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FIA anuncia mudanças após reunião do Conselho Mundial de Automobilismo e choca com a cobrança das multas na F1

Após a reunião do Conselho, a FIA publicou as medidas que serão tomadas para 2024, além das alterações previstas para os motores em 2026. No entanto, valores das multas são a pauta da edição

A FIA se reuniu nesta última quinta-feira (19) por meio do Conselho Mundial de Automobilismo para discutir algumas mudanças para o esporte. A reunião engloba as outras categorias sob chancela da FIA, mas neste texto vamos apresentar o que foi discutido para a Fórmula 1.

Como anunciado anteriormente, a Pirelli segue como parceira da Fórmula 1 e das suas categorias de base, prolongando o contrato até 2027. Por meio do voto eletrônico chegaram à decisão de manter a Pirelli como fornecedora de pneus.

O Conselho Mundial também aprovou uma alteração no Regulamento Desportivo, permitindo mais dias de testes oficiais dos pneus de 35 para 40 dias – acontecendo logo após a realização dos GPs europeus. Além disso, também está a disposição a possibilidade de adicionar o máximo de quatro dias de testes para avaliar as questões relacionadas a redução do Spray durante dias de chuva.

A FIA aproveitou o momento para confirmar um ajuste no regulamento para os motores de 2026. Foi avaliada e aprovado o aperfeiçoamento dos regulamentos desportivos, técnicos e financeiros para as novas unidades de potência, bem como uma mudança relativa pensando no fornecimento e desenvolvimento do combustível.

Algo que chamou a atenção nas mudanças está ligada ao valor das multas que podem ser aplicadas – tudo previsto pelo Código Esportivo Internacional. A FIA mencionou através do comunicado que os valores não foram atualizações nos últimos 12 anos, desta forma os comissários poderiam aplicar multas de no máximo €250 mil.

A partir de agora o valor máximo que uma multa pode ser aplicada na Fórmula 1 é de €1 milhão. Para os outros campeonatos da FIA, € 750 mil, enquanto para as categorias não mundiais o valor é de €500 mil.

Aproveitaram o momento para salientar que em outubro de 2022, o Conselho da União Europeia salientou a necessidade de prevenir e combater a utilização de sinalizadores e foguetes durante a realização das corridas. Após a análise concluiu que a utilização desses dispositivos nas provas sem autorização representa um risco significativo a saúde e segurança do público e a prática deve ser combatida.

Ainda sobre a questão das multas

No GP do Catar Lewis Hamilton foi multado por €50 mil por cruzar a pista sem autorização, pouco depois a FIA começou a discutir a penalidade e como a multa poderia ser aplicada, alegando que ela parecia muito branda e eles precisavam dar um exemplo melhor aos pilotos mais novos de como a atitude era arriscada. Dias depois, após a reunião do Conselho, as mudanças relacionadas as multas que são aplicadas passaram por uma atualização.

Lewis Hamilton foi multado no GP do Catar após cruzar a pista – Foto: reprodução F1

Sobre o valor que será empregado nas novas multas, os pilotos foram questionados sobre essa alteração. Confira a reação dos competidores:

“Quando se trata de coisas como esta, precisamos pensar na mensagem que será enviada para aqueles que estão assistindo. “Se vão multar 1 milhão de euros, vamos garantir que 100% desse valor vai para uma causa”, mencionou Lewis Hamilton.

“Há muito dinheiro em toda esta indústria e há muito mais que precisamos fazer em termos de criar melhor acessibilidade e diversidade e mais oportunidades para pessoas que normalmente não teriam a oportunidade de praticar um esporte como este. Há tantas causas em todo o mundo, [se a multa for para essas causas], essa é a única maneira de obterem de mim aquele milhão de euros”, seguiu o piloto da Mercedes.

George Russell também se manifestou em um sentido parecido ao do companheiro de equipe:

“Acho bastante ridículo que um piloto possa ser multado em 1 milhão de euros. No meu primeiro ano de F1 [em 2019 com a Williams], eu ganhava um salário de cinco dígitos e na verdade perdi mais de seis dígitos naquele primeiro ano pagando meu treinador, voos, pagando um assistente, e esse é provavelmente o caso de 25% do grid.”

“Estamos fazendo o que amamos, então não estamos reclamando disso, mas se você pegar um ano em um piloto que provavelmente perderá até o final do ano 100 mil euros por causa dos investimentos que ele tem que fazer e multá-lo em 1 milhão de euros, o que vai acontecer?”

George Russell foi por um lado muito parecido quando questionado sobre as multas que são aplicadas aos pilotos e a destinação dos valores que são arrecadados pela FIA – Foto: reprodução F1

“Já solicitamos anteriormente à FIA para saber para onde vão essas multas, quais são as causas. Elas precisam ser reinvestidas nas bases, mas até agora não tivemos resposta sobre para aonde isso vai.”

“Adoraríamos obter alguma clareza e transparência. Se eles realmente acreditam que uma multa de 1 milhão de euros vale a pena e vai ser reinvestida no esporte, então talvez um dos pilotos que recebeu muito dinheiro fique feliz em pagar essa multa, mas é parece obsceno.”

“Queremos apenas transparência e compreensão. As multas já estão ficando fora de controle, como Verstappen foi multado em 50 mil por tocar em um carro, Lewis foi multado em 50 mil [por cruzar a pista no Catar, dos quais 25 mil euros estão suspensos]”, acrescentou Russell.

“Parece que esses números estão sendo tirados do nada. Isso não torna nosso esporte muito… não tenho certeza de qual é a palavra aqui… mas há muitos problemas globais maiores acontecendo aqui. Tanta pobreza em todo o mundo, como uma federação pode compensar essas multas, de seis, sete dígitos [multas]”.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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