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Após transtornos ocasionados em dezembro, Susie Wolff entra com “queixa criminal” contra FIA

Depois de acusações contra Susie Wolff, diretora da F1 Academy realiza queixa criminal contra a FIA para esclarecer acusações realizadas em dezembro passado

Nesta quarta-feira (20), às vésperas da realização do GP da Austrália, a diretora da F1 Academy confirmou que abriu uma ação na justiça nos tribunais franceses após as declarações realizadas pela FIA em dezembro do ano passado.

Com o encerramento da temporada 2023, a FIA disse que estava “investigando” a possibilidade de vazamento de informações entre Susie Wolff e seu marido Toto Wolff. As equipes do grid foram acusadas de estar preocupadas com esse possível intercâmbio de informações.

No entanto, em mais um embate FIA e Fórmula 1, os times optaram por deixar claro publicamente seu apoio à Susie, além de aproveitar o momento para sinalizar que não estavam envolvidos em qualquer reclamação sobre a alegação destes vazamentos de dados envolvendo os Wolffs.

O chefe de equipe da Mercedes precisou falar sobre o caso, já que o interesse foi ampliado por conta das acusações que eram reveladas pelos portais.

“Nós entendemos que há significante interesse da mídia nos eventos desta semana. Estamos atualmente em um diálogo jurídico com a FIA. Esperamos total transparência sobre o que ocorreu e por que, e nos reservamos expressamente a todos os direitos legais. Portanto, pedimos que compreendam que não faremos comentários oficiais por enquanto, mas certamente abordaremos o assunto no momento oportuno”, a Mercedes realizou a publicação do comunicado de Toto Wolff ainda no dia 8 de dezembro.

Enquanto os Wolffs não eram notificados pela FIA, deixando eles cientes da investigação. A FIA informou por meio do departamento de compliance (conformidade) que não estava realizando nenhuma investigação relacionada ao caso que foi exposto pela mídia.

“Após uma revisão do Código de Conduta da F1 e da Política de Conflito de Interesse da F1 e a confirmação de que medidas de proteção apropriadas estão em vigor para mitigar quaisquer conflitos potenciais, a FIA está satisfeita que o sistema de gestão de conformidade da F1 é robusto o suficiente para impedir qualquer divulgação não autorizada de informações confidenciais”.

“A FIA pode confirmar que não há investigação em andamento em termos de inquéritos éticos ou disciplinares envolvendo qualquer indivíduo. Como regulador, a FIA tem o dever de manter a integridade do automobilismo. A FIA reafirma o seu compromisso com a integridade e a justiça.”

Como o caso correu por alguns dias e a FIA não tinha tomado nenhuma iniciativa de se posicionar, na ocasião Susie falou em suas redes sociais: “Quando eu vi o comunicado da FIA ontem, minha primeira reação foi: ‘É isso, então?’ Durante dois dias foram feitas insinuações sobre minha integridade em público através de breves comunicados, mas ninguém da FIA falou diretamente comigo”.

“Pode ter sido um dano colateral em meio a um ataque mal-sucedido a outra pessoa, ou alvo de uma tentativa fracassada de me desacreditar pessoalmente, mas trabalhei arduamente para que a minha reputação fosse colocada em jogo por causa de um comunicado de imprensa infundado”.

“Percorremos um longo caminho como esporte. Fiquei extremamente grata pelo apoio unificado das equipes de Fórmula 1. Trabalhei com tantas mulheres e homens apaixonados na F1 e na FIA, que tem o melhor interesse em nosso esporte do coração”, comentou Susie.

“No entanto, este episódio ocorreu até agora sem transparência ou responsabilização. Recebi ofensas on-line sobre meu trabalho e minha família. Não me intimidarei e pretendo prosseguir até descobrir quem instigou esta campanha enganou os meios de comunicação.”

Na ocasião, Susie já tinha deixado claro que realizaria uma investigação e buscaria os meios legais.

Durante o novo comunicado, Susie Wolff disse: “Posso confirmar que apresentei pessoalmente uma queixa criminal nos tribunais franceses no dia 4 de março em relação às declarações feitas sobre mim pela FIA em dezembro passado”.

“Ainda não houve qualquer transparência ou responsabilização em relação à conduta da FIA e do seu pessoal nesta matéria.”

“Sinto que, mais do que nunca, é importante nos levantarmos, denunciarmos comportamentos impróprios e garantirmos que as pessoas sejam responsabilizadas”, seguiu.

“Embora alguns possam pensar que o silêncio os isenta de responsabilidades, isso não acontece.”

A confirmação de Susie acontece no mesmo dia que a FIA anunciou por meio comunicado que o presidente Mohammed Ben Sulayem, eleito para um mandato de quatro anos, foi inocentado das acusações de manipulação de resultado do GP da Arábia Saudita de 2023 e por tentativa de ter impedido a realização do GP de Las Vegas.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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