Fernando Alonso recebeu uma penalidade polêmica após o encerramento do GP da Arábia Saudita. Quando a prova foi encerrada os comissários aplicaram 10 segundos de punição e com isso o espanhol perdeu o pódio. Horas depois a punição foi anulada e o piloto reestabeleceu o seu terceiro lugar.
O resultado desta prova corresponde ao 100º pódio da carreira do bicampeão mundial de Fórmula 1. O segundo obtido com a Aston Martin e o segundo da temporada 2023. Com a alteração George Russell retorna ao quarto lugar.
Após o encerramento da prova a Aston Martin entrou com um pedido de revisão da penalidade e ao apresentar provas da inconsistência dos comissários, resolveram retirar a punição.
Fernando Alonso. The Centurion. 💯#SaudiArabianGP #F1 @alo_oficial pic.twitter.com/pD4LPgzrNk
— Formula 1 (@F1) March 19, 2023
Alonso recebeu uma punição de cinco segundos pouco depois da corrida ser iniciada, o piloto foi investigado por ter parado o carro fora do colchete. Ao seguir para os boxes na volta 19 a equipe cumpriu a punição, mas um dos macacos usados para levantar o carro tocou o AMR23.
A Aston Martin aproveitou a entrada o Safety Car na pista – provocado pelo abandono de Lance Stroll – para cumprir a parada obrigatória e a punição recebida por Alonso. O espanhol foi chamado para os boxes na volta 19 de 50, cumpriu a punção de cinco segundos, efetuou a troca de pneus e voltou para a pista. O pit-stop foi revisado pelo controle de corrida e pela Central de Operações Remotas da FIA (ROC), semelhante ao VAR; por sua vez eles determinaram que a punição foi cumprida de forma correta.
Porém, na última volta da corrida o controle de corrida recebeu um relatório do ROC informando que a penalidade não fora cumprida corretamente. A Mercedes salientou para George Russell que Alonso estava sendo investigado e poderia receber uma nova punição e pediu para o britânico se aproximar de Alonso. O engenheiro do espanhol também solicitou para o espanhol apertar o passo, para ampliar a distância que existia entre ele e o quarto colocado.
A punição foi aplicada e o processo de revisão foi solicitado pela Aston Martin. Inicialmente ficou acordado que “nenhuma parte do carro pode ser tocada enquanto uma penalidade estava sendo cumprida. Porém, a Aston Martin apresentou a última ata de reunião e a evidência de sete casos diferentes em que os carros que foram tocados por macacos no momento que estavam sendo cumpridas punições e não tiveram penalidades adicionais.
A decisão da FIA:
“Os comissários receberam uma carta datada de 19 de março de 2023 da Aston Martin Aramco Cognizant Formula 1 com uma Petição de Revisão de acordo com o Artigo 14.1.1 do Código Esportivo Internacional, recorrendo da decisão deste painel de comissários de impor uma penalidade de 10 segundos ao carro 14 (Fernando Alonso) por não servir penalidade anterior corretamente.”
“Em apoio à Petição de Revisão, os comissários viram as atas da última reunião e evidências em vídeo de 7 casos diferentes em que carros foram tocados pelo macaco enquanto cumpriam uma penalização semelhante à imposta ao carro 14 sem que houvesse penalização.
“A apresentação clara da equipe foi que a alegada representação de um acordo entre a FIA e as equipes que tocarem o carro de qualquer forma, inclusive com um macaco, constituiria “trabalho” no carro para efeitos da alínea c) do n.º 4 do artigo 54.º do Regulamento Desportivo, estava incorreta e por isso a base da decisão dos comissários estava errada.”
“À luz da petição, os comissários tiveram que decidir se havia um “novo e significativo elemento [que foi] descoberto e que não estava disponível para as partes que buscam a revisão no momento da decisão em questão.”
“Se houvesse tal(is) elemento(s), então os comissários precisariam considerar se a decisão precisava ser modificada de alguma forma. Tendo analisado as evidências de vídeo apresentadas e ouvido o representante da equipe Aston Martin e os membros relevantes da FIA, os comissários determinaram que existiam novas evidências significativas e relevantes, conforme exigido pelo Artigo 14.1.1, para desencadear uma revisão da decisão, em particular as provas em vídeo e as provas verbais da equipe e da FIA.”
“Isto ficou claro para os comissários, que o substrato da decisão original, ou seja, a representação de haver um acordo, foi questionada pelas novas evidências. Assim, procedemos à apreciação do mérito do pedido de revisão.”
“Após revisar as novas evidências, concluímos que não havia um acordo claro, como foi sugerido aos comissários anteriormente, que poderia ser invocado para determinar que as partes concordaram que um macaco tocando um carro equivaleria a trabalhar no carro, sem mais. Nestas circunstâncias, consideramos que nossa decisão original de impor uma penalidade ao carro 14 precisava ser revertida e o fizemos.”
Vale ressaltar que após o abandono de Lance Stroll, o Safety Car só entrou em pista pois não conseguiram identificar em qual ponto da pista o canadense tinha parado, pela falta de imagens que identificavam o local.