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Chuva bagunça grid e estratégias em Mônaco

O GP de Mônaco geralmente é concluído com apenas uma parada. O circuito é de rua, mas consome pouco dos pneus, portanto é possível começar com os pneus macios e seguir para a utilização dos compostos duros.

Durante todo o fim de semana, principalmente quando os times realizaram a avaliação dos pneus macios no circuito, verificaram que era possível obter várias voltas rápidas com o mesmo jogo. Em alguns casos os pilotos completavam duas voltas preparando os pneus antes de partir para a volta rápida  – durante a terceira volta. Na classificação mesmo foi possível ver os pilotos permanecendo mais tempo do que o habitual na pista, mesmo com o circuito bem quente.

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A chuva estava prevista para o domingo e de fato ela caiu no circuito. A largada foi adiada, para que os times instalassem os compostos para a pista molhada, pouco depois ocorreu um novo adiamento, pois a chuva ficou mais forte. Os pilotos foram comboiados pelo Safety Car para que eles sentissem a pista, mas como estava inguiável, aplicaram o regime de bandeira vermelha.

A prova mesmo começou uma hora depois do previsto, todos foram obrigados a largar com os pneus de chuva extrema, mas era possível ver os carros aquaplanando quando aceleravam um pouco mais forte.

Por um incidente no início, Lance Stroll e Nicholas Latifi seguiram para os boxes e retornaram para a pista com os pneus intermediários. Outros pilotos se arriscaram nas primeiras voltas instalando os compostos intermediários, pois a pista estava evoluindo rapidamente. Sem mais chuva aparecendo no radar, um trilho seco se formou, onde foi possível trocar para os pneus de pista seca.

Ainda existiu um receio no começo da prova, principalmente com medo da chuva retornar mais uma vez ao circuito, ninguém queria ser prejudicado e necessitar de outra parada.

Carlos Sainz foi um dos pilotos que passou dos pneus de chuva extrema para os slick diretamente, evitando realizar mais uma parada. Depois da batida de Mick Schumacher na volta 27, os pilotos completaram mais três voltas atrás do Safety Car, antes do regime de bandeira vermelha ser instaurado mais uma vez. Alguns pilotos permaneceram com os seus pneus duros, outros optaram por instalar os compostos médios para contar com um pouco mais de aderência. A corrida terminou por tempo, portanto apenas mais 34 voltas foram completadas depois do reestabelecimento da prova.

Charles Leclerc perdeu a liderança no momento que optou por instalar os pneus intermediários, após a troca de Pérez. O monegasco retornou para a pista atrás do piloto mexicano, pouco tempo depois Sainz fez a substituição do seu pneu de chuva, para usar os pneus slick – a Ferrari optou por uma parada dupla – e parou Leclerc mais uma vez, para instalar pneus duros igual Sainz. O monegasco perdeu mais tempo e foi devolvido para a pista atrás de Verstappen.

Sergio Pérez venceu a corrida, se aproveitando de um erro da Ferrari, mas o piloto mexicano teve uma boa performance durante todo o fim de semana. Contou com um pouco de sorte e com a pista molhada para obter a ponta, mas soube administrar as investidas de Carlos Sainz nas últimas voltas da corrida para não perder a liderança.

Mônaco foi o fruto de uma prova caótica que contou com a chuva, mas não foi exatamente a corrida mais movimentada. O circuito não conta com muitos pontos de ultrapassagem e com o trilho seco e molhado que se formou, ficou difícil arriscar. Tirando a confusão estratégica da Ferrari, vários pilotos terminaram na posição que começaram a prova.

Os pilotos tinham andado durante todo o fim de semana em piso seco, quando foram para o molhado, tiveram que compreender mais uma vez os seus carros.

Pneus que cada piloto tinha disponível para a utilização durante o GP de Mônaco – Foto: reprodução Pirelli

Os pneus da rodada

Estratégia de cada time após o início do GP de Mônaco. A prova entrou em regime de bandeira vermelha durante a volta 30 – Foto: reprodução Pirelli

Chuva extrema (faixa azul): compostos usados pelos pilotos durante o início da prova. Era o pneu mais ideal para realizar a drenagem da água, mas infelizmente eles ainda não contam com uma boa drenagem para permitir a largada dos pilotos no pior momento da chuva;

Intermediários (faixa verde): os times tinham a perspectiva de largar com esses compostos, mas não foi permitido. Stroll e Zhou recorrerem a esses compostos depois que pararam após a primeira volta, mas rapidamente Gasly e Vettel também fizeram a substituição dos pneus de chuva extrema e assim conseguiram ganhar algumas posições. Para Mick Schumacher e Yuki Tsunoda não funcionou da mesma forma;

Duros (C3): estes pneus eram cruciais para a estratégia, mesmo se a prova fosse realizada em pista seca. É o composto que apresentavam maior durabilidade e boas condições para quem estava deixando os pneus de pista molhada, para finalizar a prova sem necessitar de mais uma parada. Sainz e Leclerc usaram eles para ter um pouco mais de performance e encarar Pérez e Verstappen no último trecho da corrida;

Médios (C4): esse pneu foi usado para o stint final de algumas equipes, Pérez usou esses pneus para terminar a prova e contar com mais aderência depois do reestabelecimento da prova. Como Norris tinha estabelecido uma boa distância para Alonso, o piloto instalou esse composto na volta 51 e tentou reduzir a diferença para Russell tentando recuperar a quinta posição.

Macios (C5): foram cruciais para a classificação, por ser os compostos mais velozes do fim de semana, mas na prova só foram usados por Yuki Tsunoda, que arriscou a utilização do composto, desta forma foi o piloto que trabalhou com todos os pneus disponíveis no fim de semana;

Os pneus e voltas completadas durante o GP de Mônaco – Foto: Pirelli
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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