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Reportagem – Permanência de Nikita Mazepin no grid está ameaçada?

Desde que a Rússia começou a invasão na Ucrânia e a Haas removeu o nome da UralKali e as cores da bandeira russa do seu carro, a permanência de Nikita Mazepin é questionada. O piloto é o único russo no grid, sua vaga na Fórmula 1 é garantida pelo patrocínio que não aprece mais no carro.

O empresário Dmitry Mazepin é o dono da Uralkali e Uralchem, empresas de fertilizantes e produtos químicos, a Haas conta com o valor estabelecido por meio do acordo de patrocínio firmado em 2020. Nikita Mazepin entrou no grid da Fórmula 1 em 2021, após competir na Fórmula 2.

Na quinta-feira a Rússia iniciou o processo de invasão à Ucrânia, coordenados por ordens estabelecidas pelo presidente Vladimir Putin. Os ataques seguem acontecendo, enquanto a Rússia avança. O pai de Mazepin esteve em uma reunião com o presidente em Moscou na quinta, no dia que os ataques tiveram início. Com a movimentação, a Haas optou por entrar em pista no último dia de testes sem as cores da bandeira russa. A Fórmula 1 também emitiu um comunicado ‘cancelando’ a prova.

Para o último dia de testes UralKali entrou em pista sem o patrocínio da UralKali – Foto: reprodução
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O cancelamento do patrocínio não foi cancelado ainda, a Haas segue discutindo os acordos. Os bancos russos começaram a ter os seus ativos congelados por conta das sanções que estão sendo impostas à Rússia. O relacionamento UralKali e Haas pode ser afetado por conta destes bloqueios que estão ocorrendo.

Guenther Steiner foi questionado sobre a permanência de Nikita Mazepin, o chefe de equipe da Haas informou em uma atividade com a imprensa: “Isso precisa ser resolvido. Nem tudo depende de nós aqui do que está acontecendo. Há governos envolvidos, não tenho poder sobre eles, e precisamos ver como a situação se desenvolve na Ucrânia”.

Nikita Mazepin não participou da coletiva, apenas deixou um recado em seu Twitter: Para meus fãs e seguidores, é um momento difícil e não tenho controle sobre muito do que está sendo dito e feito. Estou escolhendo focar no que posso controlar, trabalhando duro e fazendo meu melhor para a Haas. Meus mais profundos agradecimentos por sua compreensão e apoio.”

Existe uma forma de Mazepin permanecer caso o pagamento do patrocínio da UralKali para a Haas precise ser suspenso. Dmitry poderia solicitar que uma empresa de fora da Rússia fizesse os pagamentos diretos para a Haas, desta forma o valor ‘devido’ não seria encaminhado para a UralKali, mas aplicado como um patrocínio, custeando as despesas do piloto. Até onde sabemos, a empresa do pai de Mazepin não foi afetada. 

Steiner informa que a equipe não foi contatada pelo governo dos Estados Unidos por conta do patrocínio. As negociações devem continuar nos próximos dias, antes que a Haas retorne a pista e precise optar por correr ou não com o patrocínio da UralKali.

“Temos que resolver todas as coisas legais. Vamos trabalhar nisso na próxima semana”, seguiu o chefe de equipe da Haas.

O cancelamento do patrocínio não parece ser algo tão simples, ele foi fundamental para a Haas seguir no grid da Fórmula 1 em 2020. Entretanto Steiner diz que independente do que acontecer, a equipe correrá neste ano.

“É uma dor de cabeça, mas não é algo que atrapalhe a equipe do lado da competição. Financeiramente estamos bem. Não tem implementações na equipe como estamos administrando, como estamos indo, como estamos planejando a temporada. Há mais maneiras de obter financiamento, portanto não há problema com isso”, afirmou Steiner.

A empresa a estampar o carro da Haas também poderia mudar, mas ainda ser da família de Mazepin, outra forma que também poderia garantir a sua permanência no grid.

Os próximos testes estão programados para acontecer no Bahrein entre os dias 10 e 12 de março, talvez esse seja o período necessário que a Haas necessitava para arrumar tudo. Eles também afirmam que não conversaram com a Andretti – já que nos últimos dias a empresa americana demonstrou interesse para estar no grid da F1 em 2024.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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