Neste fim de semana a Fórmula 1 disputará o GP do Canadá, corrida que marca a 10ª etapa da temporada 2025 e a segunda prova na América do Norte.
Pela terceira vez neste ano, a Pirelli ordenou que a categoria utilizará a gama mais macia disponível, formada pelos compostos: C4 (duro – faixa branca), C5 (médio – faixa amarela) e C6 (macio – faixa vermelha). A escolha é um passo mais macio do que a gama escolhida para o evento de 2025 (C3, C4 e C5).
Desta vez as equipes não estão às cegas para o evento, pois já avaliariam o pneu C6 e com as informações coletadas, os seus pilotos devem encontrar um equilíbrio melhor para a gestão dos compostos. No entanto, apesar de escolhidos para pistas com baixa degradação, os pilotos tiveram dificuldade para manter os pneus em uma janela de operação eficiente, muitos foram acometidos pela degradação térmica.
O Circuito Gilles Villeneuve, é um traçado com características de um circuito de rua. Localizado na ilha artificial de Notre Dame. Quando a Fórmula 1 não está por lá, o local é usado como instalações de lazer, onde praticam ciclismo, patinação e caminhadas.
A pista conta com 4.361 km e possuí ao todo 14 curvas (seis à esquerda e oito à direita). São 70 voltas que formam a corrida disputada no Canadá. O asfalta conta com ondulações e o circuito é estreito, não deixando muita margem para erros. O traçado também é formado por longas retas, onde as frenagens são intensas nas curvas, gerando um certo nível de stress aos pneus.

Diferente de Mônaco, a pista conta com alguns pontos de ultrapassagem.
Mesmo após o recapeamento completo realizado no ano passado, o asfalto mantém a baixa abrasividade e o nível reduzido de aderência que já eram típicos do circuito. Isso representa um desafio adicional para o acerto dos carros e a gestão dos pneus ao longo da corrida.
As oportunidades de ultrapassagem existem, especialmente graças às três zonas de DRS. A mais promissora segue sendo a freada no fim da longa reta que antecede a última chicane — um trecho famoso por seu grau de risco. É ali que se encontra o lendário “muro dos campeões”, batizado após o acidente coletivo em 1999 que envolveu três campeões mundiais: Damon Hill, Michael Schumacher e Jacques Villeneuve.
Esse é um circuito que as forças laterais sobre os pneus são de média a baixa, enquanto as longitudinais, são um pouco mais severas – embora não particularmente altas, pois os carros são submetidos a uma forte desaceleração seguida de uma forte aceleração.
Quanto a superfície da pista, ela é muito lisa e pouco abrasiva e nunca utilizada para corridas, exceto no fim de semana do GP. Outra coisa que se nota no Circuito Gilles Villeneuve é a sujeira na pista.
Ao longo dos primeiros treinos livres, a granulação é observada nos pneus, mas conforme ocorre o depósito de borracha, os carros conseguem uma aderência menor e desta forma, a gestão dos pneus melhora substancialmente. A evolução é sentida rapidamente ao longo das sessões.
O clima nesta época do ano é bem variável e um fator a ser considerado para o evento. Essas condições instáveis, provocam algumas surpresas nesta construção da evolução da pista.
Geralmente a corrida é baseada na estratégia de duas paradas, pois passar pelo pit-lane acaba trazendo certa vantagem ao piloto, pois ele corta a última chicane do circuito, além de ser devolvido na curva 2. A parada tem uma duração de 18 segundos, desta forma é possível contar com uma performance melhor para concluir a batalha.
A prova em 2024
A corrida teve o seu início marcado pela pista molhada, e a maioria do grid — 18 dos 20 pilotos — optou pelos pneus intermediários. A exceção foi a dupla da Haas, que apostou nos compostos de chuva extrema. A estratégia ousada funcionou nos primeiros momentos da corrida: com o composto de faixa azul oferecendo excelente aderência, Kevin Magnussen e Nico Hülkenberg escalaram rapidamente o pelotão. Magnussen, por exemplo, largou em 14º e já figurava na quarta posição na terceira volta.
No entanto, a pista começou a secar com rapidez, forçando os dois pilotos da equipe americana a antecipar suas paradas nos boxes para colocar pneus intermediários, pois seus tempos de volta estavam caindo drasticamente, comparado aos adversários.
Na segunda metade da corrida, os intermediários com faixa verde voltaram a ser a melhor opção, já que as condições variavam constantemente entre trechos secos e novas pancadas de chuva. A maioria dos competidores aproveitou o primeiro Safety Car, acionado após cerca de 40 minutos de prova, para trocar para um segundo jogo de intermediários.
Três pilotos, no entanto, decidiram arriscar: Esteban Ocon, Yuki Tsunoda e Valtteri Bottas seguiram com o mesmo jogo, tentando estender seus stints até que o asfalto estivesse em condições para os pneus de pista seca. Bottas, da Sauber, parou apenas na volta 42, enquanto Ocon e Tsunoda adiaram a troca até a volta 44. O trio foi o único a completar as 70 voltas da corrida com apenas uma parada.
Quando finalmente os slicks se tornaram viáveis, 14 pilotos optaram pelo composto médio — que aquece mais rápido — enquanto os outros cinco preferiram o duro, visando menor desgaste. Isso porque os testes nos treinos livres haviam mostrado que os médios sofriam mais com granulação.
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