Para marcar o encerramento da rodada tripla, iniciada no GP do Japão, a Fórmula 1 visita neste fim de semana a Arábia Saudita.
A categoria introduziu o Circuito de Jeddah-Corniche ao calendário em 2021, a pista então ficou conhecida por ser extremamente rápida, mas por conta da proximidade com as barreiras de contenção – é extremamente desafiador.
Max Verstappen conta com duas vitórias no traçado, enquanto Sergio Pérez e Lewis Hamilton venceram uma prova cada. A McLaren, que venceu o Mundial de Construtores no ano passado e repete a boa fase em 2025, não tem se quer um pódio neste circuito.
Oscar Piastri venceu o GP do Bahrein, enquanto George Russell foi o segundo colocado, seguido por Lando Norris na terceira posição. O resultado foi positivo para a McLaren, mas o piloto britânico precisou fazer algumas ultrapassagens para disputar o pódio, pois fez uma classificação ruim no sábado.
Max Verstappen e a Red Bull não conseguiram um bom rendimento no Bahrein, desta forma não repetiram a performance do GP do Japão.
Com a próxima rodada que começa neste fim de semana, Lando Norris continua na liderança com 77 pontos, contra 74 de Piastri que avançou na tabela. Max Verstappen é o atual terceiro colocado com 69 pontos, contra 63 de George Russell e 32 de Charles Leclerc.
Entre as equipes a McLaren já faturou 151 pontos, enquanto a Mercedes tem 93 pontos e 71 da Red Bull. A Ferrari conseguiu pontos importantes no Bahrein, para obter 57 pontos, contra 20 da Haas.
A performance de Oliver Bearman é um dos destaques neste momento do campeonato.
O Circuito e Pneus
Embora não esteja entre os circuitos mais populares entre os fãs de Fórmula 1, Jeddah se destaca por sua alta velocidade e extensão. É um dos traçados mais longos do calendário, atrás apenas de Spa-Francorchamps e do circuito urbano de Las Vegas. Em termos de velocidade média, só perde para Monza.
Com 27 curvas ao longo de sua volta, o circuito de rua da Arábia Saudita permite que os pilotos mantenham o pé no acelerador por cerca de 80% do tempo, o que exige total concentração. A combinação entre velocidade extrema e pontos cegos torna o traçado particularmente desafiador — e não é raro escutar reclamações dos competidores durante o fim de semana. Basta uma desaceleração inesperada em um setor cego para que o risco de colisão aumente.
“Jeddah é simplesmente uma pista de Fórmula 1 insana – é basicamente Monza com muros”, diz Fred Vesti, que conquistou sua primeira vitória na Corrida Principal da F2 na pista em 2023.
“Dá ao piloto a dimensão exata do que ele quer: a chance de colocar um carro de corrida no limite. É um circuito que exige muita precisão, especialmente nos ápices do setor um. Se você virar um pouco cedo demais e bater no muro, a corrida acabou. Arrisque-se em Jeddah, mas não exagere.”

Apesar de ser um circuito urbano temporário, Jeddah conta com algumas estruturas permanentes. Seu design ficou a cargo da empresa de Hermann Tilke, em parceria com a própria Fórmula 1.
Como em qualquer circuito de rua, os pilotos precisam explorar cada centímetro disponível, raspando nos limites dos muros para extrair o máximo desempenho dos carros.
Além da extensão, o circuito apresenta características únicas que o tornam especialmente desafiador. A Curva 13, por exemplo, tem uma inclinação de 12%, e as três curvas próximas ao final da volta são contornadas a cerca de 300 km/h, exigindo precisão extrema dos pilotos. Soma-se a isso a areia carregada do vizinho Mar Vermelho, que compromete a aderência do asfalto e reforça a necessidade de atenção constante ao longo da prova.
Outro fator importante em Jeddah é a curta distância do pit-lane — uma das menores do campeonato. Com pouco mais de 15 segundos de perda estimada, é a terceira menor do ano, atrás apenas de Melbourne e Baku, e pode ser uma vantagem estratégica significativa para quem planeja undercuts ou corridas com múltiplas paradas.
A largada também desempenha um papel crucial. O trecho entre a linha de chegada e o primeiro ponto de frenagem tem apenas 148 metros, o que oferece oportunidades imediatas de ultrapassagem, mas também eleva os riscos de incidentes na primeira curva.
Um ponto tático que tem gerado debate entre os pilotos nos últimos anos é o posicionamento do marcador de detecção de DRS logo antes da última curva. Com isso, não é incomum ver manobras estratégicas em que um piloto cede propositalmente a posição pouco antes da linha de detecção para garantir o uso do DRS na reta dos boxes e recuperar a liderança antes da Curva 1.
O histórico do circuito também mostra uma tendência para corridas agitadas. Desde sua estreia, em 2021, Jeddah já teve cinco intervenções do Safety Car e duas bandeiras vermelhas em apenas quatro edições — o que evidencia o alto grau de imprevisibilidade da pista.
Com relação aos pneus, a Pirelli fornecerá neste evento a gama macia de pneus, composta por: C3 (duro – faixa branca), C4 (médio – faixa amarela) e C5 (macio -faixa vermelha).

A fornecedora de pneus promoveu essa mudança com o intuito de melhorar as corridas em Jeddah e ampliar as estratégias para a corrida. Embora seja uma prova onde as equipes precisam considerar a entrada do Safety Car ou bandeira vermelha, a prova do ano passado contou com apenas uma troca de pneus.
Neste ano também é esperado que o consumo dos pneus seja um pouco mais elevado, não apenas pela troca da gama escolhida para a prova, mas por conta do calor que se assemelha as condições enfrentadas na Arábia Saudita durante o verão.
Apesar de a pista de Jeddah não ser particularmente abrasiva, os pneus enfrentam um nível elevado de exigência durante a corrida. As forças laterais intensas geradas pelas curvas de alta velocidade e as zonas de frenagem exigem bastante dos compostos, tornando a escolha dos pneus um fator determinante para o desempenho.

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