James Vowles deixou a Mercedes para coordenar a Williams. No último ano e em seu primeiro atuando como chefe de equipe do time de Grove conseguimos sentir algumas mudanças que foram realizadas. Neste período o britânico deixou bem claro quais eram os atrasos que o time enfrentava com relação ao restante do pelotão e impedia o crescimento da equipe.
A Williams que já foi um time que venceu campeonatos e viveu tempos de glória, também protagonizou por muitos anos a sensação de amargar no final do pelotão e lutar pela sua sobrevivência. Em 2023 o time faturou a sétima posição do Mundial de Construtores.
Recentemente, Vowles participou do podcast High Performance e neste programa o britânico abordou vários temas, como a sua jornada na indústria do automobilismo, os sucessos nos campeonatos da Brawn GP e Mercedes, além de ter ingressado na Williams para conduzir o time.
Vowles teve o acompanhamento direto de Toto Wolff e por mais que não estivesse mirando o cargo de chefe de equipe, o trabalho realizado ao lado do austríaco acabou mudando a trajetória dele no automobilismo.
“O Toto teve a gentiliza de dedicar o seu tempo a mim para me dar o máximo de experiência possível, ele sabia onde estava me formando. Isso não significa que eu tenha trabalhado na Mercedes para me tornar chefe de equipe, mas ele colocou o seu tempo, seu conhecimento e sua experiência à minha disposição”, comentou Vowles.
“No final de 2022 cheguei a um ponto em que tive que tomar uma decisão para a minha vida, não pela vida da Mercedes: entendi que tinha uma grande oportunidade de crescimento e que, em vez disso, estava desacelerando na Mercedes. Tive uma conversa honesta com Toto e ele concordou em me deixar ir. E ele me deu esse conselho: ‘Não seja um merda’. O que estou tentando fazer.”
Vowles trabalhou como estrategista da Mercedes e esteve junto com o time durante o seu período de domínio na Fórmula 1, entre 2014 e 2021.
“Além de Toto, eu diria que Fred Vasseur e Otmar Szafnauer, antes de sua saída [da Alpine], foram meus orientadores. Posso facilmente telefonar para eles, mesmo que sejam adversários, não para pedir conselhos, mas eles acabam me dando alguma orientação”, seguiu.
LEIA MAIS: Vowles busca acordo com a FIA para melhorar as instalações da Williams e tirar 20 anos de atraso
O trabalho de chefe de equipe é muito árduo, é saber gerir toda uma equipe, conhecer os seus detalhes e trabalhar com a Williams se mostrou um grande desafio.
“Entrei aqui porque temos uma oportunidade com o investimento certo, que é onde temos que explorar, fortificar as bases e começar a reconstruir de forma que você deixe suas impressões digitais neste esporte por muitos e muitos anos”, comentou Vowles.
A experiência adquirida na Mercedes tem contribuído para moldar a Williams, pois Vowles sabe quais são os melhores processos e o que pode ser implementado no time de Grove. Claro que acaba levando tempo e o time não vai se reerguer de uma hora para a outra, mas é necessário pensar neste projeto com atitudes para longo prazo.
“É uma oportunidade que surge uma vez na vida”, seguiu. “Passei o início [do meu tempo aqui] descobrindo quais são nossos pontos fortes e fracos. Toda organização terá pontos fortes e fracos, e há elementos aqui que são mais fortes do que na Mercedes. Um dos nossos pontos fortes é a paixão, que é o que move esta equipe. Este time tem um sentimento familiar o que eu gosto.”
O trabalho com o carro da Williams e o seu desenvolvimento para a temporada de 2023, partiu do ponto de destacar os pontos mais fortes do projeto, Vowles explica:
“Destacamos antes do início da temporada as corridas onde podemos ser bons. Todas as outras, que aprender nesses finais de semana. Trata-se de aprender e tentar algo que você nunca experimentou antes”, explicou.
“Não importa se é o acerto de uma configuração, um estilo de pilotagem, como fazemos com os dados, como usamos a fábrica – aprenda nesses finais de semana. Certifique-se de definir o que você vai aprender e depois aprender. Você nunca mais terá essa oportunidade.”
Ao longo dos últimos meses a Williams experimentou o gostinho da “vitória”, capitalizando pontos e superando algumas dificuldades do passado, mas o time ainda tem muito para percorrer e Vowles está extraindo o máximo possível, para que possa ter recompensas melhores no futuro.
