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Passo a passo: como foi a estreia de Sérgio Sette Câmara na Fórmula E?

Vinte e dois de julho de dois mil e vinte, foi neste dia que a equipe Dragon anunciou a contratação de Sérgio Sette Câmara, ou seja, duas semanas antes do início da super final que traria seis corridas em nove dias. Aparentemente pouco tempo para alguém se preparar para uma maratona intensa como a que estava por vir. Mesmo assim, o brasileiro topou o desafio.

Sérgio Sette Câmara virou piloto da Dragon no Festival de Berlim após passar pelo Teste de Novatos em março deste ano. O brasileiro conseguiu fazer o segundo melhor tempo do teste com o carro que até então era de Brendon Hartley. E foi justamente a vaga deixada pelo neozelandês que Sette Câmara ocupou em Berlim.

Mas como efetivamente o brasileiro se saiu na super final da Fórmula E? Que lições e aprendizados serão úteis para o futuro?

CORRIDA 1

O Festival de Berlim começou complicado para Sette Câmara. Logo no primeiro treino livre, o brasileiro enfrentou dificuldades com o carro e ficou com as últimas posições. A situação não melhorou ao longo do dia, Sette Câmara largou da penúltima posição e chegou apenas em 20º, mas foi desclassificado da prova por ter excedido o limite de velocidade permitido. 

Sette Câmara ainda foi punido com um drive through por largar do lugar incorreto. Para completar, também teve um ponto descontado da superlicença. O começo foi com o pé esquerdo, mas ainda havia cinco corridas pela frente. 

CORRIDA 2

Na quinta a situação não foi muito melhor, Sérgio largou do 20º lugar e chegou apenas em 17º. Essas três posições foram o máximo que o brasileiro conseguiu evoluir com o carro durante as seis corridas que disputou.

Na coletiva de imprensa pós-corrida, Sette Câmara confessou que ainda estava com algumas dificuldades para entender como o carro funcionava. Além disso, com a equipe reduzida, ele não tinha todo o suporte que seria destinado a ele se o time estivesse completo. Isso incluiria um acompanhamento mais próximo por parte do seu engenheiro, por exemplo. A limitação de pessoal foi uma das medidas impostas pela categoria para a realização do Festival de Berlim.

CORRIDA 3

Um dia de trabalho interno pareceu ter feito bem a Sette Câmara, logo no treino livre, o brasileiro fez uma excelente recuperação do que poderia ter sido um grande prejuízo para a equipe. 

O bom momento seguiu pelo Quali, 11º lugar para Sérgio, enquanto Nico Müller largaria somente da 23ª posição. 

Infelizmente os bons ventos acabaram antes da metade da prova. Sette Câmara acabou acertando o carro de James Calado, os dois abandonaram a prova e ainda levaram Neel Jani que nada tinha a ver com a história. 

A culpa acabou sendo de Sette Câmara mesmo, após a corrida, ele confessou que bateu em Calado após desviar de Alexander Sims que iniciou uma manobra de ultrapassagem. Sims até desistiu da tentativa, mas já era tarde. O brasileiro foi punido com a perda de três posições no grid da corrida seguinte.

CORRIDA 4

E a corrida seguinte foi não foi nada boa. Mesmo com o razoável tempo no único treino livre do dia, Sette Câmara não fez um bom treino classificatório e largou da última posição, chegando em penúltimo. Atrás dele, apenas oliver Turvey que teve o desempenho totalmente comprometido após ser atingido por Max Günther logo nas primeiras curvas. 

No duelo interno da Dragon, Nico Müller largou em 15º e chegou em 20º, logo à frente de Sérgio. 

Em todo caso, neste dia todos os olhares estavam mesmo voltados para a Techeetah, pois foi no domingo que a equipe se tornou a campeã dos construtores e Antonio Félix da Costa conquistou o título de campeão da temporada 2019/20.

CORRIDAS 5 e 6

As últimas corridas em Berlim deixaram boas impressões sobre Sette Câmara na Fórmula E. Nas duas ocasiões, o brasileiro conseguiu se classificar em 9º, mostrando que consegue tirar o melhor proveito do carro que tem nas mãos.

Uma pena que o equipamento da Dragon ainda não seja capaz de manter o ritmo durante as corridas, tanto na quarta como na quinta-feira, o carro apresentou uma grande perda de rendimento fazendo com que Sette Câmara despencasse no grid. 

Ele terminou a corrida 5 em 15º e a corrida 6 na 19ª posição. 

A ESTREIA

De um modo geral, a performance de Sérgio Sette Câmara em Berlim pode ser considerada como muito positiva para um novato que possui nas mãos um carro de performance bem questionável. 

Mesmo não tendo marcado pontos, o jovem brasileiro mostrou que é capaz de competir em posição de igualdade com o companheiro de equipe que estava mais habituado ao carro e à categoria. 

Ainda não sabemos se Sette Câmara continuará na Fórmula E ano que vem ou se ele seguirá esperando uma chance na Fórmula 1. Em qualquer um dos casos, Sette Câmara será uma ótima contratação para quem conseguir conquistar o brasileiro. Ele certamente é um dos bons talentos que a nova geração de pilotos nos traz. 

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