ColunistasDestaquesFórmula 1Post

Raio-X do GP da Cidade do México – Red Bull vence e Mercedes agita final da temporada

O desempenho da Mercedes tem chamado a atenção, o time 'superou' a Ferrari, para batalhar por uma vitória no México, perseguindo Max Verstappen

A temporada se aproxima do seu encerramento, após o GP da Cidade do México, restam apenas duas provas para a conclusão do calendário.

Existia uma certa expectativa com a corrida no Circuito Hermanos Rodríguez, pois Sergio Pérez estava em casa, correndo diante da sua torcida. Os treinos começaram bem, mostraram uma rivalidade mais acentuada entre Mercedes e Red Bull, mas Pérez não era o piloto que entrava na aposta de uma vitória.

Pérez não tinha chances reais de uma vitória, mas conquistou um segundo pódio consecutivo na Red Bull – Foto: reprodução Red Bull

Pérez se classificou na quarta posição depois de um problema elétrico no carro, tendo um desafio pela frente. A dupla da Ferrari foi substituída pela dupla da Mercedes. O mexicano duelou com George Russell na largada e assumiu a terceira posição e por lá ficou até cruzar a linha de chegada – conquistando mais um pódio consecutivo no México. Agora Pérez está cinco pontos à frente de Charles Leclerc.

Max Verstappen conquistou a 14ª vitória da temporada, quebrando mais um recorde. O holandês está em busca de novos recordes e combinando a sua forma de guiar, com um bom carro, Verstappen é praticamente imbatível e tem aproveitado a boa fase.

Com mais corridas no calendário, Verstappen tem a oportunidade de quebrar mais recordes, o holandês também ultrapassou o número de pontos conquistados em uma mesma temporada. Lewis Hamilton obteve 413 em 2019, o holandês conta com 416. Max está concentrado em seus números e aproveitando todas as oportunidades, ciente de que corre por ele mesmo e que agora as coisas estão definidas. Checo precisa fazer a sua parte para ficar com o vice-campeonato.

LEIA MAIS: Mercedes tenta, mas Max Verstappen supera equipe alemã e vence GP da Cidade do México
A Ferrari não teve uma disputa real no México, ficou isola no grid, mas ainda conquistou alguns pontos no México, mas sente ainda mais a aproximação da Mercedes – Foto: reprodução Ferrari

A Ferrari ficou completamente apagada no México. O time italiano conta com duas equipes clientes, Alfa Romeo e Haas utilizam os seus motores e com a performance delas, foi possível analisar que a corrida em um circuito que fica acima do nível do mar e conta com ar rarefeito exigiria muito dos seus motores. A Ferrari que fez alterações no motor de Charles Leclerc no GP dos Estados Unidos para retomar a potência máxima, recuou na decisão e abaixou a potência dos seus motores, para conseguir completar a prova.

O resultado disso foi um quinto lugar conquistado por Carlos Sainz e o sexto por Charles Leclerc. O monegasco fez uma ultrapassagem que foi decisiva na largada, para obter mais pontos, porém, a dupla não tinha chance nenhuma de brigar com os carros que estavam à sua frente, pois não contavam com ritmo. O que vimos foi uma distância que foi ampliada ao longo da corrida e quase a Ferrari tomou uma volta da Red Bull, em mais um retrato de uma temporada com altos e baixos da Ferrari.

O mais importante neste final de temporada, enquanto a Mercedes se prepara para o próximo ano, ainda testando algumas novas peças no W13, o time alemão tem ficado mais próximo da Ferrari. Apenas 40 pontos separam a equipe, restando duas provas para o final do campeonato, a Mercedes tentará encerrar a temporada como segunda colocada no mundial de construtores.

Lewis Hamilton terminou a prova na segunda posição, conquistando mais um pódio para a Mercedes, mas por erro na escolha dos pneus, não pode brigar pela vitória no final da corrida – Foto: reprodução Mercedes

Nos Estados Unidos e no México, vimos o time alemão repetir o bom desempenho. George Russell se classificou na segunda posição, acompanhado por Lewis Hamilton, na largada Russell se atrapalhou um pouco e foi ultrapassado por Sergio Pérez, terminando a prova em quarto lugar. Lewis Hamilton tentou se manter próximo de Max Verstappen, buscando a primeira vitória da temporada, mas um erro de estratégia da Mercedes custou a sua corrida – os pneus duros não operaram como eles imaginavam. Também cometeram o erro de acreditar que a Red Bull, sendo uma das equipes que mais conserva os pneus, apresentaria uma queda de desempenho tão brusca próximo ao final da corrida.

O mais interessante desse final de temporada, é que mesmo com os problemas apresentados no início da temporada, a Mercedes tem encontrado forças para fazer algumas boas corridas, conquistar pódios. Aliás, de forma mais frequente, a Mercedes que lidou com uma série de limitações, tem apresentando um desepenho muito melhor que a Ferrari.

Outros momentos

Diante de uma corrida morna com poucas disputas, a prova foi decidida na estratégia. Ainda é possível falar sobre estratégia e performance, pois o piloto do dia foi Daniel Ricciardo. O australiano se classificou na décima primeira posição e teve uma corrida agitada.

Daniel Ricciardo conquistou pontos no México e conseguiu fazer um bom trabalho na pista, sendo reconhecido como piloto do dia – Foto: reprodução McLaren
LEIA MAIS: Verstappen vence GP da Cidade do México realizando apenas uma parada

Ricciardo perdeu duas posições depois da largada, batalhou com Zhou Guanyu para retomar o décimo segundo lugar e o seu próximo desafio era Yuki Tsunoda. Com poucos pontos de ultrapassagem e uma dificuldade natural da pista da Cidade do México para trabalhar uma ultrapassagem, Ricciardo duelou com Tsunoda e os dois se tocaram.

O embate entre eles gerou o abandono de Tsunoda da prova e dez segundos de punição para o australiano. A corrida seguiu para Ricciardo, o piloto fez uma estratégia alternativa, permaneceu com os pneus médios até a volta 44, quando fez a mudança para os pneus macios. O australiano disputou diretamente com os pilotos da Alpine, fez a ultrapassagem em Fernando Alonso e depois em Esteban Ocon. Ricciardo ainda abriu mais de dez segundos para Ocon, conseguindo conservar o sétimo lugar.

O interessante é que nos treinos com os pneus de 2023 e agora neste final de temporada, Ricciardo tem feito algumas corridas mais interessantes. Infelizmente o piloto demorou um tempo para se adaptar ao equipamento.

Em mais um fatídico dia com a Alpine, Alonso abandonou a corrida, com um novo problema mecânico. O espanhol tinha mencionado que essa era uma corrida difícil, especialmente para os equipamentos por conta do ar rarefeito. Alonso que estava fazendo uma boa prova e tinha chances de terminar no top-10, abandonou a corrida na volta 63.

O espanhol que no próximo ano guiará pela Aston Martin, perdeu vários pontos nesta temporada por conta de abandonos ou erros da Alpine. O piloto acredita que todos os infortúnios causaram a perda de 70 pontos, podendo lhe render uma sétima posição no campeonato. A disputa direta com a McLaren pelo quarto lugar no Campeonato de Construtores segue.

E chegando fim, Valtteri Bottas surpreendeu ao realizar uma boa classificação no sábado, com o piloto da Alfa Romeo ficando entre os carros da Ferrari. A largada do finlandês não foi muito boa, onde ele rapidamente perdeu duas posições (para Leclerc e Alonso), mas se manteve em parte da prova na oitava posição.

Bottas também fez uma estratégia voltada para uma permanência maior de tempo na pista. A equipe acreditava que fazer o último trecho da corrida com os pneus duros era uma boa opção, mas assim como a Mercedes cometeram um erro. O carro não rendeu tão bem como esperado com os compostos duros, Bottas ficou no limite de mais uma vez terminar uma prova fora da zona de pontuação, mas finalmente conseguiu o décimo lugar.

O finlandês aproveitou a oportunidade de conquistar mais um pontinho, enquanto a Aston Martin esteve em um fim de semana completamente apagado, onde não tiveram carro se quer para sonhar com um top-10. Bottas ainda precisou segurar Pierre Gasly no final da prova, para levar um pontinho para casa.

Agora o próximo desafio acontece no Brasil, uma corrida que provavelmente será um pouco complicada para a Ferrari. O time pode ganhar alguma vantagem por ser um traçado sinuoso, mas Interlagos também é uma pista curta e o ar rarefeito também influência no desempenho dos carros e dos motores. O time italiano busca um bom resultado antes do encerramento da temporada.

Verstappen deseja ampliar o seus recordes e a Mercedes tenta obter uma vitória na temporada 2022, depois dos vários pódios conquistados.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo