Após a Ferrari faturar a pole para os 1812 KM do Catar com Antonio Giovinazzi, a equipe italiana dominou o pódio na abertura do Mundial de Endurance da FIA de 2025. Os carros #50, #83 e #51, cruzaram a linha de chagada nesta sequência, em carros guiados por Antonio Fuoco, Robert Kubica e Alessandro Pier Guidi, respectivamente.
O #51 ficou encarregado de começar a corrida da pole, mas rapidamente o #50 assumiu a segunda posição, após Niklas Nielsen ultrapassar o BMW #15. Ao longo das 10 horas de prova, os três 499P mostram um excelente desempenho, mantendo um ritmo forte e constante.
Infelizmente, após um início bem-sucedido, o #51 compartilhado por James Calado, Alessandro Pier Guidi e Antonio Giovinazzi, sofreu duas penalidades de drive-through, que fizeram a equipe perder muito terreno na prova. No entanto, por conta do ritmo forte, foi possível fazer a escalada e brigar pelo pódio.
A prova foi marcada por alguns incidentes, antes da decisão acontecer, como a batida protagonizada pelos carros da JOTA. Nos momentos antes da relargada, após a entrada de um Safety Car, Alex Lynn no Cadillac #12, encheu a traseira do Cadillac #38 guiado por Jenson Button. Os dois carros precisaram recorrer aos boxes para arrumar os equipamentos.
Pier Guidi registrou a volta mais rápida da corrida – 1m41s259 na volta 141, para selar o resultado da equipe italiana.

O carro da AF Corse embora tenha cruzado a linha de chegada na segunda posição, esteve em duelo direto pela vitória. Quando a última hora da corrida foi iniciada, a disputa ainda estava em aberto, mas pensando em termos de campeonato, era mais vantajoso ter um carro da fábrica ganhando. Robert Kubica foi superado na última rodada de pit-stops, depois de uma longa discussão no rádio, quando era orientado e alertado sobre a decisão tomada nos boxes.
A inversão aconteceu, o polonês ainda tentou manter o #50 no visual, mas nos últimos minutos da prova, lutava para não ser ultrapassado pelo #51, que se aproximou da briga, por condições mais favoráveis dos pneus.
“Antes de tudo, quero agradecer a toda a equipe pelo trabalho feito durante o inverno, que nos permitiu chegar aqui no Catar com grande potencial para explorar. Tivemos um ótimo desempenho na corrida, tanto na gestão de pneus quanto na estratégia. O que alcançamos hoje, com três Ferraris nas primeiras posições no final de uma corrida do Campeonato Mundial de Endurance, ficará para a história”, celebrou Fuoco.
Kubica obteve o segundo lugar, mas apenas por uma diferença de três décimos de segundo, para celebrar o resultado com Yifei Ye e Philip Hanson.
A última vez que a Ferrari colocou três carros nas primeiras posições em uma corrida da categoria principal de endurance foi em 1972, nos 1000 km de Österreichring, na Áustria. Na ocasião, a Ferrari 312 PB garantiu uma vitória dominante com Jacky Ickx e Brian Redman, seguidos por Helmut Marko e Carlos Pace.
Outro momento histórico semelhante ocorreu em 1967, quando a Ferrari conquistou um “1-2-3” nas 24 Horas de Daytona.
Com o resultado em Lusail, a Ferrari sai na frente na classificação do WEC, somando 66 pontos no campeonato de fabricantes. Essa pontuação inclui o ponto conquistado pela pole e os 38 e 27 pontos obtidos pelos carros número 50 e 51, respectivamente.
A partir desta temporada, o regulamento do WEC permite que ambos os carros das equipes oficiais pontuem no campeonato, diferentemente dos anos anteriores, quando apenas o melhor colocado somava pontos.
A BMW M Team WRT garantiu a quarta posição com o BMW M Hybrid V8 #15, conduzido por Dries Vanthoor, Raffaele Marciello e o ex-piloto de Fórmula 1, Kevin Magnussen. O trio precisou superar contratempos, incluindo um problema no limitador de velocidade dos boxes e um toque com um carro da classe LMGT3, que comprometeram seu desempenho no início da prova.
A Toyota, atual campeã de fabricantes, terminou em quinto e sexto. O carro #8 chegou à frente do #7, que teve de largar da última fila do grid. Apesar do resultado discreto, a equipe japonesa demonstrou consistência ao longo da corrida.
Já a Cadillac Hertz Team JOTA viu suas chances de um resultado expressivo escaparem após um incidente entre seus próprios pilotos, mencionado mais acima no texto. No fim, o Cadillac #12 terminou apenas na oitava posição, longe do potencial demonstrado.
A Alpine Endurance Team também começou bem, com Ferdinand Habsburg levando o carro #35 ao terceiro lugar nas primeiras horas de prova, mas a equipe francesa não conseguiu sustentar o ritmo e acabou caindo no grid.
Já a Porsche, vencedora da edição de 2024 da corrida no Catar, teve um desempenho apagado nesta edição. O carro #5 da Porsche Penske Motorsport foi o melhor representante da marca alemã, terminando apenas na décima posição e somando um único ponto no campeonato. O 963 sofreu com a falta de velocidade ao longo de toda a prova, tornando impossível brigar por posições de destaque.
Disputa acirrada no LMGT3
A categoria LMGT3 proporcionou um espetáculo à parte, com uma batalha eletrizante até a bandeirada. O Corvette #33 da TF Sport, pilotado por Daniel Juncadella, Jonny Edgar e Ben Keating, conquistou uma vitória surpreendente, superando um 13º lugar no grid e dois erros iniciais para garantir o primeiro lugar.
Nos momentos finais, Juncadella precisou segurar a pressão de Grégoire Saucy, da McLaren United Autosports, cruzando a linha de chegada com menos de meio segundo de vantagem. O pódio foi completado pelo The Bend Team WRT, que viu Timur Boguslavskiy segurar rivais experientes para garantir o terceiro lugar.
Agora, as equipes se preparam para a próxima etapa do FIA WEC: as 6 Horas de Imola, entre os dias 18 e 20 de abril, na casa da Ferrari.
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