizado com os pneus macios, foi inevitável ver a movimentação nos boxes, provocada após a ação do Safety Car, pois todos os competidores queriam estar na melhor posição quando a corrida retornasse ao ritmo normal.
O período de Safety Car foi longo, com a neutralização da prova acontecendo até a volta 60 e não deixou muito espaço para os duelos, como era esperado na fase final da corrida.
Levando em consideração a dificuldade para gerenciar a temperatura dos pneus, em um evento marcado pelo calor e o asfalto abrasivo, pilotos como Esteban Ocon e Oliver Bearman fizeram dois stints com pneus médios novos, mas não conseguiram progredir na corrida.
Charles Leclerc foi o único entre os dez primeiros que fez dois stints com pneus médios novos, mas encerrou a corrida com pneus macios usados. O piloto monegasco precisou sacrificar o final da classificação, mas encontrou ritmo ao longo da prova. Diferente do que aconteceu ao longo da prova de Lewis Hamilton.
O heptacampeão mundial almejava um pódio em Barcelona, saindo da quinta posição era possível pensar em algo para buscar ao menos o terceiro lugar no grid. Após a largada, Hamilton assumiu a quarta posição, mas Leclerc também teve uma boa reação e ficou logo atrás, ocupando o quinto lugar.
Nas voltas seguintes, o monegasco construiu a aproximação entre os companheiros de equipe e foi pressionando Hamilton até obter a inversão das posições. Hamilton então retornou para a quinta posição, abrindo passagem e com as escolhas definidas, a Ferrari fez o possível para não precisar lidar com uma nova inversão de posições. O britânico novamente não conseguiu encontrar ritmo e o restante da prova foi um desastre.
O primeiro trecho da corrida, orbitou na tentativa de conservar os pneus, até a primeira parada ser realizada – sendo exatamente isso que a Red Bull queria evitar. Mas voltando para a Ferrari, mesmo com o ritmo de Leclerc, a equipe não conseguia ser uma ameaça para a McLaren.
A equipe italiana então escolheu parar Hamilton na volta 16, alegando que era para evitar um undercut da Mercedes, mas em um primeiro momento eles não deixaram isso tão claro para o piloto. A tentativa de parar antes, parecia que era para cobrir a estratégica de Charles Leclerc e tentar recuperar a posição, mas não foi o caso.
Ao mesmo passo que a Ferrari tentou blindar Hamilton das investidas da Mercedes, deixou a passagem livre quando na segunda rodada de paradas, chamando o britânico aos boxes depois que Russell já tinha feito a troca de pneus – tomando aquele undercut que supostamente eles estavam tentando evitar. Hamilton não conseguiu se recuperar e precisou se contentar com o sexto lugar na chegada.
A Sauber no ataque da Ferrari
Nico Hülkenberg foi protagonista de uma das atuações mais sólidas do fim de semana em Barcelona. Largando da 15ª posição após ser eliminado no Q1, o alemão aproveitou a estratégia precisa da Sauber, com três paradas e uso inteligente de pneus novos, para escalar o pelotão e cruzar a linha de chegada em sexto — herdando a quinta colocação após a punição aplicada a Max Verstappen no fim da corrida.
A diferença entre os pneus macios novos usados por Hülkenberg, comparado aos pneus macios usados de Hamilton, mostrou a diferença na pista. Mesmo na classificação os pilotos sentiram uma certa dificuldade no gerenciamento deste pneu.
Hülkenberg testou as novas peças desde o início do fim de semana e fez bom uso delas na corrida. O desempenho trouxe pontos valiosos para a equipe suíça, em um campeonato no qual cada oportunidade conta.
No caso da corrida de Gabriel Bortoleto, as estratégias da Sauber não ajudaram na prova do piloto brasileiro, enquanto o Safety Car colaborou para atrapalhar ainda mais uma corrida que já estava comprometida.
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