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Estratégia de duas paradas marca desenvolvimento do GP do Bahrein

Equipes trabalharam com duas estratégias, mas colocam todos os pneus disponíveis para o fim de semana para funcionar

Oscar Piastri venceu o GP do Bahrein com folga, o piloto australiano conseguiu converter a pole conquistada no sábado, em uma performance dominante. O competidor também foi o dono da volta mais rápida, faturando o seu primeiro hat-trick na Fórmula 1.

O pódio contou com a participação de George Russell e Lando Norris. O companheiro de equipe de Piastri demonstrou que não estava satisfeito com o carro depois do resultado da classificação.

Inicialmente, antes da Fórmula 1 retornar o Circuito do Sakhir, acreditava-se que as estratégias poderiam mudar neste evento. Por conta da evolução dos pneus, a Pirelli imaginava que algumas equipes tentariam concluir a prova com a estratégia de apenas uma parada. Mas as equipes conseguiram trabalhar com duas trocas de pneus, deixando a prova mais dinâmica.

Conforme o fim de semana foi avançando e as equipes se concentraram em buscar dados dos pneus médios e macios do evento, foi-se desenhando a possibilidade de trabalhar com duas trocas de pneus.

Quinze dos vinte pilotos, optaram por iniciar a corrida com os pneus macios, enquanto cinco competidores foram com os pneus médios, essa escolha era: para a dupla da Ferrari, Fernando Alonso, Liam Lawson e Gabriel Bortoleto.

Todos os três pneus da gama apareceram na corrida, mas os compostos médios foram a escolha principal em várias estratégias. Alguns pilotos não contavam com dois conjuntos de pneus médios ou pneus duros, por isso o composto macio entrou em ação, para que algumas escolhas durante a prova funcionassem.

Pneus disponíveis para a prova no Bahrein – Foto: reprodução Pirelli

O Safety Car que pintou na volta 32 por conta de detritos de pista, estimulou a segunda troca e foi o momento ideal para vários competidores. Oscar Piastri, George Russell, Lando Norris, Charles Leclerc e Lewis Hamilton pararam nessa janela, mas as equipes fizeram escolhas diferentes para os seus pilotos.

A McLaren acreditava que os pneus médios eram a melhor opção para o final da corrida e como separaram dois compostos médios novos para os seus pilotos, Piastri e Norris conseguiram contar com eles para o final da corrida.

Apesar da dificuldade para ultrapassar, Norris superou Charles Leclerc no final da prova, a Ferrari escolheu para os seus pilotos os compostos duros para fechar a corrida.

A estratégia da Ferrari chamou a atenção ao longo de toda a corrida. Na volta 17, os italianos fizeram uma parada dupla com Leclerc e Hamilton, a escolha foi para auxiliar o monegasco no duelo direto travado com Norris, enquanto na estratégia de Hamilton funcionaria para trazer o piloto mais para a frente do grid.

Embora tenha retornado no meio do tráfego, Hamilton conseguiu fazer mais algumas ultrapassagens. Como a Ferrari admitiu inicialmente que faria uma prova com duas paradas, o Safety Car funcionou bem para a equipe, que fez a segunda troca em uma condição de corrida neutralizada.

O monegasco disputou o pódio ferozmente e quase conseguiu celebrar a terceira posição, mas Norris fez valer o carro da McLaren no duelo. O ritmo da Ferrari foi forte pela escolha estratégia da equipe, que permitiu os pilotos andarem um pouco mais, sem se preocupar em poupar pneus, pois sabiam que uma segunda parada seria realizada.

A Mercedes optou por usar os pneus macios no final da corrida, dando um pouco mais de aderência para Russell. O britânico não conseguiu superar Piastri na relargada, mas se defendeu dos ataques de Norris, depois que o piloto da McLaren se livrou do piloto da Ferrari.

Ao longo da corrida, Russell enfrentou múltiplos problemas, primeiro com os freios, depois perdeu o controle da direção e ao acionar alguns botões do volante, o DRS abriu rapidamente. Com a aproximação do final da prova, Russell fez o que era possível para evitar a ultrapassagem de Norris.

Falando sobre a corrida do britânico da McLaren, a prova de Norris foi marcada por altos e baixos. O piloto ficou fora do colchete no momento da largada, rendendo ao competidor uma punição de cinco segundos. A primeira parada de Norris foi a mais delicada, pois era necessários cumprir a punição. Mesmo com ela, a McLaren conseguiu escolher um bom momento, para evitar que o piloto fosse superado por Max Verstappen.

Estratégia de pneus do GP do Bahrein de 2025 – Foto: divulgação Pirelli

A questão é que Norris não conseguiu progredir, na altura do carro. O piloto, que começou a prova na sexta posição, ficou ensanduichado na relargada, com a dupla da Ferrari. O duelo foi duro e perdurou por várias voltas até a ultrapassagem acontecer como o esperado. Foi uma prova bem diferente daquela feita por Piastri, que não precisou forçar muito o equipamento, mas liderou a corrida com propriedade.

Uma estratégia diferente, foi a estabelecida para Andrea Kimi Antonelli, onde a Mercedes optou por trabalhar com a estratégia de três paradas. O Safety Car atrapalhou o piloto italiano, que precisou retornar para a escolha dos outros concorrentes.

Pierre Gasly e Esteban Ocon foram pilotos que pararam mais cedo, após começar a corrida com os pneus macios. Os competidores também trabalharam com a estratégia de duas paradas, mas entraram no último stint de pneus duros, antes do Safety Car surgir em pista, desta forma tanto a Alpine como a Haas optaram por não fazer uma troca adicional de pneus.

Performance dos Pneus no Bahrein 2025- Foto: divulgação Pirelli

Com Max Verstappen aconteceu algo semelhante, mas o neerlandês foi dos pneus macios, para os compostos duros. Infelizmente os pneus não reagiram como o esperado e no giro 26 Max retornou aos boxes, para dessa vez instalar um jogo novo de pneus médios e seguir até o final. A sua corrida foi prejudicada pelos pit-stops ruins da Red Bull, inclusive o último – onde o pneu dianteiro direito levou mais tempo para ser trocado, do que os demais pneus.

Verstappen até apareceu no final do grid, precisando remar ao longo a prova para encerrar a prova na sexta posição. O bom é que desta vez os dois carros da Red Bull terminaram na zona de pontuação, diferente dos outros eventos.

A degradação dos pneus tem chamado a atenção, a combinação de pista quente e asfalto abrasivo colaboram para esse resultado. Desta forma a prova no Bahrein foi mais dinâmica, sendo um ponto positivo, já que a corrida não ficou restrita em ritmo de conservação de compostos.

“Uma corrida espetacular com muitas disputas e ultrapassagens do início ao fim. Os três compostos escolhidos para esta etapa, que eram os mesmos da semana passada em Suzuka, foram utilizados, criando uma combinação de estratégias que tornou a corrida ainda mais interessante”, comentou Mario Isola, diretor de automobilismo da Pirelli.

“O nível de degradação, apesar das temperaturas ligeiramente mais baixas do que ontem e sexta-feira, ainda foi significativo nos três compostos, o que significa que duas paradas eram a única opção real. As diferenças de desempenho entre os pneus duro, médio e macio eram claras em termos absolutos e também dependiam de quais carros os utilizavam em diferentes momentos, o que tornou a corrida ainda mais dinâmica, especialmente quando se considera o equilíbrio entre as equipes no momento. Na verdade, esse é um dos nossos objetivos como fornecedor de pneus: fornecer um produto confiável que permita uma gama de opções estratégicas, após o que cabe às equipes aproveitá-lo ao máximo.”

“Agora vamos para Jeddah, para mais um tipo de pista completamente diferente, onde, pela primeira vez nesta temporada, traremos um trio de compostos mais macios do que os usados ​​nesta corrida do ano passado. Vamos ver o que acontece.”

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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