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Raio-X temporada 2022: o combo de problemas levou a AlphaTauri para o final do pelotão

A AlphaTauri que está acostumada a fazer parte do pelotão intermediário apresentou uma série de problemas e terminou a temporada em nono lugar

A AlphaTauri foi a equipe que fechou a temporada 2022 ocupando a nona posição do Campeonato, somando apenas 35 pontos. Desde que o time passou a ser chamado de AlphaTauri, essa é a pior atuação em três anos.

A equipe foi para as férias de verão ocupando a oitava posição do Mundial de Construtores, contando com apenas 18 pontos. É esperado da AlphaTauri que o seu trabalho seja ao menos competindo no pelotão intermediário, mas este ano foi bem diferente.

Comparativo entre os pilotos da AlphaTauri ao longo da temporada 2022 da F1 – Foto: reprodução F1

Acreditava-se que esse ano seria muito melhor para a equipe italiana, principalmente por ser a primeira vez que o time trabalhava com um túnel em escala de 60%. Além disso, não podemos esquecer que a AlphaTauri ainda é uma subsidiária da Red Bull e também adquire algumas peças que são fornecidas pela Red Bull Technology, já que as empresas têm vários setores que se conversam.

Como já foi mencionada outras vezes no Boletim do Paddock, o regulamento atual surpreendeu, mesmo tendo aspectos que o tornavam mais fechado e sem muitas margens para brechas, os times conseguiram realizar as suas leituras de formas distintas, colocando a sua personalidade nos novos carros.

Aquela marca deixa pela AlphaTauri até a metade da temporada seguiu com eles até a última corrida. A AlphaTauri regrediu, diversos problemas apareceram relacionados ao desempenho, um carro que fazia os seus pilotos flutuarem no grid. Em muitos momentos Pierre Gasly parecia estar perdido guiando o AT03, tão perdido que comprometeu vários pontos da superlicença por erros que cometeu.

Erros estratégicos e problemas com a aerodinâmica do carro impediram uma boa performance da AlphaTauri em 2022 – Foto: reprodução AlphaTauri

Fazer boas classificações era algo muito difícil para a AlphaTauri, porém, uma parte muito importante para os times que estão embolados do meio do pelotão para baixo – era crucial realizar uma boa classificação, para tentar buscar alguns pontos. A AlphaTauri não era regular e passou a enfrentar cada vez mais problemas para estar na disputa do Top-10.

Outro problema ‘crônico’ está atrelado ao fato que a AlphaTauri não melhorou as suas questões estratégias, vários erros foram cometidos e também comprometeram resultados da equipe. Combinando esses fatores também com a forma como os pneus se comportavam em seu carro, o gasto excessivo gerava trocas além do que era ideal em algumas provas.

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Ao longo do ano, principalmente nesta segunda metade do campeonato onde os times acabam extrapolando o uso de peças que formam a unidade de potência, trocas foram realizadas após classificações ruins, mas abandonos também aconteceram relacionados a problema na unidade de potência.

A aposta da AlphaTauri esteve em manter a sua dupla de pilotos para 2022, dando uma oportunidade para Yuki Tsunoda continuar se desenvolvendo, enquanto Pierre Gasly que já tinha provado seu valor, sendo o responsável por conduzir a equipe por mais uma temporada. Em alguns momentos Tsunoda teve desempenhos melhores que o do companheiro de equipe, enquanto Gasly estava envolvido em algumas disputas um tanto sem sentido na pista.

Os pilotos adotaram a posição de “precisamos tentar” na sua busca pelos melhores resultados, mas a equipe que em alguns treinos livres animava com a performance, não conseguia manter a boa impressão nas sessões decisivas, como a classificação e por consequência os resultados em corrida não apareciam.

Em um ano onde alterações aconteceram no meio do pelotão, a Red Bull optou por liberar Pierre Gasly de suas obrigações, o francês disputará a próxima temporada com a Alpine, formando o “tão sonhado time francês”.

A temporada 2022 de Gasly não é a definição do seu trabalho, problemas podem ocorrer nestas mudanças de regulamento. O francês sozinho conquistou 23 dos 35 pontos obtidos pelo time, mais uma vez fechando o ano à frente de Yuki Tsunoda.

A dupla da AphaTauri esperava liderar o meio do pelotão, mas terminou a temporada ocupando o nono lugar do Campeonato – Foto: reprodução F1

Entretanto, o francês começará a próxima temporada da F1 pendurado com pontos da superlicença, podendo ficar suspenso de uma prova enquanto guia pelo seu novo time.

Tsunoda ganhou a oportunidade de permanecer na equipe, mostrando um ano de mais controle. O piloto terá um grande desafio pela frente, pois Nyck de Vries será seu companheiro de equipe no próximo ano, um piloto vindo da Mercedes e campeão da Fórmula E. Tsunoda precisará continuar se desenvolvendo e talvez tomar como inspiração Lando Norris que fez o possível para melhorar a sua performance e superar Daniel Ricciardo.

Difícil dizer o que o próximo ano reserva para a AlphaTauri, mais certamente existem vários pontos que precisam ser melhorados, principalmente que possam elevar a equipe para a posição que estamos mais acostumados de ver o time italiano brigando.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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