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Equipes de F1 tentam amenizar o medo da competição a partir de 2026 ser pautada pelos motores

Mesmo com Max Verstappen expressando o medo da F1 a partir de 2026 ser voltada para os motores, McLaren e Williams ainda acreditam que o chassi também terá um papel importante na competição

A Fórmula 1 está se preparando para a nova geração de motores, o regulamento entra em vigor em 2026. Sempre que um novo regulamento é introduzido, seja ele de carro ou de motores é a oportunidade para alguém encontrar uma solução melhor e ter um desempenho favorável.

Atualmente os motores estão congelados na categoria e de certa forma, eles se equivalem, mas com uma nova geração de motores, alguns acreditam que a competição pode ficar pautada sobre quem desenvolve a melhor unidade de potência.

Mesmo com toda a experiência adquirida nos últimos anos na Fórmula 1, alguma fornecedora de motores pode sair na frente. Os times têm receio das quebras que vão enfrentar e do quanto isso pode impactar no campeonato, promovendo punições e gerando abandonos. No entanto, sabemos que a F1 é uma competição que engloba a melhor construção de chassis, unidade de potência e piloto.

O debate atual, gira em como os regulamentos de motores de 2026, vão se encaixar com os novos carros. O medo foi ressaltado por Chistian Horner e Max Verstappen durante o GP da Áustria.

“Talvez seja onde precisamos prestar atenção urgente, antes que seja tarde demais, é olhar para a divisão entre a potência da combustão e a elétrica, para garantir que não iremos criar um Frankenstein técnico, que exigirá usa compensação do chassi a tal nível que tenhamos que usar aerodinâmica móvel e reduzir o arrasto a tal nível que a corrida será afetada”, comentou o chefe de equipe da Red Bull.

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Enquanto Verstappen comentou que talvez o próximo regulamento pode dar mais atenção ao motor, algo que prejudicaria as disputas do pelotão. “Para mim, o problema é que parece que será uma competição de motores a combustão interna, então quem tiver o motor mais forte terá um grande benefício. Não acho que essa deve ser a intenção da Fórmula 1, porque então você começará uma guerra de desenvolvimento massiva novamente e ficará muito caro encontrar, provavelmente alguns cavalos de potência aqui e ali. Além disso, os carros provavelmente terão muito menos arrasto. Então será ainda mais difícil ultrapassar na reta.

A próxima geração de motores, modificar um pouco a competição, mas ainda acreditam que o chassi será uma parte importante na competição – Foto: reprodução F1

O assunto vem sendo pensado e gerou um ponto de discussão, no entanto, McLaren e Williams, duas equipes que atualmente usam os motores da Mercedes e podem fechar um novo contrato para a nova era de motores, acredita que o chassi ainda será muito importante. Essas também são duas equipes no grid que estão atualmente tentando se encontrar nos projetos que desenvolveram nesse novo regulamento.

“Temos uma ótima parceira com a Mercedes, então é muito difícil imaginá-los não acertando, independente de onde as regras finais estejam indo, e é sempre uma combinação de piloto, chassi e unidade de potência para obter um carro competitivo, então não acho que será diferente em 2026”, comentou Zak Brown.

James Vowles, chefe de equipe da Williams, tem a visão que sempre alguém pode sair na frente, mas com o passar do tempo a competição se iguala outra vez.

“Acho que em qualquer mudança de regulamento da unidade de potência você pode ganhar ou perder como o resultado disso. A Mercedes fez um trabalho muito, muito bom nas mudanças de 2013/2014, um exemplo disso. Provavelmente, se você olha para o passado, havia fornecedores de unidades de potência que estavam um pouco acima, mas também se estabeleceu rapidamente depois.”

A maior preocupação inicial era com a entrada de um novo fornecedor de motores, tentando criar um terreno para que não existisse uma desvantagem para quem não está atualmente com a categoria. Mesmo se quebras acontecerem e os problemas surgirem, nessa era que a F1 deseja aproximar mais as equipes, soluções podem surgir para aproximar outra vez o grid.

“Temos um ótimo relacionamento com a Mercedes e uma longa história por trás dela e eles são fortes no esporte há 20 anos. Minha opinião sobre o assunto é independente de com quem você vá, você forjará sua aliança, e acho que ela se estabelecerá em uma posição muito sensata muito rapidamente logo depois”, seguiu Vowles.

“E seria errado dizer que o chassi ainda não tem um grande impacto porque ainda acho que nos regulamentos, por mais crus que sejam no momento, há muito potencial para fazer melhor ou pior do que seus concorrentes.”

Com a chegada dos novos motores, as fornecedoras vão precisar em um design que vai conversar com o conjunto. Além disso, os times vão precisar trabalhar na parte aerodinâmica, para não prejudicar o funcionamento dos motores. É sempre uma balança, que é necessário encontrar o equilíbrio para se dar bem na competição. Mesmo que os motores gerem certo impacto, o trabalho aerodinâmico também é algo exigido por várias pistas do calendário. Vamos aguardar para ver como cada uma das equipes vai impor suas filosofias e quais parceiros vão escolher nessa nova fase.

Nesse novo momento da categoria, o mais drástico são aqueles fornecedores que ficarem sem clientes, pois isso sempre toma tempo de desenvolvimento. Quando são dois carros diferentes usando a mesma unidade de potência, fica um pouco mais fácil para o fabricante entender os pontos fracos e melhorar o motor.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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