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Vitória de Norris, caos na largada e estratégia em jogo: tudo sobre o GP da Áustria

Com a Red Bull fora de combate, McLaren garante dobradinha no Red Bull Ring. Sauber acerta com Bortoleto e Hülkenberg e fatura pontos

O GP da Áustria foi marcado pelo domínio da McLaren. Lando Norris conseguiu converter a pole em vitória, embora tenha lidado com a pressão exercida pelo companheiro de equipe durante o início da prova.

O britânico abandonou o GP do Canadá, mas conseguiu voltar com tudo no Red Bull Ring. Desde o início das sessões, Norris demonstrou que tinha como ser o nome da etapa. O piloto conseguiu emplacar a sua sétima vitória da carreira e a terceira da temporada. Enquanto a McLaren desfrutou de uma dobradinha, com Oscar Piastri cruzando a linha de chegada na segunda posição, após superar Charles Leclerc na largada.

Ao longo do fim de semana, as temperaturas foram subindo e o domingo se tornou o dia mais quente no circuito. Na largada, os 50 °C no asfalto, ditariam o ritmo da prova.

Como nos últimos eventos que ocorreram no Circuito do Red Bull Ring, a Pirelli forneceu a gama macia de pneus para a prova, sabendo que ela era uma boa pedida para a pista e suas características, além de promover uma prova com duas paradas. E de fato, as apostas da fornecedora compostos estavam corretas.

Na largada, cinco pilotos apostaram nos pneus macios, foram eles: Pierre Gasly, Franco Colapinto, Isack Hadjar e Nico Hülkenberg – os três primeiros porque não tinham dois jogos de pneus médios para a corrida, enquanto o segundo, estava largando do final do pelotão (pela classificação ruim) e queria garantir algumas ultrapassagens logo no começo da prova.

Pneus reservados para a disputa do GP da Áustria – Foto: divulgação Pirelli

Porém, logo após a largada, Andrea Kimi Antonelli perdeu o controle do carro e acertou Max Verstappen, tirando os dois pilotos da prova. O Safety Car entrou em ação, neutralizando a corrida até o final da terceira volta. Quando o ritmo da corrida foi reestabelecido, uma parte do pelotão ficou preso no trenzinho do DRS, impossibilitando de avançar no grid.

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Logo a dupla da McLaren tomou distância dos pilotos da Ferrari, evitando qualquer duelo com o time italiano, para travar a sua disputa interna. Oscar Piastri trabalhou a aproximação em Norris e na volta 11, saltou para a liderança, mas foi surpreendido novamente pelo companheiro de equipe.

Seguindo a regra de não se tocarem, os pilotos fizeram o possível para defender a sua briga pelos campeonatos. Como os competidores não eram realmente ameaçados, a melhor estratégia foi de realizar a largada com os pneus médios, no segundo stint usar os pneus duros e finalizar a prova com outro jogo de médios.

Na primeira troca de pneus, Norris foi chamado aos boxes no giro 20, quatro voltas antes de Piastri. Com a troca acontecendo dessa forma, a McLaren conseguiu distanciar um pouco os seus pilotos, criando um gap de mais de 6 segundos entre eles. Mas quando os pilotos retornaram aos pneus médios, a diferença caiu para menos de 4 segundos, onde o australiano tentou novamente buscar o companheiro de equipe.

Por faltar poucas voltas para o final, além da aproximação com os retardatários, Piastri foi atrasado e Norris pode celebrar a vitória, depois de um momento tenso no início da prova.

A Ferrari até fez uma classificação interessante no Red Bull Ring, embora não tenha atingido um tempo tão competitivo como o de Norris. Logo na largada, Leclerc não conseguiu sustentar o segundo lugar e foi superado por Piastri. Nos próximos giros, o time italiano correr absolutamente sozinho, sem o monegasco e Lewis Hamilton disputarem posições em pista ou no caso do heptacampeão mundial, ser ameaçado por Russell. Embora com o terceiro e o quarto lugar sejam o resultado neste domingo, superando a Mercedes no Mundial de Construtores, essa é mais um evento que fica um gosto amargo, pela falta de combatividade da Ferrari.

Estratégia de pneus no GP da Áustria – Foto: reprodução Pirelli

Grande parte do grid optou pela estratégia de duas paradas, mas a substituição dos pneus macios começou cedo – na 11ª volta para Oliver Bearman, enquanto Hülk, Gasly, Colapinto e Albon foram na sequência para os boxes.

Entre aqueles que largaram com os pneus macios, apenas Hülk chegou aos pontos, o piloto alemão fez dois stints com pneus médios e faturou o nono lugar com a Sauber, ficando imediatamente atrás de Gabriel Bortoleto.

Dessa vez a equipe suíça fez o feijão com arroz com o brasileiro, o que era a melhor saída dada a sua posição de largada. Bortoleto, por sua vez, fez dois stints de pneus médios, antes de trocar para os pneus duros no final da prova. O pior momento da corrida do brasileiro se deu quando Bortoleto foi chamado aos boxes na volta 21, pois foi devolvido logo atrás Hülk e Bearman – pilotos que já tinham trocado os pneus e ele perdeu um pouco de tempo atrás – dessa forma, após superar o britânico da Haas, inverteu a posição com o companheiro de equipe, para ter uma liberdade melhor de concorrer ao sexto lugar.

Até esse momento da prova, não tinha como dizer que a Racing Bulls e a Aston Martin apostariam em uma estratégia alternativa, onde realizariam apenas uma parada. Com essa escolha, Bortoleto até fez uma aproximação em Fernando Alonso, reduzindo os mais de 10 segundos que separavam eles, nas últimas 20 voltas da corrida.

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O brasileiro buscou a ultrapassagem, mas a sua única tentativa, foi bloqueada por Alonso, que recuperou a posição. Bortoleto deixou a Áustria conquistando os seus primeiros 4 pontos na Fórmula 1.

Esteban Ocon e Oliver Bearman, diferente do restante do pelotão, contavam com dois pneus duros para a corrida, mas no carro do britânico o uso deles desses dois pneus foi descartado, pois ele começou a corrida com pneus macios, diferente de Ocon que começou com os médios. Para a conclusão da prova do francês, foi necessário trabalhar com os dois conjuntos de pneus duros.

Além de Bearman, Isack Hadjar e Lance Stroll passaram pela utilização de todos os pneus disponíveis para o fim de semana. Apenas Hülkeberg descartou os pneus duros.

A dupla da Williams não conseguiu completar a prova, pois os dois carros da equipe abandonaram. Carlos Sainz enfrentou um problema com os freios, logo após a volta de apresentação ser iniciada. O piloto conseguiu fazer o carro que estava travado funcionar, mas ao retornar ao pit-lane, os freios pegaram fogo e ele abandonou.

A corrida de Albon parecia correr bem, com o tailandês brigando na zona de pontuação, mas bastou a primeira parada, para logo depois a Williams identificar um problema no carro e chamar o competidor aos boxes, para abandonar o evento. Esse se tornou o terceiro abandono consecutivo de Albon e o primeiro de Sainz. A Williams atribuiu os problemas ao calor, mas precisará fazer uma verificação melhor para Silverstone.

Com o incidente de Sainz, uma nova volta de apresentação precisou acontecer, por conta disso, ocorreu o débito de um giro. O trecho mais longo, percorrido por pneus duros, aconteceu com Isack Hadjar – que fez 41 voltas com os compostos duros. Quanto aos pneus médios, foi Alonso que completou 33 giros – onde o espanhol e Liam Lawson, apostaram na estratégia de apenas uma parada para terminar na zona de pontuação.

Voltas completadas com cada um dos pneus no GP da Áustria – Foto: divulgação Pirelli

Yuki Tsunoda precisou de três paradas para concluir a prova, uma delas se deu, após o contato com Franco Colapinto. Correndo na Áustria, na casa da Red Bull, nenhum dos carros conseguiu pontos – Verstappen pelo abandono – e o japonês por não conseguir progredir na prova, entre aqueles que concluíram a corrida, Tsunoda foi o último do grid, recorrendo aos pneus macios nas últimas voltas.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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