O GP do Azerbaijão marcar o início de mais uma rodada dupla, após as férias de verão da Fórmula 1. A categoria passará por uma cidade conhecida pelas “rajadas de vento” e Baku tem este significado em árabe.
A prova deste ano acontece em outro momento do campeonato, antes a prova em Baku era realizada entre meados de abril ou junho, mas com uma reformulação do calendário, a corrida agora será disputada em setembro; o mesmo vale para o próximo ano, com o calendário de 2025 já divulgado.
Com a prova disputada em uma outra época do ano, é possível que tenha um impacto no desenvolvimento da prova. São esperadas temperaturas mais elevadas, daquelas enfrentadas em abril e junho. No entanto, os pilotos podem sentir uma grande variação das temperaturas ao longo do dia, impactando diretamente no trabalho dos pneus.
Com prédios altos, a incidência de luz que muda conforme o dia avança, os espaços com sombra deixam o asfalto mais frio e alteram a temperatura dos compostos. Combinando isso, as retas longas que também agem no resfriamento do pneu. A mudança da luz também tem um impacto direto na forma como os pilotos vão guiar ao longo de toda uma volta.
De qualquer forma a Pirelli mantêm a sua escolha com relação à gama de pneus usada neste circuito, trabalhando com a gama mais macia, formada pelos compostos: C3 (faixa branca – duro), C4 (faixa amarela – médio) e C5 (faixa vermelha – macio). Essa escolha de pneus foi usada em Monza e será repetida pelas próximas duas corridas.
Ao longo das sessões, nota-se uma evolução do traçado, principalmente relacionado aos níveis de aderência. O circuito normalmente é aberto após as sessões, para liberar o fluxo da cidade e, isso também colabora para alterar as características da pista.
Foi no Azerbaijão que um carro de Fórmula 1 atingiu a velocidade máxima mais alta, quando Valtteri Bottas registrou 378 km/h guiando a Williams-Mercedes durante a classificação do primeiro evento em Baku.
Os pneus são bem exigidos nesta pista, as altas velocidades obtidas na reta principal, colocarão os pneus à prova, especialmente por conta da força descendente gerada pelos pneus atuais. Com setores distintos, as equipes precisam obter um equilíbrio em sua classificação e valorizar a melhor parte do seu projeto atual
Em 2024 a prova não contará com o formato sprint, desta forma os pilotos vão receber 13 conjuntos de pneus, como nos eventos que contam com três treinos livres, classificação e corrida.
O circuito do Azerbaijão é um traçado extremamente desafiador, retas muito rápidas, freadas exigentes e os muros que estão sempre muito próximos. Este circuito cobra muito a atenção dos pilotos, mas fornece algum tipo de respiro por conta das retas que existem em sua extensão. As curvas fechas colaboram para erros e a entrada do Safety Car. As retas ajudam a esfriar os pneus, mas podem ser um problema nessa época do ano de temperaturas mais amenas, pois se torna um ponto de atenção para as equipes.
Os prédios presentes pela extensão do traçado geram sombras e quando os pilotos precisam passar por elas, sofrem com as temperaturas dos pneus, mas principalmente com a aderência. Adicionando mais um problema nesta dificuldade, a própria mudança de luminosidade é um fator que atrapalha os competidores ao longo da volta.
A temperatura, além de influenciar na degradação dos pneus, também é um ponto de atenção para as equipes que querem evitar surpresas. Isso acaba impactando diretamente na escolha para o início da prova e o momento que a parada será realizada. O Safety Car pode aparecer ao longo da corrida, já que este é um traçado bem complicado. As rajadas de vento podem contribuir para vermos alguns pilotos perdendo o controle dos carros e provocando bandeira vermelhas ao longo dos treinos livres, até a entrada do Safety Car durante a corrida.
A Pirelli aposta como estratégia principal apenas uma parada como a escolha principal nesta corrida, mas é necessário levar em consideração a ação do Safety Car que tem chances elevadas de aparecer.
No ano passado os pilotos descartaram o uso dos pneus macios na corrida, já que a sua degradação anteciparia ainda mais a parada, fazendo com que o competidor completasse mais voltas com os pneus duros. Foi preciso levar em consideração que os carros mais pesados por conta do combustível no início da prova, ajudavam a acelerar o processo de desgaste dos pneus.
Sergio Pérez venceu a corrida com a Red Bull, trabalhando com a estratégia de apenas uma parada. O piloto seguiu para os boxes na volta 11, instalando o jogo de pneus duros que o levou até o final da prova.
Os pneus duros quase não foram usados na largada, por conta da dificuldade para aquecer os compostos, combinado a falta de aderência era o ingrediente perfeito para acidente ou perder posições. Na ocasião, apenas Nyck de Vries (18° colocado), Esteban Ocon e Nico Hülkenberg (que começaram do pit-lane), apostaram nos pneus duros para fazer um stint mais longo. Basicamente Hülk e Ocon quase completaram a corrida toda com um único jogo de pneus, parando nas voltas finais para instalar os pneus macios, mas não estiveram nem perto da zona de pontuação.
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