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Ferrari erra a estratégia e Sergio Pérez aproveita para vencer em Mônaco

O GP de Mônaco foi uma prova demorada, a corrida disputada neste domingo (29) foi encerrada por tempo, por conta de todos os atrasos e paralisações. A chuva que era uma ameaça durante toda a semana caiu instantes antes da largada ter início, alternando a sua intensidade. A direção de prova aguardou uma melhor condição para o início da prova, desta vez não tivemos uma largada parada, tudo aconteceu atrás do Safety Car e em movimento.

Charles Leclerc liderou o início da corrida, mas por conta de um erro de estratégia foi devolvido para a pista atrás de Pérez. Conforme a pista foi secando, Carlos Sainz bateu o pé que gostaria de deixar os pneus de chuva extrema para trabalhar com os pneus duros. O monegasco parou primeiro, instalou pneus intermediários, mas pouco tempo depois a Ferrari precisou parar Sainz e chamou Leclerc mais uma vez para os boxes (em um pit-stop duplo), desta vez avançando para os compostos de pista seca para os dois carros. Se a prova do monegasco já estava ruim, piorou mais ainda.

A Red Bull fez a parada de Pérez marcando Sainz, o trabalho foi tão eficiente que o mexicano conseguiu permanecer na liderança. Leclerc estava frustrado com a movimentação do time, mas não tinha mais o que fazer. Foram assim até a batida de Mick Schumacher que marcou a paralisação da prova com o regime de bandeira vermelha.

Quando a relargada foi dada, a direção de prova optou por terminar ela no tempo. Estratégia diferente de pneus entre a dupla da Red Bull e a dupla da Ferrari. Sainz e Leclerc contaram com pneus melhores para o trecho final da corrida, mas fugir do trilho seco era muito perigoso. O espanhol ainda tentou obter a sua primeira vitória da carreira no Principado, mas não conseguiu encontrar um espaço para fazer a ultrapassagem.

Após ser obrigado a ceder a posição para Verstappen na Espanha, em Mônaco, durante uma das corridas mais icônicas, Pérez recebeu a bandeira quadriculada na primeira posição. Carlos Sainz atacou o mexicano até o final, mas teve que se contentar com o segundo lugar. Acompanhado por Max Verstappen que superou Charles Leclerc e ainda ficou com a terceira posição do pódio.

Ao menos o monegasco terminou uma prova em casa.

George Russell superou Lando Norris com a estratégia da Mercedes, eles ficaram com o quinto e o sexto lugar respectivamente. Fernando Alonso foi o sétimo colocado, depois de Lewis Hamilton duelar com o espanhol pela posição da Alpine. Valtteri Bottas conseguiu o nono lugar, enquanto Sebastian Vettel terminou na décima posição. Esteban Ocon brigou ao máximo com Hamilton pelo oitavo lugar, mas por ter recebido uma punição por conta do toque com o inglês, caiu para o décimo segundo lugar, ficando fora da zona de pontuação.

A Fórmula 1 retorna dentro de quinze dias para a realização do GP do Azerbaijão.

Saiba como foi o GP de Mônaco

A Ferrari e a Red Bull realizaram algumas trocas nos carros dos seus pilotos após a batida que ocorreu nos últimos instantes da classificação. O câmbio de ambos os carros foi substituído.

A chuva começou a lavar a pista e os radares apontavam que mais chuva estava por vir. Com a pista declarada como molhada, todos os pilotos estavam com os pneus para chuva extrema, pois os compostos de chuva intermediária não seriam efetivos para o começo.

O início da prova foi adiado em alguns minutos, por conta da variação da chuva. Leclerc andou de lado para deixar a sua posição – água tinha empoçado no grid. Os pilotos completaram duas voltas atrás do Safety Car para que eles sentissem a pista. A chuva começou a ficar muito forte e o regime de bandeira vermelha foi dado, sem condições para o início da prova.

Uma hora após o previsto, novamente iniciaram os procedimentos de largada. O Safety Car deixou a pista acompanhado com os carros. Uma volta fora debitada da prova por aquela volta adicional dada no início da corrida. Nicholas Latifi bateu atrás do Safety Car perdendo o carro na sexta curva, durante a primeira volta. Stroll também precisou seguir para os boxes por conta de um toque que tinha dado no muro de contenção.

A largada aconteceu durante a terceira volta em movimento, logo após o Safety Car deixar a pista ao final da primeira volta. Leclerc conseguiu manter a dianteira, mesmo com o carro balançando. Sainz era o segundo, acompanhado por Pérez e Verstappen. Gasly seguiu para os boxes para instalar os pneus intermediários, assim como Zhou.

Na previsão os times apostavam que a chuva voltaria a cair. Durante a quarta volta os dez primeiros eram: Leclerc, Sainz, Pérez, Verstappen, Norris, Russell, Alonso, Hamilton, Vettel e Ocon. Na pista, apenas Gasly, Schumacher, Stroll e Latifi estavam usando os pneus intermediários.

A pista começava a secar, formando um trilho. Vettel e Tsunoda pararam durante a sétima volta, sendo devolvidos para a pista com os pneus intermediários. Para os pilotos que estavam com os pneus de chuva extrema, ainda estava difícil de guiar nessa pista.

Zhou que tinha largado da vigésima posição, era o décimo quarto colocado se aproveitando das paradas e erros que aconteceram no início da prova. Como algumas partes do circuito estavam bem molhadas ainda, os pilotos escapavam um pouco. Russell já tinha cortado a pista, assim como Zhou. Albon perdeu o controle do carro e da décima terceira posição, caiu para o décimo sexto lugar.

Durante a volta 13 Gasly escolheu o lado de dentro e realizou a ultrapassagem em Zhou, para ficar com a décima terceira posição. O piloto da AlphaTauri começou a pressionar Daniel Ricciardo, assim como Vettel que também estava duelando com o piloto da equipe italiana. Na volta seguinte o francês ganhou a posição de Ricciardo e rapidamente abriu distância para o piloto da McLaren.

Lewis Hamilton realizou a sua parada na décima sexta volta. O piloto da Mercedes apostava nos pneus intermediários, enquanto Sainz acreditava que era possível usar os compostos de pista seca. Sergio Pérez foi chamado para os boxes no giro seguinte, o mexicano retornou com os pneus também de pista verde.

Os ponteiros começaram a realizar as suas paradas, Norris fez a sua troca na volta 18. Neste momento Hamilton era tocado por Ocon, que fez a ultrapassagem para ganhar a oitava posição. Na sequência uma trapalhada da Ferrari, Leclerc fez a sua troca, mas foi devolvido atrás de Pérez, com Verstappen separado por seis segundos do monegasco. Sainz se tornou o líder da prova. Albon e Schumacher estavam experimentando os pneus duros no trilho que havia se formado.

Hamilton andava lado a lado do piloto da Alpine, tentando retomar a posição depois do toque entre ele e Ocon. O francês fazia o carro ficar largo, enquanto o piloto da Mercedes se esforçava para desafiar o concorrente.

Na volta 22 a Ferrari optou por um pit-stop duplo para a sua dupla. Sainz retornou na terceira posição, atrás da dupla da Red Bull. Leclerc foi devolvido atrás de Norris. Neste momento da prova vários pilotos optaram pelos pneus de pista seca. A Red Bull fez mais uma parada com Pérez e Verstappen durante a volta 23. A troca dos compostos do mexicano ocorreu de forma tão precisa que ele conseguiu retornar na liderança, acompanhado por Sainz. Verstappen ainda estava à frente, mas cruzou a linha final dos boxes para evitar uma ultrapassagem de Leclerc.

Por conta do tráfego os líderes precisavam usar a parte molhada para ultrapassar os retardatários. A direção de prova creditou Pérez como o piloto que deixou o pit-lane de forma incorreta.

Na volta 26, os dez primeiros eram: Pérez, Sainz, Verstappen, Leclerc, Russell, Norris, Alonso, Hamilton, Ocon e Bottas. Magnussen já tinha abandonado por conta de um problema no motor, sendo mais um carro com motores da Ferrari apresentando problemas mais uma vez. O Safety Car foi chamado para a pista na volta 27, pois Schumacher perdeu o controle do carro na curva 15, o VF-22 ficou bem destruído com a traseira absorvendo todo o impacto, mas o piloto estava bem.

Quando completaram 30 voltas a direção de prova colocou a corrida em bandeira vermelha. Todos seguiram para os boxes. Leclerc estava furioso com a estratégia da Ferrari que tirou o piloto da liderança para ocupar o quarto lugar. Norris perdeu a quinta posição para Russell com as trocas de pneus.

A relargada da prova aconteceu ao 12h15.

Com a prova sendo reestabelecida, apenas Pérez, Verstappen, Russell, Alonso, Hamilton, Tsunoda, Zhou, Latifi e Albon estavam com os pneus médios. O restante do pelotão permaneceu com os seus compostos duros que já estavam instalados nos seus carros.

A relargada da prova aconteceu ao final da volta 32, com Pérez na liderança. Sainz acompanhou o mexicano, ficando com a segunda posição. Verstappen tinha colado no piloto da Ferrari, enquanto Leclerc permanecia em quarto lugar. O mexicano freou forte danificando os seus compostos, mas permaneceu na liderança, com mais de um segundo de vantagem para o piloto da Ferrari.

Alonso era pressionado por Hamilton que ocupava a oitava posição. Albon tinha registrado 1m20s929, obtendo a melhor volta da prova. Pérez seguia administrando a liderança. Ocon foi punido com cinco segundos pela colisão com Lewis Hamilton.

Na volta 37 a direção de prova estabeleceu um cronômetro em regressiva, pois a prova terminaria por tempo. Pérez manteve a liderança, mas Sainz tinha reduzido a diferença para o adversário em cerca de 0s800. Alonso seguia se defendendo dos ataques de Hamilton, com o piloto da Mercedes ainda interessado na sétima posição.

O DRS foi liberado durante a volta 39, mas mesmo com a proximidade entre eles, quem podia acionar não conseguia nenhum ganho. Com os carros largos em um traçado apertado, ainda era difícil trabalhar para negociar uma ultrapassagem.

Pérez seguia como o dono da melhor volta, o mexicano anotou 1m16s028 registrada durante a volta 42.

Sainz cortou a chicane durante a volta 49, desta forma Verstappen tinha se aproximado do espanhol.

Zhou tentou uma ultrapassagem em Tsunoda, mas acabou perdendo um pouco o controle do carro. O piloto da Alfa Romeo devolveu a posição na volta 52. Albon seguiu para os boxes se retirando da corrida. Norris realizou mais uma parada, mas conseguiu manter a sexta posição, pois tinha mais de 30 segundos de vantagem para Alonso.

Na volta 54 Sainz tinha encostado em Pérez, com os seus pneus duros mostrando que tinha um desempenho melhor nesta fase final da prova. O espanhol começou com voltas alucinantes, enquanto o piloto da Red Bull começava a pegar os primeiros retardatários.

Verstappen e Pérez estavam com os pneus médios bem degradados, mas ainda tinham sete minutos de prova pela frente. Verstappen também tinha colado em Sainz, com o holandês puxando Leclerc que também tinha um pneu melhor.

Pérez recebeu a bandeirada na primeira posição, durante a volta 65. Seguido por Sainz e Verstappen que completaram o pódio. O piloto espanhol atacou até o final, buscando de todas as formas essa primeira posição. Leclerc estava frustrado com o quarto lugar, principalmente por conta do campeonato, mas ao menos o monegasco tinha terminando uma prova em em casa.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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