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Preview do GP da Holanda – Zandvoort é palco para o retorno da F1 depois das férias

A Fórmula 1 retorna neste fim de semana para a disputa do GP da Holanda. A expectativa está alta para o duelo entre o McLaren e Red Bull

A Fórmula 1 retorna das suas férias de verão na Holanda. O circuito de Zandvoort receberá a 15ª etapa da temporada 2024. Com os agitos anteriores antes da breve pausa, o público está ansioso para acompanhar o desdobramento do campeonato.

A McLaren apresentou um bom crescimento e desenvolvimento ao longo da primeira metade do campeonato. Após vencer corridas e conquistar pódios, se tornaram os principais desafiantes da Red Bull e podem atrapalhar os austríacos a conquistar mais um mundial de construtores.

A queda apresentada pela RBR chamou a atenção e permitiu que o campeonato se tornasse mais competitivo, com outros pilotos conquistando vitórias além de Max Verstappen. Quando a temporada 2024 foi iniciada, acreditava-se que o domínio da Red Bull permaneceria inalterado, mas agora com os desdobramentos que tivemos, tudo se tornou mais interessante.

Sergio Pérez que já não andava muito próximo do companheiro de equipe, passou a entregar ainda menos do que era esperado. Sem os pontos preciosos do mexicano, a Red Bull passou a ser ameaçada nos construtores. Ano passado a equipe até se garantia, pois a vitória de Verstappen era garantida, mas como as coisas não são mais assim, ficaram mais vulneráveis e sem Pérez contribuir com os pontos, ficou mais complicado brigar pelo campeonato.

Verstappen venceu as últimas três provas disputadas na Holanda, mas neste ano deve ser mais difícil para o piloto da casa manter a sequência de resultados.

A Mercedes começou a crescer e também conquistou pódios e vitórias, que ainda no início da temporada eram impensáveis. Lewis Hamilton é o único piloto além de Max Verstappen a conquistar duas vitórias em 2024, dado o nível da competição.

Por outro lado, a Ferrari foi uma das maiores decepções, embora seja atualmente a terceira colocada no Mundial, a equipe italiana começou um processo de contenção de danos, para se manter viva na competição. Os resultados pouco expressivos, complicaram a sua situação, mas eles ainda têm uma ‘gordura’ na tabela para a Mercedes.

Acredita-se que esse será um final de semana desafiador para a Ferrari, sendo mais uma prova em que a equipe tem a visão de conquistar o máximo de pontos, mesmo sabendo que será uma luta complicada.

A Pista

A Holanda retornou para o calendário, com o crescimento de Max Verstappen e uma forma de atender os seus fãs. No entanto, a proximidade com a Bélgica, assim como o pouco intervalo entre as provas, começou a afetar o público das corridas. Com a Fórmula 1 tentando visitar o maior número de lugares em uma temporada, acredita-se que a prova em Zandvoort possa entrar em um sistema de rodízio.

O circuito é um traçado permanente que oferece um bom desafio para os pilotos. O traçado exige que o competidor realize uma boa classificação, pois é difícil concluir ultrapassagens ao longo da prova. A estratégia é o que movimenta realmente a prova.

Neste fim de semana os competidores vão enfrentar a segunda pista mais curta do calendário, o traçado conta com apenas 4.259 km; o tráfego é intenso neste circuito e os pilotos precisam fugir dos competidores mais lentos.

No domingo os pilotos vão disputar 72 voltas, em um layout que conta com 14 curvas, quatro à esquerda e 10 à direita. Zandvoort não é comporto por retas muito longas, desta forma ao longo do percurso, os pilotos se concentram principalmente em realizar as curvas da melhor forma possível.

Existem duas zonas de ativação do DRS, uma localizada entre a curva 1 e 13, passando pela extensão da curva 14; enquanto a segunda fica posicionada entre as curvas 10 e 11.

Circuito de Zandvoort usado pela Fórmula 1 – Foto: reprodução F1

Guiar em Zandvoort se torna desafiador, não apenas pelas curvas inclinadas, mas pela quantidade de areia presente na pista, já que o circuito fica próximo de uma região costeira. Para completar a constante mudança da direção do vento pode prejudicar a volta dos pilotos. É fácil perder o controle dos carros ao longo das sessões e os pilotos precisam ficar ainda mais atentos ao longo da prova. Apenas 55% do tempo total da volta é gasto em aceleração plena.

A pista de Zandvoort foi modernizada, mudou muito desde a primeira vez que a Fórmula 1 disputou uma corrida por lá em 1952 ou sua última passagem em 1985. Eles conseguiram fazer um ótimo trabalho de preservação até hoje, Zandvoort é um circuito veloz e com curvas inclinadas.

Para o seu retorno ao calendário da F1, a pista passou por algumas obras de modernização, para conseguir receber os carros atuais usados pela categoria e garantir a segurança.

O traçado também conta com aquele jeito ‘old school’, com a brita delimitando a pista. Para a corrida do ano passado, foi instalado no circuito uma brita ‘falsa’, tentando reduzir os riscos de bandeira vermelha. Em 2022 a brita foi um problema, pois os carros atacavam a zebra e quando os pilotos deixavam um pouco o traçado, levavam com eles a sujeira para a pista.

A curva 12 tem uma área com cerca de um metro de largura, onde a brita foi envolvida com um tipo de resina, que deixa aquela área sólida. Os pilotos quando atingirem aquele ponto, sabem que não podem ir além, tentando evitar o contato com a brita como ocorreu no ano passado.

A pista possuí curvas rápidas e fluidas, além de ondulações pelo traçado, se tornando um desafio único para os pilotos. Zandvoort se provou ser um desafio para a realização de ultrapassagens, pois os pilotos precisam negociá-las em curvas, desta forma a reta principal seria a melhor oportunidade para ganhar posições.

As curvas 13 e 14 fazem parte do último trecho do traçado, mas também é uma parte do traçado inclinada em 18 graus e isso acaba colocando uma certa dificuldade para gerir os pneus, por conta das forças laterais que acabam atuando neles.

O pit-lane em Zandvoort é um dos mais curtos da temporada, e o limite de velocidade nele é reduzido para os 60 km/h. Em 2021 os times são instruídos a não realizar pit-stops duplos, pois atrapalharia o fluxo do pit-lane.

No ano passado Daniel Ricciardo se acidentou no TL2, quando tentou desviar de Oscar Piastri que tinha batido na curva 3. O australiano na ocasião bateu o carro da AlphaTauri na barreira de pneus, tentando evitar uma “batida em T” e fraturou a mão esquerda com o impacto por manter as mãos no volante, Ricciardo foi substituído por Liam Lawson por cinco provas, retornando apenas no GP dos Estados Unidos.

Pneus

Em mais uma prova na Holanda, a Pirelli fornecerá a gama dura de pneus para a prova, o que consiste na utilização dos compostos: C1 (duro – faixa branca), C2 (médio – faixa amarela) e C3 (macio – faixa vermelha).

Por conta das características do circuito e o nível de exigência do traçado, a Pirelli acaba trabalhando com os pneus da gama dura, pois eles atendem melhor ao nível alto de stress dos pneus. A abrasividade é classificada pela Pirelli como intermediária, desta forma é possível usar os pneus macios na corrida, mas dependem muito das condições climáticas.

Pneus usados no GP da Holanda – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

Em decorrência do clima instável no ano passado, os pilotos usaram os pneus intermediários em dois momentos da prova. Com as temperaturas mais baixas, os pneus macios participaram bastante das estratégias, por fornecer mais aderência e conseguir atingir a temperatura ideal com mais rapidamente.

Com os pilotos seguindo para os boxes mais vezes e as equipes tendo leituras diferentes das provas para cada competidor, foram 89 pit-stops realizados na prova de 2023.

A região que a pista fica localizada, é semelhante com o que acontece na Bélgica, o clima pode mudar rapidamente. O fim de semana reserva a possibilidade de chuva em algumas sessões.

Os times também precisam ficar atentos aos ventos e a sua mudança de direção, mudando a dinâmica dos treinos livres e podendo atrapalhar durante a corrida, dificultando a vida dos pilotos.

Os ventos arrastam areia para o traçado, por conta da proximidade com o mar, deixando a pista suja e alterando a aderência. Os pneus macios acabam salvando os pilotos para lidar com todas as adversidades que surgem ao longo do fim de semana na Holanda.

Programação – Horários do GP da Holanda – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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