Pelo terceiro ano consecutivo, a Ferrari venceu as 24 Horas de Le Mans. Em 2023 a vitória ocorreu com o #51, no ano seguinte com o #50 e agora foi o carro #83 que cruzou a linha de chegada na primeira posição. Rober Kubica teve a honra de dominar o equipamento na fase final da prova e celebrar o tão sonhado título durante a 93ª edição.
Com os últimos resultados obtidos pela equipe no Mundial de Endurance da FIA, a expectativa era enorme para a prova no Circuito de La Sarthe. A classificação não foi favorável para a equipe italiana, mas eles conseguiram crescer na prova e se colocar no páreo.
Robert Kubica, Phil Hanson e Yifei Ye dividiram o carro ao longo das 24 Horas, em prova válida para a 4ª etapa da temporada 2025 do WEC. Com o resultado, o trio da AF Corse, representa a primeira equipe cliente a vencer Le Mans desde a Champion Racing com o Audi R8 – em um trunfo que aconteceu há 20 anos.
Not once, not twice, three times!!! 🏆🏆🏆#FerrariHypercar #Ferrari499P #WEC #LeMans24 pic.twitter.com/03V0lH0lYd
— Ferrari Hypercar (@FerrariHypercar) June 15, 2025
A vitória tem um tom sentimental, Robert Kubica conquistou a sua primeira vitória na prova mais icônica do automobilismo, essa também é a primeira de um polonês, mas também a de um piloto chinês (Ye) a subir ao lugar mais alto.
A trajetória de Kubica no automobilismo, tem várias nuances. Em 2007, durante o GP do Canadá, ele sofreu uma batida impressionante, em um choque com Jarno Trulli. A capotagem foi impressionante e ele escapou de ferimentos sérios de uma forma milagrosa.
O polonês era visto como um piloto de destaque, entre a nova geração e os times estavam de olho em seu desenvolvimento. No ano seguinte, no Canadá, Kubica venceu a prova, sendo a sua única na Fórmula 1.
Com o seu desenvolvimento na categoria, Kubica era cotado para ser piloto da Ferrari em 2012. O competidor que chamou ainda mais a atenção nos testes de Valência, sofreu acidente no início de 2011 que mudou completamente a sua trajetória no automobilismo. Kubica participava de uma prova de Rali em Andorra, quando bateu na barreira de proteção do circuito, que atravessou o equipamento dilacerando o braço direito.
Após uma cirurgia que durou várias horas, foi possível evitar uma amputação, mas Kubica ficou com os movimentos limitados.
Curiosamente, sua tão sonhada vitória em Le Mans veio no mesmo fim de semana do GP canadense, onde seu ex-companheiro de equipe também subiu ao lugar mais alto do pódio, como essas coincidências da vida.
O polonês testou um carro da Renault em 2017, para no ano seguinte se tornar piloto de testes da Williams. Por fim, em 2019, ele se tornou titular na equipe britânica. Kubica precisou de um volante adaptado para retornar aos carros de fórmula, mas mostrou muita perseverança.
Kubica chegou muito perto de vencer as 24 Horas de Le Mans em 2021. Na ocasião, guiando o protótipo na LMP2, equipamento que ele dividia com Yifei Ye e Louis Deletraz foi bem até a última volta, quando o equipamento apresentou um problema no sensor do acelerador e gerou o abandono.
Desde aquele dia, o objetivo dele se tornou vencer essa prova. Na chegada de Le Mans, Kubica que guiava o carro amarelo da Ferrari, esperou os seus companheiros de equipe para celebrarem o feito juntos.
A Ferrari segue escrevendo capítulos marcantes na história do endurance. Com o triunfo nas 24 Horas de Le Mans de 2025, o construtor italiano chegou à sua 12ª vitória geral na corrida mais prestigiada e tradicional do automobilismo mundial, um intervalo que se estende de 1949 até os dias atuais.
A conquista também marca a primeira sequência de três vitórias consecutivas da Ferrari em Le Mans desde a era dourada da década de 1960, quando a marca venceu seis edições seguidas entre 1960 e 1965. A última delas, com a lendária Ferrari 250 LM, foi o último triunfo geral antes do retorno à classe principal do Mundial de Endurance (WEC), em 2023.
O domínio da equipe em 2025 também se reflete no desempenho ao longo da temporada. O protótipo 499P venceu todas as etapas disputadas até agora: Lusail (Catar), Ímola (Itália), Spa-Francorchamps (Bélgica) e, agora, Le Mans.
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