O GP da Arábia Saudita ficou marcado pela resolução da punição aplicada para Max Verstappen – quando o piloto neerlandês cortou a curva 2 do circuito. A penalidade foi atenuada, com o piloto precisando cumprir apenas cinco segundos, diferente dos dez habituais por ser a primeira volta da corrida.
A punição definiu o resultado da corrida, pois os pilotos não conseguiram progredir ao longo da prova, por conta do ar-sujo e a turbulência gerada com a aproximação dos carros.
Verstappen recebeu o alerta de punição pouco depois do Safety Car deixar a pista, permanecendo na liderança até o momento que realizou a sua parada obrigatória – e por consequência foi o pit-stop que definiu a inversão das posições do piloto da Red Bull e Oscar Piastri. A diferença de ritmo que Verstappen tentou imprimir na pista não surtiu efeito, enquanto a McLaren optou por parar o australiano na volta 19, enquanto a Red Bull chamou o seu competidor no giro 21.
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A punição aplicada foi correspondente por “sair da pista e ganhar vantagem”. Normalmente quando isso acontece ao longo da corrida, as equipes tentam avisar os seus pilotos e solicitar a inversão de posições, para evitar uma punição. No entanto, Max Verstappen é muito conhecido por manobras como essas, que algumas vezes não geraram nenhuma punição para o competidor.
No documento divulgado com a decisão dos comissários, foi apontado que “determinaram que o carro 81 (Piastri) tinha seu eixo dianteiro pelo menos ao lado do espelho do carro 1 (Verstappen) antes do apex da curva 1 ao tentar ultrapassar o carro 1 por dentro”.
Ao longo do domingo e também na segunda-feira pós-corrida, várias análises aconteceram sobre o lance. Até mesmo Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull, tentou levar para os jornalistas presentes na Arábia Saudita que a análise de imagens por parte dos comissários induzia ao erro, pois pela câmera posicionada no carro de Verstappen, ele estava à frente.
Do lado de Horner, falando à Sky Sports F1, Verstappen não tinha para onde ir durante o duelo direto com Piastri. Então o chefe de equipe foi questionado se por parte da equipe existiu alguma conversa sobre a devolução da posição – ou se ao longo da corrida o foco esteve em quebrar os cinco segundos. Horner respondeu: “Tivemos esse tipo de discussão com o Diretor da Corrida antes da corrida por meio de briefings e tudo mais.”
“Temos essa ideia de ‘deixá-los correr’ – não sei para onde o Max deveria ir naquela primeira curva. Perdemos a corrida por [2,8] segundos, então, sim, é difícil. Acho que o mais positivo para nós hoje foi que o ritmo estava lá – foi uma corrida muito positiva. Parabéns ao Oscar, mas [é] decepcionante não vencer.”
Após a conquista da pole por Max Verstappen no sábado, a equipe austríaca acreditava na vitória. E se não fosse a punição que definiu os rumos da corrida, ela realmente poderia ter contemplado o piloto da Red Bull.
“O Max estava se sentindo confortável lá. Ele estava abrindo caminho, nós tentamos abrir vantagem no pit-stop mesmo com a penalidade, mas não deu. [Conseguimos] bons pontos, pontos importantes hoje. Estamos a apenas 12 pontos da liderança do campeonato, tiramos alguns pontos do Lando [Norris], então, sim, tudo está em jogo”, seguiu Horner.
A grande questão envolvendo o lance entre os dois pilotos, gera discussões por conta dos diversos problemas acarretados pela mudança de postura dos comissários de um evento para o outro. Isso se dá pela rotatividade de comissários convidados, uma pauta que já foi discutida pela FIA e se os times ajudariam financeiramente para manter uma equipe fixa.
Além disso, existe uma cobrança para que os regulamentos sejam bem definidos, mas existe um argumento para que seja dessa forma – em algumas situações – por conta das variações de um mesmo lance.
Na Arábia Saudita, geralmente nessa segunda curva, acontecem cortes logo depois da largada. Pois a reta até o primeiro ponto de freada é curto e os pilotos tentam se posicionar da melhor forma para fazer essas curvas iniciais. No entanto, com pouco espaço e entendimento de quem deve ou não deixar espaço, acontecem essas questões que envolvem uma análise por parte dos comissários.
A slightly quicker getaway for Piastri put him side-by-side with Verstappen into the first corner 👀@awscloud allows us to see just how close things were off the line 😲#F1 #F1Insights pic.twitter.com/nicGR6aohU
— Formula 1 (@F1) April 21, 2025
Lances na primeira volta são complicados de julgar, por conta da proximidade dos pilotos e o que algumas atitudes podem desencadear. Em circuitos como o de Jeddah, nas voltas que se sucedem, é possível analisar e punir sem gerar muitas controvérsias sobre a questão do espaço.
Em entrevista à F1 após a corrida, Zak Brown argumentou que a punição foi “apropriada”, com o CEO explicando: “Oscar é um cara durão e, se ele teve a chance de assumir a liderança, francamente, não foi nenhum tipo de mergulho, ele claramente estava na liderança. Ele estava ao lado, largou melhor.”
“Acho que a punição foi apropriada – se deveríamos ter apenas trocado [de posições] em vez de aplicar tempo, isso cabe aos comissários decidir o que acham apropriado. Foi uma largada limpa, ele controlou a corrida assim que assumiu a liderança, mas o Max nos manteve ele sob pressão.”
Questionado sobre o ritmo apresentado pela Red Bull — com Verstappen cruzando a linha de chegada com apenas 2,8s de diferença para Piastri — Brown foi categórico, respondeu: “Não ficamos.”
“Acho que todos os outros estão tentando pressionar um pouco, criando uma narrativa de que estamos muito à frente, para nos preparar para o cenário de ‘se você não ganhar, o que deu errado?’, então não vamos cair nessa. Sabemos o quão acirrada é a situação.”
A pauta também foi discutida em nosso podcast, passe para conferir a análise sobre essa disputa entre Verstappen e Piastri.
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