A Andretti continua a sua saga para entrar na Fórmula 1. No ano passado a FIA deu luz verde para o time ingressar no grid, mas os times ainda não deram uma posição sobre a aprovação da candidatura da equipe.
O time norte-americano foi o único a conseguir liberação da FIA para ingressar no grid da categoria, no entanto, os termos comerciais ainda é algo que não dá a carta branca para a Andretti. Boa parte das equipes presentes atualmente na competição se opõem a entrada de uma nova equipe, alegando que isso desestabilizaria a categoria, além de diluir o prémio que ofertado a cada encerramento de temporada.
No entanto, mesmo com a Andretti ainda aguardando uma resposta, o time não quer ficar para trás caso consiga a liberação para participar da Fórmula 1. Em entrevista ao site The Athletic, Michael Andretti, CEO e presidente da Andretti Global conta um pouco da estratégia da equipe que ainda está em stand-by.
“O tempo é sempre essencial na F1. Temos trabalhado o mais rápido possível para garantir que teremos um carro tão competitivo e uma equipe tão forte quanto possível quando ocuparmos o nosso lugar no grid”, comentou Michael Andretti.
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Mesmo para um time preparado, além de presente em outras categorias, a Andretti sabe que o compromisso com a Fórmula 1 exigirá um trabalho hercúleo. Desta forma a equipe conta com uma nova base no Reino Unido, localizada em Silverstone, que está instalada e operando, trabalhando em conjunto com a sede existente em Indianápolis. Para o próximo ano a equipe pretende abrir uma nova sede em Indiana, para atuar como a base global para as suas diversas operações de corrida.
Chegar na categoria não é tão simples e por meio da sua preparação antecipada, a Andretti já adquiriu membros para formar o seu corpo técnico. Atualmente são cerca de 120 funcionários, boa parte contratada justamente para formar a equipe técnica.
Vindo da Alpine após 20 anos trabalhando com o time de Estone, Nick Chester ingressou na Andretti como diretor técnico.
“É um time que quer fazer isso direito. Você não quer estar em qualquer lugar que não tenha esse espírito. Como disse antes de ingressar, o recurso por trás disso, o esforço que seria necessário para conseguir vencer, apenas se tornou muito, muito atraente”, comentou Chester ao The Athletic.
Chester ficou contente por poder formar a equipe técnica e também mencionou este acontecimento na entrevista: “Fiquei muito surpreso, de certa forma, com a facilidade de atrair pessoas para o projeto. Uma folha em branco tende a ter uma cultura muito proativa.”
“Tivemos pessoas vindo da Red Bull, Ferrari, Mercedes e McLaren. Todos queriam um novo desafio. É esse potencial real para moldar departamentos, o que é muito atraente”, seguiu.
A Andretti deu mais um passo importante, o time começou a projetar um modelo de carro, seguindo os atuais regulamentos usados pela categoria utilizando o CFD. A prática acabou evoluindo para um modelo de 2023 em escala de 60% rodando no túnel de vento da Toyota na Alemanha. Em 2024 o time planeja construir um chassi Andretti F1 em tamanho real para usar como modelo protótipo, utilizado para os primeiros testes de homologação, além de possibilitar a construção da suspensão e outros sistemas usados no carro.
“Leva tempo para construir um carro competitivo. Estou muito feliz por já termos feito tantos progressos em atividades de longo prazo, como design, aerodinâmica e simulação”, celebrou Andretti.
Revelado no ano passado, a Andretti conta com o apoio da General Motors para ingressar na Fórmula 1. A GM realizou o registro para entrar na categoria como fornecedora de motores e impulsionar os carros do time norte-americano.
A GM também está oferecendo o suporte técnico necessário para a equipe, cerca de 50 engenheiros da GM – incluídos no quadro de 120 funcionários do time – estão participando do programa.
A Andretti segue acreditando que conseguirá a liberação para correr na Fórmula 1 depois de mostrar os avanços e também o seu valor para a categoria: “Como Mohammed (Ben Sulayem) disse várias vezes, os benefícios que traremos para o esporte e o campeonato são óbvios. Não consigo imaginar que alguém queira tentar nos impedir e privar os fãs de corridas da oportunidade de ver uma equipe de trabalho genuinamente americana enfrentando os nomes lendários que atualmente competem na F1”, comentou Michael Andretti.