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Equipes realizam suas primeiras avaliações no Bahrein. Verstappen lidera manhã de testes

Em uma atividade bem movimentada e com apenas uma bandeira vermelha, equipes aproveitam momento para fazer diversas verificações em seus carros

Nesta manhã de quinta-feira (23) a Fórmula 1 retornou para a pista dando início a pré-temporada no Bahrein. Os testes serão realizados em três dias de atividade, com os pilotos cumprindo os cronogramas definidos pelas equipes e tentando coletar o máximo de dados dos seus modelos.

Com exceção da Red Bull, todos os outros times optaram por dividir o primeiro dia de atividades entre os seus pilotos.

A sessão da manhã foi marcada por várias verificações aerodinâmicas, os times usaram os aero rakes e também o flow-vis para verificar a passagem de ar pelos seus carros. Nas duas últimas horas de testes, os pilotos focaram na quilometragem e na realização de voltas em simulação de corrida, permanecendo mais tempo pelo traçado com o tanque mais cheio.

Max Verstappen ficou com a liderança da sessão, depois de anotar 1m32s959 com pneus médios. O holandês superou Carlo Sainz que passou grande parte da manhã na ponta. Com o RB19 Verstappen completou 71 voltas pela manhã, enquanto Sainz obteve 72 e Alexander Albon 74, superando as voltas que são dadas em um GP nesta pista.

Pela manhã Felipe Drugovich foi escalado pela Aston Martin para participar da sessão no lugar de Lance Stroll. O canadense sofreu um acidente treinando de bicicleta na Espanha e ficou impossibilitado de participar dos testes de pré-temporada. Drugovich enfrentou problemas pela manhã, o brasileiro foi o que menos completou voltas, obteve 40 giros com o AMR23.

Pierre Gasly que está de casa nova com a Alpine, completou 46 giros com o novo carro, sendo o segundo piloto que menos completou voltas nesta manhã.

Antes das atividades começarem, a Haas realizou o lançamento oficial do VF-23, pois a equipe norte-americana tinha revelado apenas a pintura e seus patrocinadores para a temporada anteriormente.

Manhã

Com a pista perto de ser liberada, uma fila já se formou no pit-lane, com George Russell comandando a primeira saída dos boxes. No carro do piloto inglês era possível ver os aero rakes (grades para aferição do fluxo de ar), pendurada em diversos carros, como nos equipamentos de Carlos Sainz, Alexander Albon, entre outros.

Nesta manhã é foi muito comum ver as grades em diversos pontos dos carros, pois as equipes desejam comparar os dados obtidos por meio dos túneis de vento e CFD, com o comportamento dos carros em pista.

A primeira bandeira vermelha do dia pintou ainda nos primeiros instantes de atividade, assim que Felipe Drugovich deixava os boxes com o AMR23, o carro apresentou problemas eletrônico. A grua para a remoção do carro da pista se fez necessária, desta forma a atividade foi paralisada. Com tempo disponível a remoção do carro aconteceu de forma demorada. Os mecânicos da Aston Martin foram enviados para acompanhar a retirada do carro.

A Aston Martin é um dos carros mais diferentes, quando comparado com o modelo usado pela equipe no ano passado. “Pegamos todos os nossos aprendizados do carro do ano passado e os aplicamos ao carro deste ano. Muito do AMR23 é novo, é completamente diferente do AMR22. Mudamos mais de 90% das peças e mais de 95 % das superfícies aerodinâmicas são diferentes”, afirmou o vice-chefe técnico da equipe, Eric Blandin.

LEIA MAIS: Como funciona os testes de pré-temporada da Fórmula 1?

Os primeiros tempos já tinham surgido antes da atividade ser interrompida, Max Verstappen anotou 1m37s780, usando os pneus médios, enquanto Russell tinha 1m38s323, realizando a sua primeira saída usando os pneus duros.

Assim como na temporada passada o assoalho dos carros é um ponto de discussão, mas que os times fazem questão de não revelar aos concorrentes. Mudanças foram promovidas para a temporada atual, tentando conter os efeitos do porpoising.

“Os dutos de resfriamento – eles tiveram essa ideia da Ferrari, que é totalmente legal. A caixa de ar também foi remodelada”, apontou Sam Collins sobre o AlphaTauri durante a transmissão da F1 TV. O modelo de bico da Alpine também chamou a atenção, bem como a lateral do carro da Mercedes.

Em seu retorno à Fórmula 1, Nico Hülkenberg foi escalado para a atividade da manhã, mas rapidamente o piloto alemão era mostrado pela transmissão fritando os pneus. Durante a primeira saída dos boxes, Hülkeberg estava testando os pneus médios protótipos da Pirelli que não contam com a faixa amarela.

Algumas equipes deixavam os boxes apenas para uma ou duas voltas de verificação, antes de retornar aos boxes. Com quase uma hora de atividade, apenas Verstappen, Gasly, Hülkenberg, Russell, Sainz e Tsunoda tinham registrado algum tempo no traçado.

O flow-vis também se fez presente nos primeiros instantes da atividade, com a Red Bull realizando testes no assoalho e outras equipes trabalhando com essa tinta espeça em áreas como asa traseira.

Com os pneus protótipos, Sainz obteve 1m33s767 com o SF-23, saltando para a ponta. Porém, lembramos que os tempos na pré-temporada não são conclusivos, pois as equipes além de testarem cargas de combustível diferentes, as verificações que estão realizando na pista são distintas.

Depois de alguns minutos parado nos boxes, Felipe Drugovich pode retornar para a pista fazendo uma volta de verificação com o AMR23. Foi neste momento que a Williams liberou o carro de Albon com o flow-vis pintando grande parte da lateral direita do carro. O piloto tailandês superou Sainz na tabela de tempos ao anotar 1m33s671 usando os pneus macios.

Com pouco mais de uma hora e meia de atividade, ao atacar uma zebra, Hülkenberg danificou a asa dianteira do seu carro e parte da peça ficou pelo traçado. O piloto seguiu para os boxes para arrumar o carro antes de ser liberado mais uma vez ao traçado.

Foi apenas com quase duas horas de atividade que Drugovich aferiu o primeiro tempo com o carro da Aston Martin. O brasileiro anotou 1m37s719 usando os pneus médios. Drugovich passou parte da atividade da manhã nos boxes, após o carro apresentar problemas eletrônicos.

Com cerca de duas horas de atividades Sainz liderava a atividade com 1m33s253, o piloto espanhol tinha completado 30 voltas com a Ferrari. Verstappen também esteve focado na quilometragem pela manhã e o holandês já contava com 31 voltas no traçado. Felipe Drugovich era o piloto que tinha completado poucas voltas no traçado, o piloto conseguiu completar apenas sete giros pelo traçado e apenas quatro deles aconteceram na sequência.

“Não vi os carros saltando tão agressivamente quanto no ano passado, resultado das mudanças deste ano – as bordas do piso elevado”, disse o especialista técnico Sam Collins. Porém, o porpoising não sumiu totalmente, sendo a aposta de vários times.

Restando 1h45m para o encerramento da atividade, os dez primeiros eram: Sainz, Verstappen, Albon, Zhou, Russell, Hülkenberg, Fasly, Tsunoda, Piastri e Drugovich. Verstappen tinha completado 42 voltas, seguido por Sainz que tinha 40 giros no traçado. Drugovich chegou às 16 voltas, trabalhando com voltas de simulação de corrida, permanecendo mais tempo no traçado.

Com o andamento da sessão a Ferrari guiada por Carlos Sainz apresentou um problema no bico, deformando a peça a Ferrari informou que foi uma questão com o suporte e que será resolvido antes o encerramento da pré-temporada. No carro guiado por Russell foi possível notar alguns fios aparentes entre o volante e o carro, é um acelerômetro, um sensores para medir a vibração. As equipes usam sensores na pré-temporada que podem ou não ser visíveis, usados para a coleta de dados de pontos específicos do carro. A Mercedes foi uma das equipes que mais utilizou sensores no início da temporada passada, quando W13 provou ser um carro complicado.

A pista ainda segue verde e no Bahrein as equipes ainda lidam com a areia que invade a pista e suja o traçado. Alguns pilotos como Piastri e Bottas fritaram os pneus pela manhã, os erros são relacionados a falta de aderência do traçado. Conforme a pausa para o almoço foi se aproximando, o vendo também se intensificou, colaborando para que alguns erros acontecessem pelo traçado.

Conforme a atividade foi se aproximando do final, os pilotos focaram na permanência na pista, carros mais pesados e uma verificação de corrida. Além disso, completavam um maior número de voltas com os pneus médios. Porém, quando restavam cerca de 40 minutos para a encerramento da manhã de testes, Verstappen instalou um novo jogo de pneus médios e cravou 1m32s959, para assumir a liderança da tabela de tempos e superar Carlos Sainz.

Nos últimos quinze minutos de sessão, a FIA testou o uso das bandeiras amarelas e também do Virtual Safety Car, sendo uma oportunidade para os pilotos que estavam na pista, seguirem os protocolos. Os testes são realizados pelos diretores de prova e a FIA para saber se os sensores e toda a parte visual está operando como o esperado. Piastri experimentou o carro da McLaren durante o VSC.

A atividade foi encerrada com Verstappen na liderança, após o piloto holandês anotar 1m32s959.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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