Se na Fórmula 1 a Ferrari tem enfrentado algumas dificuldades, no Mundial de Endurance da FIA a equipe faturou a segunda vitória da temporada 2025 durante as 6 Horas de Ímola.
Correndo em casa, Antonio Giovinazzi foi escalado para fazer a classificação no sábado, guiando o #51. O piloto italiano faturou a pole, para dar a chance do trio formado por Alessandro Pier Guidi e James Calado buscarem a vitória diante da sua torcida.
O trio conseguiu dominar a prova. Com essa conquista, a escuderia de Maranello alcança sua primeira vitória geral em solo italiano no endurance após um jejum de 52 anos — a última havia sido em 1973, nos 1000 km de Monza com Brian Redman e Jacky Ickx.
Largando da frente com Calado, o 499P número 51 esteve sempre entre os dois primeiros colocados durante as 212 voltas da prova. Coube a Pier Guidi a honra de cruzar a linha de chegada e garantir o segundo triunfo consecutivo da Ferrari em 2025, após a vitória no Catar com o carro número 50. Após fazer a pole, Giovinazzi fez o segundo trecho da corrida, antes de passar o equipamento para o outro piloto italiano do time.
Enquanto isso, a corrida foi mais conturbada para os outros representantes da fabricante italiana. O carro número 50, que saiu apenas da 18ª posição, chegou a escalar o pelotão e figurou entre os líderes. No entanto, um toque de Antonio Fuoco no Toyota #8 causou um furo de pneu e obrigou um pit-stop não programado, além de uma punição de 45 segundos. Apesar do revés, a equipe ainda marcou a volta mais rápida da corrida: 1m32s504, com Fuoco ao volante.
Já o 499P número 83, inscrito pela AF Corse e conduzido por Robert Kubica, Yifei Ye e Phil Hanson, também teve destaque. Após largar em segundo, manteve-se na briga pelo pódio até o fim, cruzando a linha de chegada em quarto lugar, a apenas 20 segundos dos vencedores.
A performance em Imola foi completa: pole, volta mais rápida e vitória — repetindo o domínio que a equipe já havia exibido no Catar, conseguindo tal resultado mesmo com os carros mais pesados por conta do BoP. Com isso, a Ferrari se tornou a quinta fabricante da história a alcançar pelo menos cinco vitórias gerais no FIA WEC. O modelo 499P agora soma conquistas importantes, incluindo vitórias nas 24 Horas de Le Mans em 2023 e 2024.
A prova também foi marcada pela pressão intensa da Porsche, Toyota, BMW e Alpine. Ao longo do evento, as equipes precisaram lidar com várias intervenções do Safety Car, estratégias ousadas de pneus e alguns momentos de tensão. Para lidar com todas essas questões, o trio da Ferrari precisou manter a calma, para que cruzasse a linha de chegada com mais de 10 segundos de vantagem.
“Foi um fim de semana excelente”, celebrou Giovinazzi, ainda invicto na Hyperpole em 2025. “Houve muitas bandeiras amarelas e safety cars, o que não é nada fácil de administrar, mas a equipe fez um trabalho fantástico. O carro estava incrível, meus companheiros também, e os tifosi foram fantásticos. Um domingo incrível!”
Embora o Ferrari #51 tenha liderado a maior parte da corrida — chegando a abrir quase meio minuto de vantagem —, uma segunda entrada do safety car a pouco mais de duas horas do fim embaralhou o pelotão e colocou em xeque a liderança. A pressão de marcas como Porsche, Toyota e BMW foi constante, mas a Ferrari se mostrou sólida em todas as decisões estratégicas.
Quem aproveitou bem o caos da corrida foi a BMW, com o carro #20 do BMW M Team WRT, pilotado por René Rast, Robin Frijns e Sheldon van der Linde. Mesmo após sofrer danos na asa traseira em um toque com o Toyota #7, o trio garantiu o segundo lugar, seu primeiro pódio no campeonato. Em seguida, o Alpine #36, com Mick Schumacher, Jules Gounon e Frédéric Makowiecki, cruzou em terceiro, a menos de quatro segundos atrás.
Na classificação geral, a Ferrari lidera entre os construtores com 92 pontos, enquanto a trinca Pier Guidi–Calado–Giovinazzi assume a ponta entre os pilotos com 50 pontos, seguidos por Ye–Kubica–Hanson (39 pontos) e Fuoco–Molina–Nielsen (38 pontos).
LMGT3 tem disputa até a última curva
Na categoria LMGT3, o público italiano vibrou com o desempenho de Valentino Rossi, que garantiu a pole com o BMW #46 da WRT. A equipe liderou boa parte da prova, mas um toque entre Rossi e Simon Mann (#21 Ferrari Vista AF Corse) resultou em uma penalidade que os derrubou para o oitavo lugar.
O sul-africano Kelvin van der Linde protagonizou uma recuperação feroz e chegou a pressionar Richard Lietz, da Manthey, até os momentos finais. Mas o austríaco defendeu a liderança com maestria, garantindo a primeira vitória do Porsche #91 na temporada e frustrando Rossi em sua corrida em casa pelo segundo ano consecutivo.
A Lexus, com a equipe Akkodis ASP, completou o pódio com os carros #87 e #78, garantindo o terceiro e o quarto lugares.
Os brasileiros Dudu Barrichello e Augusto Farfus terminaram em 11º e 12º, respectivamente.
Próxima parada: Spa-Francorchamps
A próxima etapa do Mundial de Endurance será realizada no dia 10 de maio, em Spa-Francorchamps, na Bélgica. A tradicional pista das Ardenas será palco da terceira corrida da temporada, novamente com duração de seis horas.
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