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F1 avalia cenários para 2026 e deve abrir a temporada com GP da Austrália

Para manter a realização de 24 corridas em 2026 - a Fórmula 1 muda a logística e precisa traçar uma nova estratégia

A Fórmula 1 já está pensando no calendário de 2026, o próximo campeonato marca a estreia dos novos motores que serão usados pela categoria, assim como um design repaginado do carro.

Nos últimos anos, o maior desafio é atender todos os circuitos que estão interessados em receber a categoria. No entanto, o calendário do próximo campeonato será baseado na realização de 24 Grandes Prêmios – com o campeonato acontecendo de março a dezembro.

Ainda não foi batido um martelo, pois aprovação depende do Conselho Mundial de Automobilismo da FIA. O The Athletic conversou com algumas fontes para ter os principais pontos sobre o calendário de 2026.

Assim como aconteceu em 2025, o GP da Austrália deve abrir a temporada de 2026. A Fórmula 1 deu preferência para a pré-temporada e a abertura do campeonato, acontecer no Bahrein nos últimos anos, enquanto a Arábia Saudita também já demonstrou interesse para ser a primeira corrida do ano. Mas por questões logísticas e o período do Ramadã – mês sagrado para os muçulmanos – foi necessário reposicionar algumas provas no calendário.

O Ramadã segue o calendário islâmico (lunar), baseado nos ciclos da lua, dessa forma a cada ano, ele acontece uma data diferente – para quem segue o calendário gregoriano (solar). Por ser um período de rezas e de jejum, a Fórmula 1 optou por respeitar esse momento e fazer uma readequação no calendário.

A F1 renovou o contrato com o GP da Austrália até 2037, mas o acordo é para ser sede da abertura do campeonato em ao menos cinco corridas neste período. 2026 marcaria a segunda ocasião, neste novo período de realizações de prova.

Se a Austrália abrir a temporada, as provas da China e Japão devem acontecer na sequência, depois a categoria visita o Oriente Médio – fora do período do fim do Ramadã – previsto para acontecer entre 18 de fevereiro a 17 de março.

Outra novidade é a mudança das corridas de Mônaco e Canadá, sendo mais uma grande mudança logística, mas com o intuito de ajudar no transporte das cagas, melhorando a eficiência. No novo acordo com Montreal – a corrida acontecerá no terceiro ou quarto fim de semana de maio. Mônaco então será deslocada para o início de junho, sendo disputada no primeiro fim de semana completo de cada ano – dessa forma a prova não estará em conflito com as 500 Milhas de Indianápolis.

PORÉM: com a possível mudança de data do GP do Canadá, a Fórmula 1 corre o risco de gerar um conflito ainda maior. Enquanto o GP de Mônaco acontece pela manhã e não interfere no horário das 500 Milhas de Indianápolis, uma coincidência com a corrida canadense traria problemas não apenas pela realização no mesmo dia, mas também pelo choque de horários entre os eventos.

A F1 então pode fazer mais uma organização geográfica – Miami e Canadá – evitando o deslocamento Miami – Europa – Canadá – Europa – para dar continuidade as rodadas europeias, antes de novos grandes deslocamentos.

Europa

O GP da Emilia-Romagna foi disputado pela última vez neste ano, pois a categoria quer dar vez para outras provas no calendário.

A Fórmula 1 deve realizar duas corridas na Espanha no próximo ano, se Madrid conseguir finalizar as obras para o recebimento da primeira corrida planejado para 2026. Barcelona, por sua vez, ainda tem contrato para a corrida de 2026, mas para os outros anos, a ideia é que a categoria faça apenas uma visita ao país.

Se as duas provas foram realizadas na Espanha, a tendência é que ocorra um espaçamento entre elas – como ocorre com corridas nos EUA.

A categoria está pensando em um sistema rotativo, para viabilizar corridas em um mesmo país, mas fugindo da necessidade de fazer duas provas no mesmo ano.

Lembrando que existe aquela pausa no meio da temporada, as férias de verão, mas a Fórmula 1 geralmente permanece na Europa, só que precisará pensar em um reajuste após o próximo ano, quando Zandvort deixará o calendário.

Testes de pré-temporada

Conforme o The Athletic, os testes em Barcelona serão realizados em nove dias, para que as equipes possam avaliar não apenas os novos sistemas dos carros, mas os novos motores.

Para dar conta de fazer os testes, a Fórmula 1 terá que colocar os carros na pista, provavelmente no final de janeiro. As sessões avaliativas devem começar em Barcelona, no circuito espanhol que já foi palco de múltiplos testes de pré-temporada.

O primeiro teste da temporada 2026 não será exatamente um teste tradicional, mas sim um shakedown, realizado a portas fechadas para que as equipes tenham a chance de colocar seus novos carros na pista — como ocorreu há três anos. A programação prevê cinco dias de atividades em Barcelona, mas cada equipe poderá participar de apenas três. Ainda não foram definidos os critérios para a escolha dos dias por cada equipe, nem se haverá flexibilidade em caso de chuva ou outros imprevistos.

As outras sessões avaliativas serão no Bahrein, no início de fevereiro. Conforme o regulamento do próximo ano, dois testes de três dias cada podem ocorrer entre os dias 7 de fevereiro e sete dias antes da primeira corrida da temporada. Com isso, a Fórmula 1 deve fazer uma escolha antes do início do Ramadã.

A categoria ainda deve manter aquele evento de revelação das pinturas, antes do início do campeonato. Deixando as equipes com um tempo ainda mais limitado dentro de toda a programação de 2026.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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