As 21 curvas do circuito montado na capital italiana serviram de palco para disputas acirradas e mais uma corrida com bandeira vermelha e condutas questionáveis dos fiscais de prova. Apesar da grande expectativa de chuva, mais uma vez, ela só decidiu aparecer durante uma pequena parte do treino classificatório. Foi o suficiente para bagunçar as coisas? Sim! E se tivesse chegado, seria mais um tempero na pizza anglo-neozelandesa servida nesse sábado.
lll Treino Livre 1
As atividades do dia começaram bem em Roma, a primeira sessão de treinos livres fluiu sem grandes problemas, logo no começo da sessão uma simulação de bandeira amarela total. Buemi era o líder do TL1 quando Robin Frijns travou pneus e usou toda sua a habilidade para evitar uma batida no muro, Jean-Eric Vergne precisou fazer o mesmo. Vários pilotos passaram pela posição #1, mas quem levou a melhor foi Oliver Rowland que marcou 1:29.738 superou todo mundo, especialmente JEV e da Costa, que fizeram uma disputa própria no final da sessão. Lucas di Grassi terminou em 3º (1:29.633) e Felipe Massa, em 15º (1:30.765).
lll Treino Livre 2
Mais movimentado que o anterior, o TL2 começou com a liderança de Sam Bird. Lucas di Grassi bateu numa placa de publicidade, mas conseguiu se manter na pista com alguns pedaços do anúncio presos ao seu carro, quem interrompeu o treino mesmo foi Pechito Lopez que bateu de frente no muro e acabou com a parte dianteira do seu Dragon. Bandeira vermelha por quase 7 minutos e na volta, Antonio Felix da Costa assumiu a liderança. A sessão quase foi interrompida novamente porque o carro de Felipe Massa apresentou problemas e rodou na pista causando uma bandeira amarela local e, posteriormente, total, fim de treino para o brasileiro. Faltando 13 minutos para o fim do TL2, ainda com bandeira amarela na pista, a liderança era de Antonio Felix da Costa. No fim das contas, quem marcou o melhor tempo foi Jean-Eric Vergne, 1:29.370. Lucas di Grassi foi apenas o 20º com o tempo de 1:33.179.
Quali
O modelo de classificação adotado esse ano tem sido um dos fatores de maior influência no resultado final da formação do grid. Os primeiros colocados no campeonato também são os primeiros a irem para a pista, formando o Grupo 1; assim eles encontram o asfalto pouco emborrachado e acabam fazendo tempos maiores. O resultado são os líderes comumente largando da metade para o gim de grid. Isso também tem permitido ótimas corridas de recuperação. Jerome D’Ambrosio tem se mostrado um grande especialista nesse quesito, o belga chegou em Roma em 2º lugar no campeonato após duas corridas vindo lá de trás e saiu na liderança.
A Superpole foi disputada por Sebastien Buemi, Max Günther, Stoffel Vandoorne, José Maria Lopez, Mitch Evans e Andre Lotterer. Buemi foi o primeiro a ir para pista, ficou apenas com o 6º tempo porque choveu enquanto ele estava em volta rápida; 1:36.331 foi o que deu para Buemi fazer. A água parou de cair, mas mesmo com o asfalto molhado, os tempos diminuíram. Bom para quem ficou para o fim. A pole quase foi de Mitch Evans, seu tempo deixou a garagem da Jaguar animadíssima, o diretor da equipe, James Barclay, chegou a comemorar quando viu Lotterer errar na pista – ele era o último a marcar tempo – de tanta certeza que tinha que seu carro largaria na frente. Barclay teve que contentar com o segundo lugar mesmo, já que Lotterer conseguiu se recuperar e anotou 1:32.123, fazendo sua primeira pole position na Fórmula E e primeira da Techeetah na temporada.
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ATTACK MODE details revealed for the 2019 @GEOX #RomeEPrix 😈 #ABBFormulaE pic.twitter.com/ZVg8zEw1kS
— ABB FIA Formula E World Championship (@FIAFormulaE) April 13, 2019
lll Corrida
Garoa no sudeste, sereno no nordeste. Mais uma prova da Fórmula E trazia uma alta expectativa de chuva durante a corrida. Tambores batendo e dança da chuva rolando durante o período entre o Quali e a Largada (quando choveu) não adiantou de muita coisa, nada de água durante a prova, tivemos que ficar com a pista ainda molhada.
As ondulações da pista proporcionaram belas imagens e determinada parte do circuito, os carros chegavam a sair com as rodas do chão. O voo dos Gen2 agradou ao diretor de imagens da prova, que diversas exibiu a “decolagem” em câmera lenta, e a nós também!
The coolest jumps from the 2019 @GEOX #RomeEPrix ⚡️🇮🇹 pic.twitter.com/AEiIL7aaD0
— ABB FIA Formula E World Championship (@FIAFormulaE) April 14, 2019
Na largada, Lotterer se manteve na frente, Vandoorne fez uma bela manobra e pulou para terceiro, Evans seguia Lotterer de perto. Lopez escapou no fim da reta e Massa ganhou 2 posições, o brasileiro chegou a escapar de traseira, mas ficou onde estava.
Günther rodou e perde a asa dianteira. Sims bateu no muro e teve o mesmo destino do piloto da Dragon.
Sam Bird foi empurrado por Lopez e teve que ir para os boxes.
(T-42min) Lotterer, Evas, Vandoorne, Buemi e Frinjs eram os 5 primeiros.
Bandeira amarela na curva 12, alguns carros se envolveram no que parecia ser um enorme acidente envolvendo 8 carros. Lopez bateu sozinho ao passar pela chicane, Paffett não conseguiu desviar e acertou o argentino, Vergne vinha logo atrás do piloto da HWA entrou por baixo dele. Com a pista totalmente interditada, a bandeira vermelha foi acionada. Os outros pilotos apenas pararam sem se envolverem no acidente, Wehrlein, Abt e Turvey foram alguns dos “sortudos”. Cronômetro parado com 42:10 de tempo restante. Ficou acertado, antes da corrida, que o tempo seria paralisado em caso de bandeira vermelha.
A red flag on lap one after a multi-car traffic jam 🚩 pic.twitter.com/oL8bSQdjwU
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Nos boxes, a equipe Virgin trabalhava no carro de Bird para tentar levar o #2 de volta à pista. Mesmo com a batida, Lopez voltou pilotando para os boxes.
Com as posições reorganizadas após a batida, o grande escalador do grid foi Oliver Rowland que largou em 10º e estava em 6º durante a bandeira vermelha. Frijns foi de 8º para 5º.
A direção de prova decidiu que os pilotos que não completaram a volta 2 (do 11º para trás) deveriam sair na frente do pelotão para finalizarem a volta e alinharem corretamente no grid.
Após cerca de 50 minutos de bandeira vermelha, a corrida recomeçou com Safety Car na pista e Modo Ataque liberado para ativação. Lotterer, Evans, Vandoorne, Buemi, Frijns, Rowland, Massa, Mortara, Günther e da Costa eram os 10 primeiros.
Di Grassi, Lopez, Vergne, Wehrlein, Abt, d’Ambrosio, Turvey, Dillman, Lynn, Sims e Bird completaram o grid. Mesmo com a dimensão do acidente, Gary Paffett foi o único que não voltou para a pista.
(T-40min) Os primeiros a ativar o Modo Ataque foram Frijns, Rowland, Massa, Mortara, di Grassi, Lopez, Wehrlein, d’Ambrosio, Turvey, Dillman e Lynn, ainda com o Safety Car na pista.
(T-39min) Bandeira verde! As posições permaneceram as mesmas e Lotterer abriu vantagem para Evans.
Da Costa ativou o Modo Ataque e se manteve à frente de Lucas.
Frijns tentou passar Bue por fora, não conseguiu e começou a ser atacado por Rowland. Na volta seguinte a disputa se intensificou, Frijns chegou a balançar o carro com as manobras.
(T-35min) Massa perdeu a posição para o companheiro de equipe, Mortara. Vergne e Sims estavam com o Modo Ataque, Buemi ativou logo depois. Sims recebeu punição de 10 segundos por trocar motor, câmbio e outros componentes do carro durante a bandeira vermelha.
(T-33min) Massa recuperou a 7ª posição.
(T-31min) Erroneamente a TV exibiu a imagem de Nelsinho Piquet para falar de Alex Lynn. Há duas semanas, o piloto brasileiro deixou a Jaguar e foi substituído por Lynn, Alex foi companheiro de Sam Bird na Virgin, na temporada passada.
Mitch Evans colou em Lotterer, Di Grassi foi ultrapassado por Lopez. Vandoorne ativou o Modo Ataque.
Mortara com problemas perdeu posições e Abt errou a freada, mas conseguiu voltar e pegou o Modo Ataque. Bandeira amarela na curva 14, Mortara parado na pista.
(T-29min) Lopez recebeu um drive through pela batida em Bird. Vandoorne encostou nos dois primeiros.
Massa abriu dois segundos para Günther.
(T-27min) Lotterer liderava a prova seguido por Evans, Vandoorne, Buemi, Frijns, Rowland, Massa, Günther, da Costa e Vergne. Di Grassi era o 11º.
(T-26min) Lopez cumpriu a punição e Evans pressionava Lotterer em busca do primeiro lugar.
Massa caiu para 11º, com problemas no carro acabou parando na pista e causou bandeira amarela na curva 14, a mesma onde seu companheiro de equipe parou na volta anterior.
(T-23min) Bandeira amarela em todo o circuito, bom para Lotterer que pôde respirar um pouco com o alívio dos ataques de Evans. Vergne passou Da Costa enquanto a Full Course Yellow era ativada.
(T-21min) Bandeira verde mais uma vez! Lotterer abriu vantagem temporária para Evans, mas o piloto da Jaguar voltou a se aproximar do alemão. Di Grassi partiu para o ataque em cima de da Costa.
(T-19min) Evans ativou o Modo Ataque. Günther entrou em investigação por exceder de 50 km/h de velocidade na Full Course Yellow.
Lotterer, Evans, Vandoorne, Buemi, Frijns, Rowland, Günther, Vergne, da Costa e di Grassi eram os líderes em Roma.
Evans com o Modo Ataque tentava de todo jeito passar Lotterer.
Vergne ultrapassou Günther e começou a ser investigado pela ultrapassagem em Da Costa durante a Full Course Yellow.
(T-15min) Evans finalmente conseguiu a ultrapassagem em Lotterer numa manobra em que forçou até o último instante, os dois chegaram a se tocar, mas nenhum incidente grave. Lotterer ainda raspou o muro, chegando a arrancar uma parte da publicidade. Sem dúvidas, a melhor manobra da corrida, Andre merece parabéns especiais por ter defendido sua posição de maneira limpa e também por ter conseguido segurar seu Techeetah, quando o muro parecia ser destino certo.
.@mitchevans_ overtakes @Andre_Lotterer for the lead of the race #ABBFormulaE #RomeEPrix pic.twitter.com/MsBk0NVPst
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D’Ambrosio ativou o Modo Ataque.
(T-13min) Günther recebeu 5 segundos de punição. Lotterer e Turvey ativaram o Modo Ataque.
Média de 33% de bateria, apenas Gunther com 30%.
Da Costa perdeu a 9ª posição para Di Grassi e d’Ambrosio.
Com o Modo Ataque, Lotterer encostou em Evans e os dois receberam uma advertência do diretor de provas, apenas para se focarem na corrida e evitarem batidas durante possíveis ultrapassagens. A mensagem não teve caráter punitivo.
(T-9min) A caçada de Lotterer se intensificou. Di Grassi passou Günther. Turvey, Lynn e Dillman com Modo Ataque.
Andre Lotterer ativou segundo o Modo Ataque logo após o fim do primeiro para tentar dar o bote em Evans. A estratégia pressionou ainda mais o piloto da Jaguar que ainda não tinha usado a potência extra, o momento de ativação de Evans seria crucial, já que seria necessário “sacrificar” alguns segundos para completar o trajeto da zona de ativação corretamente.
(T-7min) Evans tenta pegar o Modo Ataque, erra na saída da zona de ativação e não consegue os 25 kW a mais que pretendia. A diferença entre primeiro e segundo colocados cai para 7 décimos.
Di Grassi ativou o Modo Ataque para se aproximar de Vergne. Na frente, Lotterer pressionava Evans do jeito que podia, o alemão quase bateu no muro. O Modo Ataque da Techeetah #36 acabou e Evans ainda tinha um restante, o risco era bem alto porque Lotterer estava muito próximo. Mitch poderia perder o primeiro lugar, caso falhasse novamente.
Estavam com o Modo Ataque Vandoorne, Frijns, Buemi, Vergne, di Grassi, da Costa e Lopez.
(T-3min) Günther era o que tinha menos bateria, 9%, enquanto a média dos era de 12%.
Evans ativou o Modo Ataque e conseguiu permanecer na liderança. Com o desgaste da bateria, a equipe diz para ele diminuir a velocidade. A situação do piloto ficava ainda mais complicada, pois após conseguir se manter à frente do seu maior adversário na prova, Evans tinha um artifício que não poderia usar como deveria, isso fez com que Lotterer se aproximasse novamente, continuando com os ataques. Andre chegou a dar um leve toque no rival.
Frijns passou Buemi. Günther tem um drive through convertido em acréscimo de 10 segundos ao seu tempo de prova.
Última volta
Vergne faz a melhor volta da corrida (1:31.016), mas foi punido com um drive through por ultrapassar durante bandeira amarela. Evans conseguiu abrir distância para Lotterer, ambos estavam com 2% de bateria apenas. Sem mais condições de atacar, Andre Lotterer se manteve em 2º, ele chegou com apenas 1% de bateria restante. Mitch Evans conquistou sua primeira vitória e faz história na equipe Jaguar dando o primeiro lugar para o time também. Stoffel Vandoorne fechou o pódio, quebrando uma sequência de resultados ruins.
Robin Frijns foi o primeiro dos outros, seguido por Buemi, Rowland, Vergne, Di Grassi, d’Ambrosio e da Costa, completando a zona de pontuação.
Com a punição, Vergne caiu para o 14º lugar, perdeu os pontos da 7ª posição e da volta mais rápida que havia feito. Lucas di Grassi subiu para 7º na chegada e assumiu o quarto lugar no campeonato. Antonio Felix da Costa agora é o segundo na tabela, mesmo chegando em 9º e Wherlein ganhou um pontinho por ter subido para 10º.
Meu destaque negativo dessa prova vai para Jose Maria Lopez, Pechito fez as já tradicionais Pechitices, mas nessa etapa, o argentino passou da conta. A fiscalização da prova com relação a acidentes e punições havia prometido ser mais dura, eles estão tentando acertar a mão, o caminho não será fácil. A paralização por bandeira vermelha pareceu ser maior do que o necessário, realmente torço que para eles melhorem já na próxima corrida.
O destaque negativo é de Mitch Evans e Andre Lotterer que protagonizaram as melhores disputas em Roma e mostraram como se faz um automobilismo limpo e certeiro. A imprevisibilidade dessa temporada continua, são 7 corridas com 7 vencedores diferentes de 7 equipes diferentes e rumo ao #888!
A Fórmula E volta para as pistas em Paris, no dia 27 de abril, daqui a duas semanas! Ci vediamo!
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