Depois de algumas equipes aventureiras e uma mudança drástica na Fórmula 1, aparentemente a categoria terá novamente 22 carros no grid a partir de 2026. Isso se dá pelo acordo “inicial” firmado com a General Motors para apoiar a entrada da GM/Cadillac como 11ª equipe no grid da Fórmula 1 em 2026.
Em 2023, a FIA lançou um processo de candidatura, para que equipes tivessem a possibilidade de entrar na Fórmula 1. Algumas propostas foram analisadas, mas apenas a da Andretti cumpriu todos os requisitos impostos pelo órgão regulamentador do esporte.
Neste meio tempo, era possível observar nos bastidores da categoria, alguns atritos entre a FIA e a Fórmula 1. Depois que o processo foi encerrado pela FIA, a Andretti iniciou as suas conversas com a Formula One Menagement (FOM) que não evoluíram como era o esperado e a Andretti teve a candidatura recusada.
Para a recusa, a Fórmula 1 levou em consideração qual o “valor” a equipe traria para o grid, além do fato de conseguir ou não ser competitiva. Os próximos meses foram arrastados de várias acusações, com o congresso norte-americano abrindo uma investigação, acusando a categoria de cartel.
Na tentativa de negociação, a Andretti já tinha se unido com a GM, a fim de apoiar a sua candidatura. A empresa poderia atuar na competição como fornecedora de motores, mas apenas ingressaria de vez na Fórmula 1, a partir de 2028.
Embora a recusa tivesse acontecido, a Andretti deu continuidade a fortalecer o seu time, abrindo uma base no Reino Unido, além de sua nova sede nos Estados Unidos. Também iniciaram a contratação de várias pessoas, incluindo a do ex-diretor técnico da F1, Pat Symonds.
A Fórmula 1 tem mirado muito no seu crescimento nos Estados Unidos, desta forma a recusa da Andretti não foi vista com bons olhos. Porém, do lado da categoria, a forma como Michael Andretti estava se portando para chegar na F1, não agradou os times que formam o grid atual da Fórmula 1.
Foi necessário de Michael se afastasse dos negócios, para que fosse possível retomar as conversas e fazer uma nova proposta para a categoria. Além disso, com a GM também podendo se comprometer mais com o projeto, ficou mais atrativo para a categoria repensar a sua decisão.
Foi exatamente o que Toto Wolff, chefe de equipe da Mercedes, mencionou, ela diferente negociar com uma GM, quando comparado ao que a Andretti tinha para oferecer. Afinal, essa é uma marca conhecida globalmente e que agora poderia agregar o tal do “valor” que a Fórmula 1 tanto cobrou inicialmente.
No entanto, fica claro que realmente o problema era Michael Andretti e seu perfil, já que com uma leve mudança no projeto, a Fórmula 1 foi capaz de encontrar espaço para uma 11ª equipe no grid.
A General Motors transformará a equipe em um time de fábrica, quando conseguir elaborar e fornecer os seus motores, algo que é estimado para acontecer a partir de 2028. A TWG Global, citada pela Fórmula 1 no comunicado, é a empresa que assumiu o controle da Andretti em setembro do ano passado e tem Dan Towriss, como CEO da unidade de automobilismo, que também assumiu a liderança deixada por Michael Andretti.
Embora a Fórmula 1 não cite nada sobre a Andretti, a GM vai precisar dessa estrutura montada pela equipe para avançar com a sua candidatura. Já é um passo, mas provavelmente a Andretti estaria mais avançada, se as negociações com a Fórmula 1 fossem aprovadas inicialmente em janeiro. Agora existe um curto período até 2026 para avançar nos preparativos.
Os próximos meses devem ser de muita especulação, sobre os nomes dos pilotos que podem representar o time em pista. Obviamente o nome de pilotos norte-americanos serão bem ventilados.
A General Motors, com a Cadillac vai então se tornar a 11ª equipe no grid da Fórmula1, possibilitando que o grid seja um pouco mais robusto, contando com 22 carros.
A Fórmula 1 já foi uma categoria que permitiu a entrada de novos times de uma forma menos criteriosa. Nos últimos anos, o grid sofreu algumas alterações, mas com empresas/marcas que resolveram se comprometer com projetos que já tinham alguma estrutura.
Com a chegada da Liberty Media, assumindo o controle comercial da Fórmula1 em 2017, a categoria mudou o seu perfil, se valorizando e conseguindo alcançar um novo público. Os times também conseguiram crescer com essa movimentação, se tornando muito maiores do que foram um dia antes dessa transformação.
Aconteceu então um movimento de não permitir que aventureiros se beneficiassem dessa estrutura sólida, além de não permitir que acontecesse uma dissolução dessa estrutura.
Inicialmente será preciso firmar um acordo de motores com um fornecedor – que deve ser a Ferrari – até que a GM tenha como fazer os motores com as especificações solicitadas pela Fórmula 1 neste novo regulamento de motores. A marca então poderá atuar como fornecedora no grid a partir de 2028.
No comunicado da Fórmula 1, ressaltaram “a marca global gigantesca” que a General Motors é, como no discurso do presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem.
“A Fórmula 1 manteve um diálogo com a General Motors e seus parceiros na TWG Global sobre a viabilidade de uma entrada após a avaliação comercial e a decisão tomada pela Fórmula 1 em janeiro de 2024”, comentou a F1 através de comunicado a imprensa.
“Ao longo deste ano, eles atingiram marcos operacionais e deixaram claro seu compromisso com a marca da décima primeira equipe GM/Cadillac, e que a GM entrará como fornecedora de motores mais tarde. A Fórmula 1 está, portanto, satisfeita em seguir adiante com este processo de inscrição e fornecerá mais atualizações no devido tempo.”
Nos próximos meses resta para essa nova equipe, trabalhar melhor a sua estrutura e conseguir fazer o possível para ser competitiva.
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