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Preview GP da Áustria: o grande embate do fim de semana e os detalhes da pista

Se prepare para o GP da Áustria, prova que acontece na pista da Red Bull e já muito conhecida pelos competidores

Neste fim de semana a Fórmula 1 desembarca na Áustria. A categoria está retornando para a Europa, onde dará seguimento ao campeonato.

Oscar Piastri é o líder do campeonato, o australiano conta com 198 pontos e está um pouco mais tranquilo, pois enquanto toma ar fresco pode se deleitar com o embate entre Lando Norris e Max Verstappen, o primeiro com 176 pontos, enquanto o segundo soma 155 pontos após o pódio no Canadá.

O último embate protagonizado em Montreal, não aconteceu como se esperava. A McLaren não apresentou o ritmo forte das últimas etapas e com isso abriu uma brecha para que a Mercedes conseguisse se sobressair. Foi neste momento que Norris e Piastri se viram juntos na pista e protagonizaram um duelo interno, que resultou no abandono do piloto britânico, no final da corrida.

Enquanto Piastri perseguia Andrea Kimi Antonelli, em busca da terceira posição, Norris andava próximo ao companheiro de equipe, pois se o jovem italiano cometesse um erro, ele poderia avançar para a quarta posição, enquanto a McLaren chegaria no pódio. Após uma tentativa de ultrapassagem que não foi bem-sucedida, Norris avançou mais uma vez para cima de Piastri, no estilo: se você não passa a Mercedes, me deixe tentar. Mas por um erro de cálculo acertou a traseira do carro do seu companheiro.

Quebrando a única regra – não bata em seu companheiro – Norris viu a sua corrida destruída. Além de bater em Piastri, Norris também danificou o seu carro e ficou impossibilitado de fechar o evento. De um quinto lugar seguro, o britânico perdeu pontos valiosos para o campeonato, um evento após Max Verstappen conquistar apenas um ponto.

O neerlandês, que estava no pódio, celebrou mais um bom resultado para a Red Bull, enquanto tenta lidar com todas as adversidades do ano. Max ainda é um adversário que pode dar muito trabalho para a McLaren ao longo dos próximos eventos.

A Áustria é o território da Red Bull, dessa forma é esperado um embate acalorado da equipe, com os competidores da McLaren. No entanto, esse é mais um evento que Max Verstappen está pendurado, dessa forma, se tiver mais um ponto anotado na superlicença, pode nem participar da corrida no domingo.

Enquanto as coisas estão agitadas para eles, a Mercedes conseguiu aproveitar um bom cenário para ter os dois carros no pódio e celebrar a vitória de George Russell. O clima foi favorável para o carro da equipe alemã.

No entanto, para a Ferrari, esse foi mais um evento difícil, com o time patinando. Tanto Charles Leclerc, como Lewis Hamilton fizeram uma corrida isolada e não tiveram como reagir e buscar um resultado melhor. Veremos como será o desempenho deles, enquanto retornam para o certame europeu.

O circuito, a pista e os pneus da rodada

O evento deste fim de semana acontece em palco que já é muito conhecido pelas equipes da Fórmula 1. Percorrendo as colinas da Estíria, a categoria está no Red Bull Ring.

O tempo de volta neste traçado, é um dos mais curtos do calendário. O recorde absoluto de volta na pista é 1m02s939 de Valtteri Bottas, estabelecido durante o Q3 em 2020.

Em termos de extensão, a pista é o quinto traçado mais curto do calendário em 2025, com apenas 4.318 km, atrás de Monte Carlo, Zandvoort, Cidade do México e Interlagos. Nenhum outro traçado presente na F1, tem menos curvas que ele, são apenas 10 – com três delas feitas em aceleração máxima (2, 5 e 8). Por volta o piloto troca cerca de 32 vezes a marcha, a quantidade é extremamente pequena perto das outras pistas que compõe o calendário.

As curvas 2, 3 e 4 são normalmente os locais mais utilizados para as ultrapassagens.

Circuito Red Bull Ring – Foto: reprodução Fórmula 1

Por conta do terreno que a pista foi construída, existe uma grande variação de altitude entre o ponto mais alto e o mais baixo, a diferença são de 69 metros.

As sessões costumam ser bem agitadas, além disso, o trânsito é um problema, pois em meio a uma volta curta, é fácil encontrar pilotos lentos. Outra questão é a dificuldade para resfriar o equipamento, pois com voltas tão curtas, não existe uma brecha muito grande e logo o piloto já precisa entrar em uma nova volta rápida.

Essa configuração de traçado curto, com retas longas conectado por algumas curvas, gera os problemas nos freios podem surgir e precisam ser um ponto de atenção para os pilotos ao longo de todo o fim de semana. Ao se aproximar das curvas 1, 3 e 4, as frenagens são muito fortes e próximas, desta forma não existe tempo suficiente para realizar o resfriamento do equipamento isso acaba se traduzindo em desgaste.

Nesta corrida é extremamente necessário ter mais cuidado com os freios e isso interfere diretamente no trabalho realizado com os pneus.

Algo que chama a atenção neste traçado é a diferença entre pontos, os pilotos definem esse circuito como uma montanha-russa, existe uma diferença de altitude de 69 metros entre o ponto mais baixo e ponto mais alto do traçado – também sendo um dos maiores da temporada.

Durante o fim de semana é comum ver alguns pilotos cometendo erros pelo traçado, principalmente na saída das curvas 1, 6 e 7, quando os pilotos atacam as zebras. O traçado é conhecido pelas suas curvas agressivas e é realmente um traçado muito técnico e por ter essa característica de ser difícil ao atacar as zebras, as suspensões dos carros merecem uma atenção especial.

O festival de voltas deletadas, marca o evento na Áustria.

Os compostos

Pensando nas características do circuito e no formato do evento, a Pirelli optou pela seleção macia da sua gama de pneus. Estarão disponíveis os compostos C3 (duro – faixa branca), C4 (médio – faixa amarela) e C5 (macio – faixa vermelha), uma escolha que privilegia aderência e desempenho, mas que também pode desafiar as equipes em termos de desgaste e gerenciamento.

Pneus do GP da Áustria – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

No GP da Áustria, a estratégia mais adotada costuma ser a de duas paradas, oferecendo um melhor equilíbrio entre desempenho e durabilidade dos compostos. Durante a classificação, os pneus macios são a escolha padrão, buscando extrair o máximo em voltas rápidas. Já na corrida, as equipes alternam o uso dos compostos médios e duros, aproveitando suas características para manter o ritmo e gerenciar o desgaste ao longo das voltas.

O traçado austríaco conta com três zonas de DRS, o que favorece as ultrapassagens, mas também transforma cada movimento em uma batalha estratégica. Os pilotos precisam calcular com precisão o momento certo para atacar, especialmente entre as zonas 1 e 2, para evitar devolver a posição logo na sequência. Essa dinâmica acrescenta mais tensão e inteligência às disputas por posição ao longo da prova.

Programação – Horários da Fórmula 1 na Áustria – Foto: Ale Ranieri / Boletim do Paddock

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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